NOVEMBRO AZUL E O CÂNCER DE PRÓSTATA – DR. DAVID J. COHEN

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa de novos casos de câncer de próstata no Brasil para o triênio 2013-2025 é de 71.730 mil casos anuais. No Brasil, é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma e a segunda causa de morte por câncer na população masculina. Entre as doenças urológicas que os homens têm mais medo, o câncer ficou na frente, com 58% das respostas, seguido pela impotência sexual (37%).

Geralmente, o câncer de próstata é uma doença silenciosa, por isto a importância de se realizar a prevenção de forma periódica. Além disso, Se diagnosticado em estágio inicial, as chances de cura chegam a 90% dos casos. Deste modo, durante este mês acontece a campanha Novembro Azul, promovida pela Sociedade Brasileira de Urologia.

O QUE É O CÂNCER DE PRÓSTATA? – É uma doença, na qual as células prostáticas podem sofrer modificações moleculares e se multiplicarem de forma descontrolada, podendo avançar e atingir outros órgãos, localmente ou à distância.

SINTOMAS – Em geral, o câncer de próstata apresenta crescimento muito lento. Nas fases iniciais, se apresenta silencioso, não causando nenhum sintoma específico. Os sintomas aparecem apenas nas fases mais avançadas.

Com seu crescimento, pode causar sintomas urinários obstrutivos (diminuição do jato urinário, gotejamento após a micção, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, micção em dois tempos, retenção urinária) e/ou irritativos (aumento da frequência urinária, urgência, incontinência, aumento da frequência urinária noturna).

Ao crescer, o câncer de próstata pode acometer órgãos vizinhos, como a bexiga, ureteres ou reto, o que pode causar sintomas inespecíficos como dor pélvica, sangue na urina, inchaço escrotal, dor lombar e inchaço das pernas, quando os linfonodos da pelve e abdômen estão bastante comprometidos.

A maioria das metástases ocorre nos ossos, principalmente na coluna, quadril e costelas, o que pode ocasionar dor localizada nestas áreas. Sintomas inespecíficos como fraqueza, falta de energia e de apetite, e mesmo anemia podem também estarem presentes.

CAUSAS – As reais causas do câncer de próstata ainda são desconhecidas. Entretanto, já se sabe que ele é originado de desequilíbrios genéticos que causam alterações moleculares responsáveis pelo seu desenvolvimento. Fatores ambientais podem estar também envolvidos, desencadeando ou acelerando esse processo.

FATORES DE RISCO – Todos os homens apresentam risco potencial de desenvolver câncer de próstata quanto mais se vive, ou seja, quanto mais idoso, maior o risco. Alguns grupos apresentam maior risco para desenvolvimento da doença: homens com parentes de primeiro grau que tiveram a doença e os indivíduos da raça negra.

Apesar de muitos fatores, como comportamento sexual, infecções e situação socioeconômica desfavorável, terem sido associados com o desenvolvimento da doença, não existem evidências sólidas que confirmem esta relação. Existe uma suspeita, ainda não confirmada, da associação de dietas ricas em gordura animal e obesidade com câncer de próstata mais agressivos.

DIAGNÓSTICO – Como inicialmente não há sintomas, é sugerido que todos os homens a partir dos 50 anos sejam avaliados anualmente através do toque retal e de dosagens sanguíneas de PSA, para o diagnóstico da doença. Aqueles com história de câncer de próstata na família (pai, irmãos, tios) e/ou da raça negra devem iniciar essa avaliação aos 40 anos, devido ao maior risco associado.

Nas fases mais avançadas da doença, o diagnóstico pode ser suspeitado pela presença dos sintomas já descritos.

PREVENÇÃO – O termo “prevenir a doença”, quando utilizado, refere-se a uma série de medidas que visam na verdade a fazer um diagnóstico precoce da doença, detectá-la em estágios iniciais, o que aumenta muito as chances de cura – já que não há prevenção propriamente dita.


DR. DAVID JACQUES COHEN

Formado em medicina pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, fez residência médica em cirurgia geral no Hospital e Maternidade Santa Marcelina, em São Paulo, e, em seguida, residência médica em Urologia no hospital Centro médico de Campinas por três anos. Fellowship em Andrologia no John Hopkins Hospital – Baltimore EUA . É Mestre e Doutor em Urologia pela Faculdade de Medicina do ABC e recebeu da ANM – Academia Nacional de Medicina o Prêmio Miguel Couto pelo Melhor Trabalho Experimental de 2020.

Atualmente, é médico urologista do Hospital Israelita Albert Einstein. Membro da equipe do check-up do homem do grupo Fleury de São Paulo, Coordenador do Setor de Cirurgia genital da ABEMSS ( Associação Brasileira de estudos em medicina e saúde sexual), Membro do setor de Andrologia da SBU-SP biênio 2026-27, Coordenador do Programa de Fellowship em Andrologia do Hospital Brigadeiro/Unicamp e assistente do Setor de Andrologia da disciplina de urologia do Hospital Brigadeiro ( Instituto do homem).