PAPA ALMOÇA COM LIDERANÇAS JUDAICAS DA ARGENTINA
Em um almoço com o Papa Francisco no Vaticano, organizado por Claudio Epelman, diretor executivo do Congresso Judaico Latino-Americano (CJL) e o Rabino Abraham Skorka (todos na foto acima, mais Julio Schlosser), do qual também participaram 15 representantes da comunidade judaica argentina, o Papa Francisco exprimiu que “considera transcendental sua próxima visita a Israel, e nos revelou que a vive com grande expectativa”, declarou Epelman.
Desta vez, o Papa recebeu diferentes líderes, entre dirigentes e rabinos, todos representantes da comunidade judaica argentina, a maior da América Latina. Como um gesto inequívoco de hospitalidade, o Papa Francisco serviu a todos os convidados comida casher – alimentos elaborados segundo os preceitos alimentares pertinentes a religião judaica .
“O Papa Francisco nos recebeu em sua residência de Santa Marta por duas horas, nas quais pudemos conversar sobre como aprofundar as relações entre judeus e católicos” contou Epelman, e agregou: “no momento em que recebeu a delegação, o Papa Francisco nos disse: ‘Dou-lhes as boas vindas e espero que este encontro nos ajude a fazer crescer tudo o que semeamos juntos”.
Os quinze líderes da comunidade judaica argentina, que tiveram a oportunidade de participar de uma reunião com o líder maior da Igreja Católica ficaram simplesmente entusiasmados. O Papa recebeu-os como seus “irmãos” e tornou o almoço um momento “histórico”. O ex-cardeal Jorge Bergoglio sentou-se amigavelmente em uma mesa cercada por rabinos e líderes da comunidade judaica.
“Nada mais será igual. Na minha vida é algo inesquecível “, disse o presidente de uma entidade israelita que participou da reunião. “Ele tem um significado global da presença da comunidade judaica com o Papa.”
Alguns dos participantes disseram ter a certeza de que foi a primeira vez que a comida casher foi servida, e que foi cantado em hebraico, no Vaticano. Uma mesa simples e redonda simbolizava um marco na história do diálogo inter-religioso.
“Hine ma tov Uma Naim shevet ahim gam Yahad” foi a música cantada com o Papa, e é o fragmento de um Salmo de David que diz que “como agradável e bonito é irmãos se sentarem juntos. “
Talvez o momento mais emocionante, e que causou a espontaneidade que reflete esta fotografia acima, tão cativante, foi quando o vinho de mesa Kosher foi compartilhado e fez com que todos brindassem um l’chaim (um brinde à vida).
Entre os participantes da delegação, estiveram Julio Schlosser, presidente da DAIA; Javier Mutal, tesoureiro do Congresso Judaico Latino-Americano; Waldo Wolff, vice-presidente da DAIA; Javier Veinberg, presidente da Federación de Clubes – FACCMA; Marcelo Polakoff , presidente da Assembléia Rabínica – rabino de Córdoba- Isaac Sacca, rabino Sefaradi; Raul Bergman, presidente de Bnei Tikva; Ariel Stofenmacher, director executivo do Seminario Rabínico; Raul Feler, de Tucumán; Marcos Grabivker, vice-presidente da Asociação Internacional de Juristas Judeus; Boris Kalnicki, Confraternidade Judaica-Cristã; Claudio Avruj, presidente do Museu do Holocausto; além de Ariel Isaak e Ariel Seidler, ambos jovens que ocupam cargos no Congresso Judaico e cuja conversa deles com o Sumo Pontífice despertou especial interesse do Papa.
Pelo Vaticano, participaram o Cardeal Kurt Koch, presidente da Comissão de Diálogo com os Judeus; o Padre Norbert Hofmann, secretário da Comissão Anterior e o Padre Renczes, da Universidade Gregoriana, onde o rabino Skorka, mais tarde, discorreu sobre diálogo inter-religioso.
“Esse encontro foi sem precedentes pela simplicidade com que fomos recebidos”, concluiu Epelman. “Todos no almoço, sentados ao redor da mesa cantamos juntos em hebraico, o Salmo 133, que diz “Não há nada mais belo, nem agradável que ver os irmãos viverem juntos e em harmonia”.