MUDANÇAS

Antes, pois, de termos como meta modificar os que nos cercam, modifiquemos a nós mesmos, servindo de exemplo.

 

Quando eu era jovem e livre, sonhava em mudar o mundo. Na maturidade, descobri que o mundo não mudaria.

Então resolvi transformar meus pais. Depois de algum esforço, terminei por entender que isso também era impossível.

No final de meus anos procurei mudar minha família, mas eles continuaram a ser como eram.

 Agora, no leito de morte, descubro que minha missão teria sido mudar a mim mesmo. Se tivesse feito isso, eu teria sido capaz de transformar os que me cercam.

Então, essa mudança afetaria meus pais e, quem sabe, o mundo inteiro.

*   *   *

Esses dizeres foram encontrados no túmulo de um bispo anglicano do século XII, na abadia de Westminster e nos conduzem à meditação sobre como nos portamos na vida.

Somos daqueles que reclamamos que o mundo está ruim? Que não existem pessoas honestas e corretas? Ou somos daqueles que estamos exemplificando a honestidade?

Quando alguma coisa errada é descoberta na empresa em que trabalhamos, temos a coragem de admitir que fomos nós o culpado pelo erro, ou preferimos deixar tudo por isso mesmo e que outro acabe por levar a culpa?

Se o caixa do supermercado nos dá troco a mais, temos a honradez de devolver, dizendo que ele se equivocou, ou embolsamos o dinheiro pensando que, afinal de contas, tanta gente já nos lesou em outras oportunidades?

Somos daqueles que reclamamos que o mundo não tem mais jeito? Que ninguém se importa com ninguém? Ou somos daqueles que estamos sempre atentos, verificando como e onde podemos ajudar?

 Quando andamos nos coletivos urbanos, preferimos baixar a cabeça, fingindo que não vemos nada do que está acontecendo ao nosso redor, para que não tenhamos que ceder o nosso assento? Ou nos importamos em verificar se uma pessoa idosa, alguém obeso, com criança ao colo, entra e nos levantamos de pronto, permitindo-lhe chegar ao seu destino sem maiores dificuldades?

 Quando andamos pela rua, levando a passear o nosso animalzinho de estimação, preocupamo-nos em que ele não suje as calçadas e os gramados? Tomamos cuidado para que ele não assuste crianças e idosos que igualmente passeiam pelas ruas, aquecendo-se sob o mesmo sol?

 Quando andamos de bicicleta, respeitamos os sinais de trânsito, as leis e as pessoas? Ou, para nossa segurança, andamos pelas calçadas que é o lugar dos pedestres?

 Quando não encontramos vaga para estacionar o nosso carro, procuramos um estacionamento ou preferimos, por economia e comodidade, estacionar de forma irregular, em calçadas ou filas duplas?

 Pensemos nisso: nossa maneira de ser e agir contribui valorosamente para melhorar ou piorar a sociedade de que fazemos parte.

 

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Toda a mensagem é um convite à criatura para o seu aperfeiçoamento que, em verdade, lhe constituirá felicidade. Antes, pois, de termos como meta modificar os que nos cercam, modifiquemos a nós mesmos, servindo de exemplo.

O esforço pela perfeição elimina projeções negativas e estabelece diretrizes de harmonia.

Quem se modifica, melhorando-se, contribui com parcela preciosa para a melhoria da sociedade.


FONTE – Redação do Momento Espírita, com notas iniciais da mensagem Mudanças, de autoria ignorada.

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