Hamas usa Israelenses Sequestrados como Escudos Humanos, o que Israel Deveria Fazer? -Por Alan M. Dershowitz – 22 de Outubro de 2023
Original em inglês: The Choices of War: Hamas Using Kidnapped Israelis as Human Shields, What Should Israel Do? – Tradução: Joseph Skilnik
Ao abrigo do direito internacional, Israel tem o direito de preferir evitar a morte dos seus próprios civis a causar inadvertidamente a morte de civis inimigos. Foto: terrorista do Hamas segura duas das inúmeras crianças israelenses que o Hamas raptou e trouxe como cativas para a Faixa de Gaza em 7 de outubro de 2023. (Image: Hamas/X (Twitter))
A estratégia, de longa data, empregada pelo Hamas de usar crianças palestinas e outros civis como escudos humanos levanta a importante e antiga questão moral de comparar as vidas dos civis inimigos com as vidas dos próprios civis e soldados. Ainda que alguns “civis” palestinos não sejam totalmente inocentes e, ainda que as mortes não tenham sido propositadas, ocorridas sem a menor intensão, vitimadas por conta dos legítimos objetivos militares, elas são trágicas. Ao abrigo do direito internacional, Israel tem o direito de preferir evitar a morte dos seus próprios civis a causar inadvertidamente a morte de civis inimigos.
Não há nenhum cálculo moral desta natureza para medir o custo para Israel de causar inadvertidamente a morte dos seus próprios cidadãos que estão sendo usados ilegal e imoralmente como escudos humanos pelo Hamas, nos legítimos esforços de Israel no sentido de evitar futuros ataques aos seus civis e presentes ataques aos seus soldados. Esta é mais uma questão mais tática do que moral, embora englobe elementos das duas. Contudo envolve decisões complexas que somente Israel tem o direito, na verdade, a obrigação, de tomar. Nenhuma lei internacional, nenhuma sustentação de moralidade universal dispõe de alguma coisa a respeito, porque a balança aqui se encontra entre as vidas dos reféns israelenses e outras questões.
De que maneira então Israel deveria colocar na balança as vidas dos reféns em relação as dos seus soldados e das futuras vítimas civis? Não há uma resposta clara dada pela história, pela moralidade, pelas táticas militares ou por qualquer outro corpo de conhecimento e experiência. No entanto, algumas generalizações podem ser relevantes e instrutivas.
As vidas dos civis de um país são mais valorizadas do que as vidas dos militares. Isto porque o papel do soldado inclui arriscar a sua vida no interesse da proteção dos civis. Isto pode não ser tão óbvio numa nação como Israel, cujo recrutamento é quase universal. Estas e outras pequeninas questões não apequenam a grande resposta de que quando se faz necessário fazer uma trágica escolha entre a vida de um soldado e a de um civil, se todos os demais fatores permanecerem inalterados, a vida civil deverá ser priorizada.
Entretanto, todos os demais fatores nunca permanecem inalterados, especialmente na incerteza da guerra ou mesmo no planeamento da guerra a partir de um quartel-general distante do campo de batalha. Considerações táticas e estratégicas podem impor o sacrifício de vidas civis. A história da decisão de Winston Churchill em relação ao Bombardeio alemão a Coventry se é totalmente verdadeiro, parcialmente verdadeiro, ilustra o dilema.
Alan M. Dershowitz, Professor de Direito da Cátedra Felix Frankfurter, Emérito da Harvard Law School e autor do recente lançado livro Get Trump: The Threat to Civil Liberties, Due Process, and Our Constitutional Rule of Law. Ele é Fellow da Jack Roth Charitable Foundation no Gatestone Institute e também apresentador do podcast “The Dershow”.
Fonte: https://pt.gatestoneinstitute.org/20084/hamas-sequestrados-escudos-humanos