O Hamas assassinou toda a família de Ariel – Por Mendy Kaminker

Postado em 11 de novembro de 2023 Por admin HISTÓRIAS RABÍNICAS, LEIA TAMBÉM

Esta história parte nossos corações e nos dá esperança ao mesmo tempo. É a história de Ariel Zohar, um menino de 12 anos, único sobrevivente de sua família que vivia no kibutz Nir Oz, perto de Gaza.

O Kibutz, rodeado pelo deserto de Neguev, era um oásis de vegetação, com um jardim botânico com mais de 900 espécies de flores e plantas.

No início da manhã de Simchat Torá, Ariel levantou-se para correr. Enquanto ele estava fora, terroristas do Hamas invadiram sua casa, assassinaram seu pai Yaniv, sua mãe Yasmin e suas duas irmãs mais velhas, Techelet e Keshet. Também assassinaram o seu avô materno, Chaim Livne.

Os pais de Ariel, Yaniv e Yasmin, e as irmãs, Techelet e Keshet, que D’us vingue seu sangue.

Foto de : ZAKA

Na semana passada ele recitou o Kadish para toda a sua família no funeral. Em uma semana ele receberia sua primeira Aliyá na Torá, ao “celebrar” seu Bar Mitsvá.

Seus pais já haviam comprado para ele um par novo de tefilin para seu Bar Mitsvá, mas ele tinha um pedido especial. Em vez de usar os seus próprios, ele queria usar os Tefilin de seu pai para esta ocasião. Estes Tefilin não são pares comuns. Eles foram presenteados pelo seu avô, que sobreviveu aos campos de concentração aos 14 anos e havia recebido o tefilin de seus pais, antes de ter sido exterminado pelos nazistas.

Um dos membros da Zaka (organização voluntária responsável em Israel por coletar os corpos, e mesmo qualquer pequeno vestígio de corpos, que não morreram de morte natural) veio confortá-lo durante a Shivá, [período de sete dias de luto] na casa dos seus avós.

O jovem Ariel perguntou se a Zaka poderia tentar trazer de volta os Tefilin de seu pai que estaria em sua casa, agora completamente em ruínas.

Nir Oz ainda é uma zona militar completamente fechada. No entanto, quando Chaim Utmezgin ouviu o pedido do jovem Ariel, começou a chorar. “Embora eu tenha sido responsável por embrulhar mais de 700 corpos durante esta semana, foi a primeira vez que chorei muito. Fiquei comovido porque aos olhos desta criança cujos pais e irmãs foram massacrados há poucos dias, quando lhe perguntamos sobre sua casa, ele falou dos Tefilin de seu pai que representa muito para ele; a continuidade e a tradição desta família que passou por tantas tragédias.”

Chaim comprometeu-se a cumprir pessoalmente esta missão perigosa. Sob o fogo de Gaza, ele finalmente obteve permissão do exército que lhe concedeu apenas 4 minutos para entrar, obter o que veio buscar e sair.

Ele descreve a alegria que sentiu quando achou os Tefilin. Um momento para ele tão emocionante quanto os pára-quedistas israelenses em 1967 gritando no rádio “O Monte do Templo está em nossas mãos!”

Ele rapidamente pegou um álbum de família e alguns outros pertences e saiu correndo porta afora.

“Quando os entreguei ao jovem Ariel naquela noite, ele começou a chorar de emoção por terem sido encontrados para que ele pudesse usá-los em seu Bar Mitsvá.”

O tefilin solicitado por Ariel foi transmitido por seu avô, um sobrevivente do Holocausto que perdeu toda a sua família com a mesma idade.

Foto de : ZAKA

O avô idoso, que acabara de perder o filho, a nora e as netas, levantou-se e disse as seguintes palavras:

“Meus pais foram assassinados quando eu tinha 14 anos. Resisti e continuei minha vida. Hoje tenho um neto morando em Israel! Com você também, eles fizeram isso quando você tinha 12 anos. Você também resistirá e também terá netos em Israel!”

Este relato resume toda a história da fé e sobrevivência judaica. A razão pela qual as nossas esperanças nunca desaparecem, e a nossa visão de um futuro melhor nunca diminui, é porque temos D’us que nos abençoou com as Suas sagradas mitsvot.

Em vez de nos rendermos ao desespero de todo o mal que nos rodeia, apegamo-nos ainda mais à nossa herança, à nossa linha vital de conexão e observância judaica.

Voluntário da ZAKA Chaim Utmazagin, acompanhado por soldados das FDI, a caminho para entregar os tefilin a Ariel.