PILAR RAHOLA, A IRREDUTÍVEL JORNALISTA DEFENSORA DE ISRAEL – Por Mendy Tal

A jornalista espanhola Pilar Rahola – ex-membro do Congresso dos Deputados da Espanha e ex-vice-prefeita de Barcelona – atuará como presidente do novo Conselho Consultivo para a América Latina do Movimento de Combate ao Antissemitismo.

Pilar Rahola i Martínez nasceu em Barcelona, 21 de outubro de 1958. Ela vem de uma família republicana e antifascista.

Rahola estudou Filologia Espanhola e Catalã. Publicou vários livros em espanhol e catalão, é colunista do La Vanguardia na Espanha e colaborou com jornais conservadores como La Nación na Argentina e Diário de América nos Estados Unidos. Ela aparece com frequência na televisão e em diversas palestras universitárias.

Como política, foi representante do Congresso dos Deputados espanhol, além de servir como vice-prefeita da cidade de Barcelona. Ela também participou de vários comitês de investigação, especialmente aqueles relacionados à corrupção política.

Em 1996, decidiu concentrar-se no jornalismo e na escrita. Suas áreas de interesse incluem direitos das mulheres, direitos humanos internacionais e direitos dos animais. Nos últimos anos, tem falado do que considera ser a hipocrisia dos políticos de esquerda que não partilham as suas opiniões em relação a Israel e ao sionismo.

Em 2009, Rahola encontrou-se em um restaurante com uma centena de advogados e juízes. Eles se encontraram para ouvir suas opiniões sobre o conflito do Oriente Médio. Eles queriam escutar por que alguém razoável como ela se arriscava a perder a credibilidade, defendendo os maus, os culpados?

Ela então provocou-os com sua reação: “Todos vocês se sentem especialistas em política internacional, quando se fala de Israel, mas na realidade não sabem nada. Será que se atreveriam a falar do conflito de Ruanda, da Caxemira, da Chechênia? Vocês São juristas, sua área de atuação não é a geopolítica. Mas com Israel se atrevem a dar opiniões. Todo mundo se atreve. Por quê? Porque Israel está sob a lupa midiática permanente e sua imagem distorcida contamina os cérebros do mundo. Porque faz parte da coisa politicamente correta, porque parece solidariedade humana, porque é grátis falar contra Israel. E, deste modo, pessoas cultas, quando leem sobre Israel estão dispostas a acreditar que os judeus têm seis braços, como na Idade Média, elas acreditavam em todo tipo de barbaridades. Assim como sobre os judeus do passado e os israelenses de hoje, vale tudo.”

Pilar afirma que milhares de pessoas inteligentes, quando falam sobre Israel, de repente se tornam idiotas. O problema que aqueles que não demonizam Israel têm é que não existe debate sobre o conflito. Tudo o que existe é a bandeira; não há troca de ideias. Lançam slogans uns aos outros; não há informações sérias, sofrem da síndrome do “jornalismo fast food”, cheio de preconceitos, propaganda e simplificação.

Pensadores intelectuais e jornalistas internacionais desistiram de Israel. É por isso que, quando alguém tenta ir além do “pensamento único” de criticar Israel, torna-se suspeito e infiel, e é imediatamente segregado.

Pilar diz: “Não sou judia, estou vinculada ideologicamente à esquerda e sou jornalista. Por que não sou anti-israelense como a maioria de meus colegas? Porque como não judia, tenho a responsabilidade histórica de lutar contra o ódio aos judeus, e na atualidade, contra o ódio à sua pátria, Israel. A luta contra o antissemitismo não é coisa só dos judeus, é obrigação dos não judeus. Como jornalista, sou obrigada a buscar a verdade, para além dos preconceitos, das mentiras e das manipulações. E sobre Israel não se diz a verdade. Como pessoa de esquerda, que ama o progresso, sou obrigada a defender a liberdade, a cultura, a convivência, a educação cívica das crianças, todos os princípios que as Tábuas da Lei converteram em princípios universais.

E, como não judia e de esquerda, tenho um compromisso moral com Israel. Porque, se Israel for derrotado, serão derrotadas a modernidade, a cultura e a liberdade. A luta de Israel, ainda que o mundo não queira saber, é a luta do mundo.”

O diretor do Movimento de Combate ao Antissemitismo para a América Latina, Shai Salomon, afirmou que, durante décadas, Pilar Rahola tem sido uma das vozes mais importantes no mundo de língua espanhola, defendendo Israel e alertando sobre os perigos do crescente antissemitismo e a sua mensagem tornou-se ainda mais relevante após os horrores de 7 de Outubro.


Mendy Tal

Cientista Político e Ativista Comunitário

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