QUANDO UM JOVEM HERÓI MORRE – Por Tzvi Freeman

Quando a vida de um jovem é tirada, contamos os anos de sua vida. E lamentamos profundamente: “Que triste. Uma vida, bruscamente interrompida, tão curta.”

Mas a vida não se trata da quantidade de anos. Não se trata da quantidade de nada. A vida tem a ver com propósito, com significado. Existem vidas longas com pouco significado. E há vidas curtas que nunca deixam de brilhar.

Consideremos a vida do Rabino Yosef Karo, o maior erudito de Israel do século 16. O Rabino Karo manteve um diário no qual registrou a sabedoria que recebeu de um ser celestial que ele chamou de “o Maguid”. Repetidamente, este Maguid lembrava ao Rabino Karo que devido à sua dedicação e piedade, sua alma estava destinada às maiores alturas que um judeu poderia alcançar, subindo em uma chama flamejante ao céu. Em outras palavras, ele morreria al kidush Hashem – para santificar o nome de D’us, sua vida seria tirada por ser judeu.

Mas por alguma razão – que obviamente desconhecemos – o rabino Karo perdeu o privilégio que lhe havia sido prometido. Sua dor era inconsolável. Em vez disso, ele continuou com seu projeto de vida e completou o Shulchan Aruch, o código haláchico que os judeus seguirão até a Era Messiânica. Ele faleceu de morte natural aos 87 anos. Sua luz nos ilumina até hoje. No entanto, para o Rabino Karo, tudo isso era uma segunda opção distante. Ele teria jogado tudo fora pela curta vida de um judeu cuja vida seria tirada apenas pelo fato de ser judeu. Ele chorou pela perda dessa distinção.

O Rabino Karo dedicou sua alma ao ensino da Torá a todo o povo judeu. Estes preciosos jovens também deram os seus corpos. Eles foram mortos porque eram judeus, membros de uma nação que é uma, como D’us é um, que têm uma participação eterna nessa unidade. Não há nada maior. Nem mesmo ter compilado o Shulchan Aruch.

A assinatura do Rabino Yosef Karo

Não, não podemos entender. Mas não há nada mais elevado. E na verdade, um judeu nunca morre. Nós, o povo judeu, vivemos para sempre.

Todos voltaremos um dia. A escuridão, o mal e as mentiras desaparecerão como um sonho, e tudo o que foi verdadeiro, bom e real perdurará para a eternidade. Nesse momento, não apenas as nossas almas, mas também os nossos corpos, retornarão e brilharão. E os corpos que brilharão mais intensamente serão aqueles que foram oferecidos a D’us e à Sua nação eterna, Israel.

Em homenagem aos santos judeus que perderam suas vidas nas mãos dos terroristas do Hamas em Simchat Torá , e aos santos chayalim, soldados, que deram suas vidas para que os habitantes da Terra Santa possam viver em segurança e em paz.

Veja Likutei Sichot vol. 21, pág. 176. Sicha 5, 12º Nisan, 5733. Ohr HaTorah
( Tzemach Tzedek ) Dvarim volume 5, pág. 2138.

Fonte: https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/6323777/jewish/Quando-um-Jovem-Heri-Morre.htm


Rabino Tzvi Freeman

Rabino Tzvi Freeman, editor sênior de Chabad.org, também lidera nossa equipe Pergunte ao Rabino. É autor de Trazendo o Céu para a Terra. Para inscrever-se e receber atualizações regulares sobre os artigos de Rabino Freeman, visite os Freeman Files.