ANTES TARDE QUE NUNCA – POR JAYME VITA ROSO

356_especial_3_1Com esse título, tão conhecido provérbio, popularíssimo, pouco lembrado nos dias que correm, a revista Science[1], através de H. Holden Thorp, seu editor-chefe, confessa não ter reverenciado a memória da Dra. Rita Levi-Montalcini, quando faleceu em 2012, em suas Retrospectivas, sempre publicadas quando se presta tributo aos que se despedem do mundo: proeminentes cientistas!

O que o levou a fazê-lo, nada mais, nada menos, a escrever o tributo mencionado, decorreu da morte do Dr. Stanley Cohen (1922 – 2020)[2], no dia 5 de fevereiro deste ano.

Lembremos.

Stanley e Rita trabalharam juntos, ele como assistente, e concluíram, após árduos experimentos: “Levi-Montalvini fez a observação crucial que atividades biológicas NGF advinham de substâncias difusíveis. Cohen, então, provou que uma única proteína era o agente responsável – um avanço científico importante, que fez do NGF um agente reconhecido cientificamente. Ambos, Cohen e Rita, eram pensadores criativos e experimentalistas determinados. Como Cohen disse certa vez: ‘sozinhos, éramos dedicados e competentes. Juntos, éramos maravilhosos’”[3], lembrando a probidade de Cohen: “Cohen era bastante orgulhoso. Ele sempre tomou grande cuidado em publicar qualquer material de seu laboratório até estar seguro repetidas vezes”.[4]

E, concluindo com H. Holden Thorp: “Meus colegas me contaram inúmeras histórias sobre Levi-Montalcini e sua graciosidade e elegância. Ela era apaixonada pela ciência e uma investigadora sem precedentes. No discurso de aceitação de seu Prêmio Nobel, enquanto descrevia como as diretivas fascistas de Mussolini foram designadas por 10 cientistas, ela pôs ‘cientistas’ entre aspas. Depois ela viria a se tornar senadora na Itália e faleceria por lá, aos 103 anos.

Sentimo-nos felizes em lhe dar o tributo que merece, na Science.

Antes tarde que nunca, Rita.”[5]


[1]Science, vol. 367, nº 484, publicação 6484, de 20 de março de 2020.

[1] Stanley, junto de Rita, receberam o prêmio Nobel de Medicina por terem descoberto o “fator do crescimento nervoso”, cuja sigla em inglês é NGF.

[1]Ibidem, p. 1307.

[1]Ibidem.

[1]Ibidem, p. 1283.


JAYME VITA ROSO – Graduado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, é especialista em leis antitruste e consultor jurídico de fama internacional, ecologista reconhecido e premiado, “Professor Honorário” da Universidade Inca Garcilaso de La Vega de Lima, Peru e autor de vários livros jurídicos. Saiba mais.

vitaroso@vitaroso.com.br


[1]Science, vol. 367, nº 484, publicação 6484, de 20 de março de 2020.

[2] Stanley, junto de Rita, receberam o prêmio Nobel de Medicina por terem descoberto o “fator do crescimento nervoso”, cuja sigla em inglês é NGF.

[3]Ibidem, p. 1307.

[4]Ibidem.

[5]Ibidem, p. 1283.

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