CRIADO PELO JORNALISTA AIRTON GONTOW, SITE COROA METADE CELEBRA SEU “BAR MITZVÁ” – POR GLORINHA COHEN
“Muitas vezes as pessoas estão mais fragilizadas, solitárias e por isso mais suscetíveis a caírem em golpes. No site temos medidas para combater a ação de golpistas, como aprovação manual dos cadastros e botões para que posturas inadequadas, como pedido de dinheiro e atitudes preconceituosas, sejam denunciadas, anonimamente”.
O jornalista, cronista e empresário Airton Gontow está de volta ao Brasil, após alguns anos no Exterior, quando atuou como correspondente internacional em Israel, se destacando especialmente em matérias para a TV Bandeirantes e a rádio Itatiaia. Airton e sua esposa, Maria Gontow, vivem em Santos há seis meses e agora celebram o “Bar Mitzvá” do site de relacionamento Coroa Metade (www.coroametade.com.br), voltado para pessoas a partir de 40 anos de idade – solteiros(as), separados(as) e viúvos(as) que acreditam que Sempre é Tempo de ser Feliz.
Desde o seu lançamento, em 29 de novembro de 2012, 188 casamentos e milhares de namoros surgiram através do site.
O nome Coroa Metade foi uma grande sacada, por resumir em duas palavras o objetivo do site. A maioria dos usuários percebe que a palavra metade empresta ao coroa um carinho. Coroa Metade significa parceria, companheirismo, cumplicidade e amor. Resume em duas palavras o objetivo do site e, é claro, remete à conhecida expressão ‘procuro minha cara-metade’. “Hoje, a moda não é esconder a idade, mas viver com saúde, alegria e qualidade de vida, na idade que se tem”, afirma Airton Gontow.
O cadastro no Coroa Metade é sempre gratuito, mas existe uma assinatura Premium que dá diversas vantagens, como enviar mensagens para todos, sem limites; garantir que qualquer usuário do site possa ler e responder às suas mensagens, mesmo quem não é assinante; aparecer antes nas buscas e saber quem curtiu ou viu o seu perfil.
Veja abaixo a entrevista com Airton Gontow.
GC – Como surgiu a ideia do site?
AG – Antes, quero dizer que é uma alegria falar contigo após tantos anos. Acompanho há muitos anos a tua trajetória e admiro tua alegria, vontade de buscar boas pautas e de destacar os bons projetos. Teu slogan serve para ti mesma e para as pessoas em geral: “Não existe vida sem Glória!” Já sobre a tua pergunta, Separei-me aos 43 anos e por dois anos vivenciei as dificuldades que um homem mais velho passa para encontrar uma nova companheira. “A gente já não está mais na faculdade, não tem vontade de frequentar baladas, geralmente não quer se envolver afetivamente com alguém do trabalho…”. Mas como me casei novamente, aos 45 anos, deixei essa história adormecida em um cantinho do cérebro e do coração. Há cerca de 14 anos, fui a uma festa de amigos que se formaram juntos na antiga 8ª série e que não se encontravam há 30 anos. No encontro, percebei que 60% dos antigos colegas eram solteiros, viúvos ou divorciados. Nas conversas, ouvi queixas do tipo: ‘Companhia para uma noite eu encontro fácil. Mas uma companheira para a vida toda é tão difícil…’ e ‘Faço academia, estou em forma, os homens olham para mim no shopping, em restaurantes…não tenho problema de encontrar um homem que passe um dia, uma semana ou um mês comigo, mas é tão complicado achar quem queira uma relação estável…’ Voltei para casa pensando em criar alguma coisa para esse público. Surgiu a ideia de criar um site de relacionamento para pessoas maduras. Mas teria de encontrar um nome que resumisse por si só a proposta do site. Lembro-me como se fosse hoje. Às três da manhã em ponto acordei minha esposa Maria e disse: ‘Já sei. Será o Coroa Metade, primeiro site de relacionamento para as pessoas maduras’!
GC – Pesquisei matérias publicadas pela mídia e fiquei impressionada. Teve muita repercussão!
AG – Desde sua criação, o site apareceu em mais de 400 matérias de mídia impressa (jornais e revistas), centenas de blogs, sites e portais e dei mais de 100 entrevistas para rádios e televisões. Mas acima de tudo o que mais nos emociona e enche de orgulho são os 188 casamentos e milhares de namoros que surgiram através do site. Isso sem contar as pessoas que se casaram e saíram do site sem avisar o motivo.
GC – Ter como objetivo achar um amor no site e ter foco aumenta a chances de realmente encontrar o que se procura?
AG – Sim, querer encontrar um amor ajuda muito na busca. Já falei isso em algumas entrevistas, mas sempre vale a pena repedir: existe uma ideia errada de que a pessoa mais madura sabe o que quer. Isso é uma balela! Ninguém sabe exatamente o que quer! Mas uma das grandes vantagens da pessoa ser mais velha é ao menos saber o que não quer. Saber que não quer ter um casinho e que não quer encontrar alguém simplesmente para ficar ajuda muito na hora de se encontrar um amor.
GC – Como fazer para que o desejo de encontrar o grande amor não fique apenas na lista de desejos para o ano de 2026?
AG – Como falei há pouco: ter foco. Se você quer ter um amor de verdade, geralmente de nada adianta ir para a balada e ficar com o primeiro ou primeira que aparecer. Também é ideal frequentar lugares onde existem pessoas com o perfil que você procura, seja em um site de relacionamento, seja em um curso de meditação, em uma escola de dança, em uma igreja ou uma viagem de ecoturismo. Acredito que existem pessoas que são feitas para você. Mas é preciso estar conectado e ligado ao que você realmente é e busca. Um exemplo: conheci minha esposa em um lugar impensável: um baile de Carnaval. Mas veja, era um Carnaval à Moda Antiga, criado por mim, bem familiar, com marchinhas antigas e sambas enredos clássicos. Se eu tivesse ido a uma rave, provavelmente não a perceberia, mesmo que ela estivesse dançando quase ao meu lado, porque eu estaria conectado de forma diferente. Tem que ser a pessoa certa, mas a gente precisa estar no momento certo e no local certo também. Isso não significa que seja fácil encontrar alguém, mesmo em sites de relacionamentos. Há pessoas que estão no site cerca de dez anos e ainda não encontraram um amor.
GC – Deve-se procurar alguém com muitas semelhanças? As diferenças tornam tudo mais instigante ou atrapalham?
AG – Há muitos tipos de casais e não há fórmulas, mas falando em termos gerais, quando as pessoas são parecidas e com gostos e objetivos semelhantes, os relacionamentos são melhores e mais duradouros. Na maioria das vezes, quando os opostos se atraem, a atração dura pouco. Talvez até possamos dizer que “os opostos se traem”. Claro que a outra pessoa não precisa ser igual. Ninguém deseja ou deveria se casar com o próprio espelho, embora o mundo moderno seja tão convidativo ao narcisismo. O fato é que é mais provável que se eu gostar de cinema europeu e a minha esposa de teatro, um acabe acrescentando uma nova paixão no outro, do que existir uma soma verdadeira se eu gostar de cinema europeu e a minha companheira adorar pagode.
GC – Dá para aprender com os antigos relacionamentos?
AG – Infelizmente a maioria das pessoas repete situações e modelos nas novas relações. Está sempre procurando, inconscientemente, pessoas parecidas com o companheiro ou a companheira anterior. As mulheres, em especial, têm que tomar cuidado com essa história. Conheço mulheres que tiveram durante anos um relacionamento ruim. Com um homem casado que sempre dizia que ia deixar a esposa depois que a filha se formasse, depois que…ou com um chefe que não podia assumir a relação! São mulheres que passaram anos sofrendo, pensando o tempo todo no homem amado. “Será que ele vem aqui no Natal?”, “Será que finalmente ele vai assumir-me diante dos outros”… Passaram anos e anos sofrendo e pensando o tempo todo em seu amor. E quando finalmente conseguiram se livrar dessa relação neurótica e encontraram um novo companheiro, legal, fiel e apaixonado, simplesmente sentiram que faltava alguma coisa na relação. “Eu gostaria de estar apaixonada por você, mas falta algo”, disseram. Sabe o que faltava? A neurose! O sofrimento! Isso porque quando a gente ama e é amado de verdade não pensa 100% do tempo no amado. A gente é livre para ler, curtir estar com os amigos, para visitar os irmãos… Somente em uma relação neurótica e infeliz a gente pensa 100% no outro. Não é amor; é doença!
GC – É mais difícil entrar em uma nova relação quando se teve um relacionamento longo e que acabou de modo traumático?
AG – Na mesma linha da pergunta anterior, depende muito do aprendizado de cada um. Muitas pessoas levam as dores e traumas das relações anteriores para as seguintes. O relacionamento é mais fácil para a pessoa que, após colocar no “outro” toda a culpa do fim de um namoro ou casamento, aos poucos percebe também erros que ela própria cometeu. Esse é o verdadeiro segredo para que uma nova relação! Claro que todos têm questões tristes e mesmo traumáticas dos relacionamentos que acabaram, mas, como diz aquela velha frase, “o segundo casamento é o triunfo da esperança sobre a experiência”.
GC – Como distinguir o flerte para uma relação casual da paquera para um relacionamento sério?
AG – Não há respostas prontos. Vai muito do ambiente que a pessoa frequenta, seja ele virtual ou real. Ou do tipo de abordagem, se é uma frase feita ou não. Mas é preciso ter cuidado; não é porque alguém tem um repertório menos variado de paquera e diz “Que olhos lindos, gatinha!”, que deve ser ignorado ou descartado. Muitas vezes pessoas superficiais têm cantadas maravilhosas e quem busca um relacionamento sério tem cantadas tolas. E mais: não dá para pensar sempre “isso é casual ou é sério?” Quantos casais maravilhosos não surgiram de uma relação que nasceu de uma “paquera casual”?
GC – E qual é a importância de ter atividades e uma vida social ativa?
AG – Uma vida social torna a pessoa menos dependente. Quando é inexistente, quando a solidão apavora, o cenário está montado para a gente se apaixonar pela primeira pessoa que aparece. Mas ressalto que teria um pé atrás em uma relação onde a mulher que conheci não abdicasse de nada da sua vida social pela nossa relação. E ela deveria sentir o mesmo se eu não abdicasse de nada. É preciso manter os amigos, é preciso ter momentos individuais, mas quase todos os casais que conheci onde os dois viajavam sozinhos com os amigos, saíam para dançar sozinhos…acabaram se separando.
GC – Onde procurar este alguém especial?
AG – Em lugares onde há chances de encontrar pessoas com o perfil procurado. O grande diferencial do site Coroa Metade é as pessoas buscarem alguém da mesma faixa etária e colocarem o perfil que buscam. “Quero alguém que não fume”, “Quero uma mulher que viva na minha cidade”, “Quero uma pessoa religiosa”… As chances se tornam maiores. Mas não basta procurar: é fundamental estar aberto, atento e focado. Muitas vezes a pessoa que procuramos está ao lado, mas não a vemos…
GC – Mulher pode ter atitude?
AG – Claro que sim! Há homens mais tímidos ou simplesmente desligados. Não há nada demais em uma mulher tomar a iniciativa. E se o homem não gostar? É porque ele não a merece.
Airton e Maria Gontow durante viagem a trabalho em Londres
GC – Como iniciar a conversa? Que assuntos falar, sobre o que conversar?
AG – A pessoa deve ser a mais natural e verdadeira possível e procurar não fazer frases feitas. Também é importante perguntar sobre o(a) outro(a) e não falar só sobre ela mesma. Também é recomendável não contar muitos problemas no primeiro encontro e principalmente não passar horas e horas falando sobre a ex ou o ex. Claro que, mais uma vez, estou falando em termos genéricos. Também depende muito do local onde se está. Tem gente que quer contar a vida no meio de uma balada com o som altíssimo! Quando vi minha mulher pela primeira vez, no Carnaval, demorei para ir até ela. Procurei-a no salão e não a vi. Por sorte, olhei para a porta e ela estava saindo do Avenida Club, já quase na rua. Fui correndo, toquei-a levemente no braço e disse: “Oi, eu não sei dançar, mas sou bom de papo. Quer tomar um café comigo?” Ela aceitou e nunca mais nos desgrudamos. Tenho um casamento felicíssimo. Amamos ficar em casa, mas muitas vezes saímos, veja só, para dançar…Foi uma das muitas coisas que ela me ensinou.
GC – Você tem alguma dica sobre como fazer para ter um perfil mais atraente nos sites?
AG – Uma das melhores formas para conhecer alguém é se tornar uma pessoa cada vez melhor. Ler bons livros, assistir a bons filmes, acompanhar as notícias do Brasil e do mundo através de portais, jornais, revistas e bons programas de rádio e televisão, conviver com pessoas boas, que tenham o que dizer e que, mais que palavras, tenham atitude e se preocupem com os outros; fazer esportes e procurar ter uma vida saudável. Se você for uma pessoa mais completa, terá mais chances de se interessar por pessoas com conteúdo e de atrair quem é realmente legal.
GC – Os encontros, hoje, são mais imediatos do que antigamente? Quando é o momento certo para encontrar algum paquera de site ou aplicativo?
AG – Sim, muitas vezes são mais imediatos. O “ficar” está em toda a parte! Ter algumas conversas mais longas no início é sempre recomendável. Nossa indicação no Coroa Metade é que a pessoa fale bastante primeiro dentro do site e, também, que preste muita atenção nos detalhes. Se a pessoa que está se interessando por você perguntar três vezes, ainda que em dias diferentes, qual é a sua profissão ou quantos filhos você tem, é um forte indício de que o interesse não é real ou de que ela está flertando ao mesmo tempo com várias pessoas; se diz que é médica e, uma semana depois, conta que é advogada, fica claro que está mentindo. Outras dicas se referem ao primeiro encontro. Marque sempre para um lugar público, como um shopping center. Não deixe a pessoa buscar você em casa. Vá por conta própria. Peça para alguém telefonar para você, e responda algo do tipo: “cheguei, sim, está tudo bem. Estou aqui no Shopping Center tal…”, para deixar claro que seus amigos e parentes sabem que você foi encontrar uma pessoa que conheceu no site. Na hora de voltar, por mais simpática e atraente que a pessoa seja, retorne também por conta própria. A maioria dos usuários tem boas intenções, mas é preciso tomar os mesmos procedimentos que você teria, por exemplo, em um barzinho, quando alguém olha para você e inicia uma conversa.
GC – Por que você sempre fala nas entrevistas sobre dicas de segurança?
AG – Muitas vezes as pessoas estão mais fragilizadas, solitárias e por isso mais suscetíveis a caírem em golpes. No site temos medidas para combater a ação de golpistas, como aprovação manual dos cadastros e botões para que posturas inadequadas, como pedido de dinheiro e atitudes preconceituosas, sejam denunciadas, anonimamente. Também são enviados diversos alertas para os usuários. A primeira mensagem chega até a assustar. Preferimos que alguém fique com receio e desista do site a que entre sem saber dos riscos. Também colocamos Dicas de Segurança, que servem para os usuários do nosso site, mas também podem ser interessantes para usuários de outros sites e Redes Sociais.
GC – Você pode aprofundar um pouco mais essa questão sobre a segurança?
AG – Sim, é sempre necessário estar muito atento. Em muitos lugares, como hotéis, restaurantes, bares, festas, navios, praias e até mesmo templos religiosos, você pode encontrar pessoas maravilhosas, boas e corretas, mas há gente desonesta e aproveitadora. O mesmo acontece no mundo virtual, onde é ainda mais fácil criar um personagem para conquistar e ludibriar. Há normas de conduta que devem ser seguidas. Uma fundamental: nunca, em hipótese alguma, envie dinheiro para a pessoa de quem você está se aproximando. E denuncie aos organizadores do site se alguém pedir dinheiro para você ou mesmo se tiver atitudes inconvenientes. Ainda neste tema, os motivos mais constantes alegados pelas pessoas desonestas para o pedido de dinheiro são: para o tratamento de doenças graves ou de contas hospitalares; para a liberação de passaportes, bagagens e entrada no país; para o pagamento das passagens para irem ao seu encontro; para a libertação de um presente de valor ou dinheiro supostamente enviados para você; para pagar contas, inclusive de telefone; para continuar se comunicando com você e para a liberação de heranças (algumas vezes dizem que precisam se casar rapidamente para receber uma herança deixada por um parente distante). Há outros motivos ardilosos. Esses são apenas os mais utilizados. Não acredite nunca e, repetimos, em hipótese alguma mande dinheiro seja qualquer que seja o motivo alegado. Outra dica: não dê seu e-mail, Facebook ou outros dados pessoais no início do relacionamento virtual. Como os golpistas sabem que podem ser rapidamente eliminados do site, fazem de tudo para conseguir essas informações logo de início, para depois permanecerem em contato. Muitas vezes pedirão seus dados já na primeira ou segunda vez que conversarem. Proteja suas redes sociais, já que nelas os golpistas podem encontrar informações importantes sobre sua vida, o que pode facilitar a ação. Os sites de namoro foram desenvolvidos para que você se comunique com segurança por dentro do site, sem que seja necessário enviar informações pessoais.
GC – Que outras dicas, além da questão da segurança, você pode dar para quem está à procura do grande amor?
AG – Entre com o coração aberto e acredite que sempre é tempo para ser feliz. Mágoas e tristezas fazem parte da vida. Há milhões de pessoas em todo o mundo que se encontraram pela Internet e hoje são casadas e felizes. Ou seja: entre 100% peito aberto. Mas também ingresse no site com a mente 100% atenta, lembrando de todas as dicas e de tudo o que você sonha e busca. Não há contradição alguma entre o sentir e o pensar, entre a paixão e a razão…Também é importante saber que por mais autêntica e verdadeira que uma pessoa for, não existe essa história de “Relacionamento Virtual”. O meio é que é virtual. O relacionamento é real! O que vale é a hora do encontro, o olhar, a energia, o beijo, o cheio, o toque… Não somos máquinas! Somos seres humanos! E depois disso, o que vale é o cotidiano e é preciso saber viver o dia-a-dia. Todo mundo é perfeito à distância. Todo mundo tem uma vida maravilhosa pelas Redes Sociais. O Facebook do vizinho é sempre verde e atraente! Na vida real existem problemas, há momentos desgastantes e não dá para ser feliz o tempo todo. A vida não é uma propaganda. O verdadeiro amor implica também em tolerância, em compreensão e em ser companheiro nos grandes e pequenos momentos, nos instantes de plenitude e nas horas difíceis.







