GUET – O DIVÓRCIO JUDAICO – RABINO ARIEH RAICHMAN

323_história_1_1Um documento, chamado Guet, é escrito por um escriba. O marido entrega o guet para a esposa na frente de testemunhas.


Uma vez, um casal judeu casou-se em cerimônia judaica. Depois de alguns meses, eles perceberam que não foram feitos um para o outro e realizaram o divórcio civil. Suas vidas continuaram e ambos se casaram novamente. A Torá diz que, em tal caso, um Guet (divórcio judaico) deveria ser emitido. O que é e por que é tão importante?

O casamento é um pacto tão poderoso entre dois indivíduos que o mero desejo de separar não é suficiente. No dia do casamento, enquanto sob o chupá, duas almas separadas se tornaram unidas. Como essa união ocorreu com a ajuda de D’us, é somente com Sua orientação que a separação pode ocorrer. Assim vem o divórcio judaico.

Um documento, chamado Guet, é escrito por um escriba. O marido entrega o guet para a esposa na frente de testemunhas. Há muitos detalhes desde os nomes até o texto, que forçam essa cerimônia a ser realizada apenas por especialistas no campo rabínico. Infelizmente, se a cerimônia não for cumprida corretamente, dificultará que cada um siga com sua vida, pois suas almas ainda estão conectadas. Também é possível que a próxima geração tenha vários problemas como “Mamzerim”, herança.

Novo casamento

Mesmo que exista a lei do divórcio, é uma mitzvá ainda maior se casar novamente com o mesmo marido/esposa (contanto que não tenham se casado com outra pessoa neste ínterim).

Houve um casal que por muitos anos não teve filhos. O marido decidiu se divorciar e foi até Rabi Shimon Bar Yochai para obter instruções. Rabi Shimon disse-lhe que, assim como celebraram com alegria seu vínculo mútuo quando se casaram, o rompimento de seu vínculo mútuo deveria ser celebrado com alegria.

O marido, portanto, preparou uma grande festa e, no meio da celebração, chamou sua esposa e pediu-lhe que escolhesse o que desejasse de suas posses para ser dela. O que ela fez? Ela serviu-lhe tanto vinho que ele ficou bêbado e adormeceu. Ela então disse a seu servo para levá-lo a seu quarto na casa de seu pai.

Na manhã seguinte, quando ele acordou e se encontrou na casa de seus antigos sogros, perguntou por que ele foi levado para lá – não estava claro que pretendia se divorciar dela? Ela respondeu: “Você não me disse que eu poderia pegar o que quisesse? Não desejo ouro, nem prata, nem pedras preciosas, nem pérolas. Tudo o que eu quero é você”.

Quando o marido ouviu isso, tornou-se novamente enamorado de sua esposa e a tomou como antes. E neste mérito o Santo, bendito seja Ele, concedeu-lhes filhos.

Graças a D-s, não todo mundo passa por um divórcio ou mesmo o comemora. No entanto, no sentido espiritual, sim. Ao longo do ano, podemos nos divorciar emocionalmente ou mesmo fisicamente de certas pessoas por causa de várias coisas que podem ter feito.

Shalom.


Rabino Arieh Raichman – Nasceu em Houston, Texas, e estudou em várias Yeshivot da Argentina, Brasil e Estados Unidos. Recebeu sua Smicha- Certificado de Rabino da Rabbinical College of America, e também é formado em Mohel. Desde 2009, juntamente com sua esposa e quatro filhos, é o emissário de Chabad em Manaus, Amazonas.

chabadmanaus@gmail.com – Beit Chabad Manaus – www.chabadmanaus.com

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