GENTÍSSIMA – ANDRÉ FELIPE TAL, JORNALISTA – POR GLORINHA COHEN
Se é verdade que André Felipe Tal é um jovem charmoso, de bem com a vida e cheio de sonhos no auge dos seus 35 anos, não menos verdade é a paixão que impregna no jornalismo sério que faz, o que já lhe rendeu prêmios importantes como o Prêmio Esso de Telejornalismo 2008 com a reportagem “Dossiê Roraima: Pedofilia no Poder”; o Prêmio Embratel de Telejornalismo 2011 e, mais uma vez o Prêmio Esso de Telejornalismo 2011, ambos com a série de reportagens “Transamazônica, a estrada sem fim”.
Correspondente da Rede Record em Londres, foi ele quem fez a cobertura da recente Olimpíada de Inverno em Sochi e, diga-se de passagem, constituiu-se numa das melhores apresentadas nas telinhas brasileiras. Venceu mais uma vez o talento desse profissional extraordinário, corinthiano de carteirinha, e que você vai conhecer um pouco mais na entrevista exclusiva que nos foi concedida.
GC – Nascido onde e em que dia.
AT – São Paulo, 24/08/1978
GC – Comida preferida.
AT – Cordeiro
GC – Time de futebol.
AT – Corinthians
GC – Hobby.
AT – Futebol e Snowboard
GC – Descreva você mesmo.
AT – Apesar de 35 anos, ainda me considero um jovem cheio de sonhos. Sou muito apegado à família e amigos. Respeito as pessoas pelo caráter delas e não pelo cargo ou posses. No meu trabalho, a maior recompensa é a chance de explorar o mundo e conhecer pessoas e idéias diferentes todos os dias.
GC – O que o tira do sério?
AT – Atraso, falta de comprometimento e gente esnobe.
GC – Experiência inesquecível.
AT – Terremoto, seguido de tsunami, que sacudiu o Japão, apenas 1 mês depois de eu me mudar para Tóquio. Na vida pessoal, foi o momento mais assustador. Na vida profissional, foi o grande desafio.
GC – Onde costuma passar as férias?
AT – Praias ou estações de esqui, de preferência.
GC – Defeitos?
AT – Ansiedade e pouca tolerância com situações que me irritam.
GC – Qualidades?
AT – Simplicidade no trato, paixão pelo trabalho, alegria no dia-a-dia.
GC – Onde fez colégio/ginásio?
AT – I.L. Peretz
GC – Como foi sua infância e adolescência?
AT – Foi uma infância alegre, com muitos amigos e sempre ao lado dos meus pais e irmão. Minha adolescência foi marcada por viagens e aventuras. Olha para trás e não me arrependo de nada.
GC – Ator, Atriz e político que mais admira.
AT – Al Pacino, Meryl Streep, Winston Churchill e Itzhak Rabin.
GC – Lugar do mundo preferido e por que?
AT – Para férias, Havaí. Um paraíso com praias, cachoeiras, trilhas, vulcões e animação. Mas o país que mais me impressionou foi o Canadá. Além de todas as belezas naturais, encontrei lá uma sociedade organizada e justa e as pessoas são simpáticas.
GC – Pessoa ideal.
AT – Me espelho em tudo o que meu pai já fez na vida.
GC – Palavra que gosta.
AT – Vitória
GC – Que não gosta.
AT – Doença
GC – O que acha dos políticos brasileiros?
AT – Não gosto de generalizar porque existem grandes políticos, com ideais verdadeiros. Mas, aqui no exterior, costumo me decepcionar e me envergonhar quando olho para o espectro político brasileiro.
GC – O que o Judaísmo significa para você?
AT – É a base da minha educação e a raiz da minha origem.
GC – Fale um pouco sobre sua carreira profissional: por que escolheu a profissão de jornalista e quando sentiu que era isto que queria?
AT – Escolhi porque, antes, sonhava em ser locutor de jogos de futebol. Mas não tinha voz para isso e optei pela faculdade de jornalismo. Com o tempo, fui me apaixonando pela carreira e, assim que me formei, tive várias oportunidades. Até o momento, me considero realizado por tudo o que conquistei. O desafio é manter a carreira em alta daqui pra frente.
GC – Teve influência de alguém?
AT – Do meu pai, sempre.
GC – Dificuldades encontradas na profissão?
AT – Passamos muito tempo longe da família em algumas missões. Não temos horário definido e a profissão costuma ser pouco valorizada pelas empresas.
GC – Prêmios conquistados.
AT – Prêmio Esso de Telejornalismo 2008 – com a reportagem “Dossiê Roraima: Pedofilia no Poder”; Prêmio Esso de Telejornalismo 2011 – com a série de reportagens “Transamazônica, a estrada sem fim”; Prêmio Embratel de Telejornalismo 2011 – também com a série ” Transamazônica, a estrada sem fim”
GC – O que mais o encanta e o frustra no seu trabalho?
AT – Me encanta poder participar de expedições, cobrir grandes eventos esportivos como Olimpíadas e Mundial de Clubes e ter a chance de mostrar para as pessoas de todo o país o meu trabalho. Me frustra a incerteza de que poderei fazer o mesmo por muito tempo e o mercado cada vez menor.
GC – Qual a maior alegria que já teve como jornalista?
AT – Além dos prêmios, o dia em que uma reportagem minha ajudou no reencontro de um viciado em crack com a família. Eu conversei com ele na Cracolândia e ele me pediu ajuda, me deu o endereço da esposa e dos filhos e disse que queria sair do vício. Encontramos os parentes, que não sabiam onde ele estava. Depois, fizemos o reencontro. Hoje, ele é um homem saudável, longe do mundo das drogas.
GC – Se não fosse jornalista, qual profissão teria seguido?
AT – Empresário.
GC – Desde quando é correspondente da Record no exterior?
AT – Em 2007/2008, fiquei 4 meses no escritório de Nova Iorque, depois voltei para o Brasil. Em fevereiro de 2011, fui de vez para o escritório do Japão. Em outubro do ano passado, assumi o cargo em Londres.
GC – Qual especificamente é seu trabalho?
AT – Faça reportagens para todos os programas jornalísticos e esportivos da Record. Aqui na Europa, cubro as notícias mais importantes do continente e também produzimos matérias de saúde, estilo de vida, curiosidades, etc.
GC – Prefere trabalhar no exterior ou gostaria de voltar ao Brasil?
AT – Acho que tenho que ficar no exterior por mais um tempo para aprender e crescer como jornalista. Depois, pretendo voltar ao Brasil, que é a minha casa.
GC – Como foi a cobertura dos jogos de inverno de Sochi?
AT – Foi uma cobertura das mais difíceis. A logística montada pelos russos dificultava a movimentação entre os locais de competição. Não havia muito o que fazer depois do trabalho, então os 25 dias demoraram a passar. Mas, o resultado foi muito bom. Conseguimos produzir matérias inéditas para todos os jornais da Record.
GC – O que diria a quem começa hoje na profissão de jornalista?
AT – Não se preocupe em ser famoso ou em aparecer na tv. Se preocupe com o público. A vida de jornalista é uma eterna busca por reportagens e exclusivas ou inovadoras.