CONSELHOS DE STEVE JOBS SOBRE A VIDA E A MORTE

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“Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que conheço de evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder.

 Você já está nu. Não há motivo para não seguir o seu coração.”

Cerca de seis anos antes de sua morte prematura, ocorrida no dia 5 de outubro de 2011, aos 56 anos, após conviver por anos com um câncer no pâncreas identificado em 2004, Steve Jobs (Steven Paul Jobs), cofundador da Apple, fez um discurso inicial na Universidade Stanford e em termos premonitórios ele insistiu com os formandos para “viver cada dia como se fosse o último, porque um desses dias, vocês certamente estarão certos.”

Ele continuou: “Quando ouvi este conselho pela primeira vez aos 17 anos, causou-me forte impressão, e desde então, nos últimos 33 anos, tenho olhado no espelho toda manhã e perguntado a mim mesmo: ‘Se hoje fosse o último dia da minha vida, eu desejaria fazer o que estou para fazer hoje?’ E toda vez que a resposta é ‘não’ durante muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa.

“Lembrar que logo estarei morto é a coisa mais importante que encontrei para ajudar-me a fazer as grandes escolhas na vida, porque quase tudo – todas as expectativas externas, todo o orgulho, todo o medo de constrangimento ou fracasso – essas coisas simplesmente desaparecem em face da morte, deixando apenas aquilo que é realmente importante.

“Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que conheço de evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há motivo para não seguir o seu coração.”

Steve Jobs revelou que um ano antes ele fora diagnosticado com câncer incurável no pâncreas, do tipo que provoca a morte numa questão de meses. “Meu médico me aconselhou,” disse Jobs, “a ir para casa e colocar meus negócios em ordem, um código usado pelos médicos para dizer ‘prepare-se para morrer’. Significa tentar dizer aos filhos tudo que você pensava ter dez anos para dizer a eles, em apenas alguns meses. Significa assegurar que tudo está sob controle, para que seja o mais fácil possível para a sua família. Significa dizer adeus.”

Steve Jobs viveu com aquele diagnóstico por um dia antes de uma biópsia provar que o diagnóstico original tinha sido errado. Ele tinha câncer no pâncreas, mas do tipo que era tratável. Na verdade, ele viveu mais sete anos após aquele diagnóstico. Porém aquela experiência mudou para ele de uma verdade intelectual a uma verdade real. Como ele disse aos formandos de Stanford: “Aquilo foi o mais perto que já estive de enfrentar a morte, e… tendo passado por isso, posso agora dizer a vocês com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito útil mas puramente intelectual”.

“Ninguém deseja morrer, até as pessoas que querem ir para o Céu não querem morrer para chegar lá, e apesar disso, a morte é o destino que todos partilhamos. Ninguém jamais escapou. E assim é que deveria ser, porque a morte provavelmente é a melhor invenção da vida. É o agente que muda a vida; tira o velho para dar lugar ao novo, e nesse momento, o novo são vocês. Mas algum dia, não muito distante de agora, vocês gradualmente se tornarão o velho e serão afastados.

“Desculpem por ser tão dramático, mas é verdade. Seu tempo é limitado, portanto não o desperdicem vivendo a vida de outra pessoa. Não sejam encurralados por dogma, que é viver com os resultados do raciocínio de outra pessoa. Não deixem que o barulho das opiniões alheias abafe a sua voz interior, seu coração e sua intuição. Eles de alguma forma já sabem o que vocês realmente querem ser. Tudo o mais é secundário.”


 

SOBRE STEVE JOBS

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Idolatrado pelos consumidores de seus produtos e por boa parte dos funcionários da empresa que fundou em uma garagem no Vale do Silício, na Califórnia, e ajudou a transformar na maior companhia de capital aberto do mundo em valor de mercado, Jobs foi um dos maiores defensores da popularização da tecnologia. Criador da Apple, do estúdio de animação Pixar e pai de produtos como o Macintosh, o iPad, o iPhone e o iPod, acreditava que computadores e gadgets deveriam ser fáceis o suficiente para ser operados por qualquer pessoa, como gostava de repetir em um de seus bordões prediletos era “simplesmente funciona” (em inglês, “it just works”), impacto que foi além de sua companhia e ajudou a puxar a evolução de produtos como o Windows, da Microsoft.

A luta de Jobs contra o câncer desde 2004 o deixou fisicamente debilitado nos anos de maior sucesso comercial da Apple, que escapou da falência no final da década de 90 para se transformar na maior empresa de tecnologia do planeta. Desde então, passou por um transplante de fígado e viu seu obituário publicado acidentalmente em veículos importantes como a Bloomberg.

Do pai adotivo, herdou a paixão de montar e desmontar objetos. Assim como Paul, Steve não chegou a ser um especialista em eletrônicos, mas ao aprender os conceitos básicos conseguiu se aproximar das pessoas certas no lugar certo. Vivendo no Vale do Silício, conheceu Steve Wozniak, gênio criador do primeiro computador da Apple. Trabalhou na Atari até decidir criar, com Woz, sua própria empresa.

Em mais uma conexão com a contracultura, Jobs teria tido um relacionamento de curta duração com a cantora folk Joan Baez, ex-namorada do ícone da música Bob Dylan, talvez o maior ídolo do empresário.

Casado com Laurene Powell desde 1991, Jobs deixou quatro filhos: Reed Paul, Erin Sienna, e Eve, nascidos de seu relacionamento com Laurene, e Lisa Brennan-Jobs, de um relacionamento anterior com a pintora Chrisann Brennan.

Fonte: G1- O portal de notícias da Globo.

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