PAISES, INCLUINDO O BRASIL, VOTAM CONTRA ISRAEL NA UNESCO – POR ALEXANDRE NIGRI

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Viés político-ideológico ou não, membros da ONU no ano passado propuseram e aprovaram exatamente vinte resoluções contra Israel e contra todos os demais países do planeta apenas três. 


Recentemente a UNESCO (braço da ONU para desenvolvimento da educação ciência e cultura), votou uma resolução apresentada pelos países: Argélia, Egito, Líbano, Marrocos, Omã, Qatar, e Sudão contra a história universal e que foi aprovada por vinte e quatro votos a quatro com vinte e seis abstenções.

Viés político-ideológico ou não, membros da ONU no ano passado propuseram e aprovaram exatamente vinte resoluções contra Israel e contra todos os demais países do planeta apenas três. Nos últimos dois anos o conselho de direitos humanos da ONU, condenou mais Israel por crimes do que a todos os demais países do planeta juntos. Em um mundo onde vemos tráfico de pessoas para prostituição, estupro, e sistemática violação dos direitos humanos da mulher, em 2016, Israel, foi o único país a ser condenado por violência à mulher, sendo Israel um pais onde mulheres lideram corporações, ocupam cargos na corte suprema, no parlamento, e chegaram até a liderar o próprio País.

Mais especificamente falando da resolução 40 com 7ª. 15, o documento além de condenar Israel por colocar em risco o local, ignora qualquer vínculo das raízes judaicas, nomes, referência histórica, pertencimento de direito e posse do sítio do Monte das Oliveiras e reconhece o Monte do Templo apenas pelo nome árabe de Al-Haram Al Sharif.

O estrambólico papel a que se sujeitou a UNESCO põe a prova, a real capacidade desta instituição de cumprir com seu proposto de órgão balizador e de referência, na medida em que deseduca e “desacultura” a comunidade internacional.

Em uma declaração logo após o evento, o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse, fazendo um paralelo do quão descolada da realidade histórica lhe pareceu tal resolução: – Dizer que Israel nada tem a ver com o muro das lamentações e com sua história, é como dizer que a grande muralha chinesa não pertence a China, ou é como dizer que as pirâmides não pertencem ao Egito.

Sabe-se que o sitio é considerado o local mais importante para os judeus, pois ali foram construídos os dois templos sagrados, sendo o primeiro pelo Rei Salomão 1.000 a.C e o segundo 40 a.C. É de se ver também que tamanha é a conexão do muro das lamentações com o povo judeu que na diáspora e inclusive em Jerusalém, o povo semita orienta suas preces em direção ao muro, já muçulmanos principalmente palestinos residentes em Jerusalém fazem suas orações dirigindo-se a Meca na Arábia Saudita, o lugar mais sagrado para árabes muçulmanos. Meca situa-se a sudeste de Israel, portando, quem reza olhando Meca se estiver no sul de Israel, reza normalmente de costas para o Muro das Lamentações e para a mesquita de Al-Haram Al Sharif, e quando fora de Israel nunca em direção a Jerusalém.

O Alcorão, livro sagrado para os muçulmanos que com muito respeito aqui faço referência, não traz qualquer menção a Jerusalém, aos Templos ou à Mesquita Al-Haram Al Sharif, enquanto sabemos a bíblia traz vasta menção a Jerusalém, ao Templo Sagrado inclusive em suas medidas.

O Muro das Lamentações sempre foi local de peregrinação para os irmãos judeus e cristãos católicos e evangélicos e para historiadores que do ponto de vista acadêmico sempre buscaram conhecer este patrimônio cultural que repousou até então sob a doutrina do que deveria ser uma tríade fraternal com o povo muçulmano, mas que termina de sucumbir com a pouca esperança de paz em face da ideologia de uma minoria que insiste em reescrever a história, seja pela brutalidade do terrorismo, seja pelas vantagens diplomáticas que gozam na disfuncional metodologia regimental de votação da ONU.

Nesta última, esta representação composta pelos chamados revisionistas ou integracionistas que, mais uma vez afirmo, não representam a maioria da comunidade árabe muçulmana com quem o povo judeu busca a paz e harmonia, pois que assim o fez por séculos, busca ao propor tais moções, impingir por maioria esmagadora em chapa de coalisão com os demais países árabes, no que se propõem votar e vencer, resoluções de toda sorte contra o Estado de Israel que ademais, não possui petróleo para barganhar apoio de outros países.

Sabemos que a história até muito pouco foi escrita e reescrita por aqueles que sobreviveram às guerras e impuseram suas verdades às alturas e forças de suas espadas em detrimento dos que tombaram pelo bem comum. Imagine agora a história reescrita por uma instituição como a ONU em plena era da internet? Será?

Estado de negação das verdades de alguns traz como consequências para muitos, difusão de inverdades que permeiam as camadas mais desinformadas, que promove sincretismo de ideologia do ódio, e não a história. Cristaliza a ignorância das massas em direção à intolerância e mais violência.

Dizia Joseph Goebbels o ministro da propaganda de Hitler que de tanto repetir uma mentira ela acaba por tornara-se verdade, vamos, pois em bom caminho se essa é a ideia da ONU.

É também uma resolução que traz elemento institucional e jurisprudencial para outros tribunais, para outras instâncias deste interminável conflito geopolítico que deve interessar a alguém senão teria acabado.

Termino dizendo que juntamente com os vinte e quatro países votantes a favor desta resolução estava o Brasil. São estes países: Argélia, Bangladesh, Chade, China, Republica Dominicana, Egito Iran, Líbano, Malásia, Marrocos, Ilhas Mauricio, México, Moçambique, Nicarágua, Nigéria, Omã, Paquistão, Qatar, Rússia, Senegal, África do Sul, Sudão e Vietnam.

 Pergunto-me, se alguma única destas nações seria exemplo de respeito aos direitos humanos? Como entender inclusive que nós brasileiros, o maior país cristão do mundo tenha votado a favor desta moção? Resquícios de uma tentativa de governo bolivariano a ser instalado na América Latina?


Alexandre Nigri é administrador de empresas com especialização em real estate. É CEO da MCP Realty, vice-presidente do Grupo Maxinvest, sócio da incubadora click28 e membro do conselho de administração e seed investor da startup PagPouco.com.

anigri@maxinvest.com.br

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