CONVERSANDO COM O DR. LUIZ CUSCHNIR
Espaço para você interagir diretamente com o profissional, enviando suas perguntas. Elas serão respondidas com preservação de sua identidade.
PERG – Olá, Doutor! Vivo um conflito, não sei se me separo de meu atual marido. Tenho asma grave, um filho maravilhoso de meu primeiro casamento (casei-me obrigada na época e separei-me quatro anos depois). Sempre tive dificuldades em romper relacionamentos. Apesar da doença, sou independente e consegui meu imóvel,trabalho estável e meu filho em uma faculdade pública.Bom,com o atual há 6 anos, foram tempos difíceis, era muito estúpido e depois que eu quis me separar foi melhorando (2011). Engordei muito, adoeci mais, cheguei a ir para UTI (2007) com a asma. Ele tem um lado bom, outro acomodado. Não muito saudável, temos afinidades sexuais, adoramos viajar. Às vezes nas brigas ele me dizia que eu era o homem da casa, mas também agora que passou aos poucos a tomar a frente ainda deixa a desejar. Eu agora sou menos dedicada…Ele perdeu a mãe cedo(9 anos). Melhorou um pouco, mas ainda acho que não é suficientemente dedicado, apesar de minha saúde frágil me acho mais determinada e forte. Às vezes acho que lutei tanto e essa relação parece que atrasou minha vida. Ele perdeu muito tempo e sinto que não tenho mais paciência com sua lerdeza (homem forte,cheio de saúde, que achou tudo pronto). Esse pensamento de separação me atormenta dia e noite, mas não me decido. Ele também teve uma relação difícil com o pai(agora se acertaram).Sinto que me trata verdadeiramente bem quando viajamos. Até o pai dele já disse que ele oscila muito, mas eu agora retruco…antes tinha medo. M.E., 51 anos.
RESP – M. E., tudo bom? Pelo jeito você está cheia de conflitos, não? Provavelmente a tua saúde frágil já propicia um desgaste que as vicissitudes do dia-a-dia num casamento, exacerbam tanto os conflitos como as dúvidas por qual caminho seguir. A avaliação do caminho a seguir deve ser feita com um acompanhamento em psicoterapia com um profissional apto para te ajudar a discernir por onde ir. Pelo jeito há sinais de melhora em relação nas atitudes dele mas você ainda não acha o suficiente. Precisa separar bem o que é uma insatisfação eminentemente sua, insaciável, ou algo que poderia se esperar mais dele. Além disso verificar muito seriamente se você tem as condições emocionais de enfrentar uma separação. Se você puder fazer acompanhar alguns dos meus trabalhos na área de psicoterapia, seria muito bom.
Abraços,
Luiz
PERG – Há alguns meses escrevi para o senhor, relatando sobre minha separação. Já se passaram 5 meses, mas eventualmente, como nos últimos dias, tenho recaídas dolorosas. Estou em terapia, mas me assusto por ainda gostar de alguém que se “desfez” de mim com aparente facilidade. Hoje em especial, tenho vontade de ligar, falar com a pessoa que admirei e amei (amo). Meu coração está explodindo de saudade. Temos tanto em comum, e estas afinidades se sobrepõem, ainda, a qualquer ponto negativo a que eu possa me apegar para afastar-me. Não houve fato, nem indício, de que ele iria tomar essa decisão, e isso me desampara. Em um intervalo curto de tempo sua declaração de “tenho medo de te perder” e , na conversa final, “não sei quando nem por que perdi o interesse”. É muito louco………..
Pergunto: em uma recaída, cabe uma ligação, um contato, sei lá……..é tão dificil a “eutanásia” do sentimento.
Meu Deus, como dói!
At.
L., 31 anos
RESP – L., é recaída sua sim. Você deve estar alimentando uma lembrança que precisa ser melhor elaborada. Veja bem porque está fazendo isso e se não consegue transformar em algo positivo, deixar em um lugar mais saudável, é porque este amor está te privando e impedindo de seguir para frente.Descubra-se de outras maneiras que não essa.
Te falei, ele não pode ser o pai dos teus filhos.
Abraços,
Luiz
LUIZ CUSCHNIR – Psiquiatra e psicoterapeuta. Saiba mais.
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