SERÁ QUE A ROUPA FAZ A PESSOA? – RABINO KALMAN PACKOUZ

Rabino Kalman Pa

O padrão de vestir-se da Torá reflete a dignidade de sermos criados à imagem do Todo-Poderoso. Quanto menos roupas a mulher veste, menos dignidade e autorrespeito ela projeta.


Com a tremenda frente fria que atingiram o hemisfério norte e o enorme calor no hemisfério sul, gostaria de falar sobre um denominador comum aos 2 casos: as roupas.

O que nossas roupas dizem sobre nós? Que imagem estamos tentando projetar? Exércitos têm uniformes, os adolescentes, as suas manias, as mulheres têm a moda, as empresas têm seu padrão de vestimenta. A Torá também tem um padrão de vestimenta para mulheres e homens que tem uma razão por trás dele – uma mensagem que a Torá nos ensina sobre a nossa própria essência.

Talvez você já tenha notado uma mulher judia ortodoxa com seus cabelos cobertos, usando um vestido que vem abaixo dos joelhos, as mangas abaixo dos cotovelos e a gola até o pescoço? Talvez você já tenha se perguntado por que elas se vestem de uma forma imutável enquanto as barras das saias vão para cima e para baixo de acordo com o que está na moda?

O Shulchan Aruch, o Código de Leis judaico, orienta que os homens e as mulheres devem se comportar com tzniut, recato. Em sua fala, seus atos e na maneira de se vestir, todos são direcionados a agirem com recato. Uma das origens desta orientação é uma profecia do Profeta Miha (6:8): “(D’us) diz a vocês, seres humanos, o que Ele requer de vocês: que façam justiça, amem a bondade e andem recatadamente com Ele”.

Por quê? Todo ser humano é composto de um corpo e de uma alma. A alma é a essência, o corpo é a cobertura ou a embalagem. No caso do vestuário, especialmente para as mulheres, quanto menos roupa, maior a ênfase na embalagem (o corpo) e menos na essência, a alma.

A Torá reconhece que o Todo-poderoso criou os homens de uma forma que eles são facilmente despertados pelo que veem. A fim de equilibrar a situação de forma que as mulheres sejam tratadas com o devido respeito, a Torá proíbe roupas sexualmente sugestivas. Atraentes, sim; provocativas, não. Como um homem certa vez me disse: “Fico intrigado com as mulheres que se vestem de uma forma que diz ‘me leve’ – e depois se queixam de que os homens não as respeitam”.

Uma mulher certa vez respondeu que se vestia provocativamente porque adorava o poder que tinha sobre os homens – distraindo-os completamente de tudo o que estavam fazendo para focar sua atenção nela.

Gila Manolson, uma especialista em espiritualidade feminina, escreveu em seu excelente livro, Outside, Inside (No Exterior, No Interior): “A mulher muitas vezes tenta ‘vencer’ no relacionamento ao semi-conscientemente apelar ou brincar com a tendência masculina de encará-la, sobretudo, fisicamente. Isso pode significar um desastre para a mulher. Mais trágico ainda: a mulher que se acostuma a ‘dirigir’ o homem desta maneira irá internalizar uma autoimagem cada vez mais superficial, até o ponto onde poderá perder de vista inteiramente o que ela realmente tem a oferecer. Além disso, enquanto seus sentimentos no relacionamento podem, de fato, aprofundar-se, não há razão alguma para esperar o mesmo em relação a ele”. (Este livro está disponível em http://www.eichlers.com/outside-inside-paperback.html).

O padrão de vestir-se da Torá reflete a dignidade de sermos criados à imagem do Todo-Poderoso. Ao invés de atrair atenção externa, a meta é ser feliz consigo mesmo, não necessitando da aprovação ou validação dos outros. Quanto menos roupas a mulher veste, menos dignidade e autorrespeito ela projeta. Eu muito lhes recomendo o artigo escrito por Dina Coopersmith intitulado “Beneath the Surface: A Deeper Look at Modesty“, disponível em http://www.aish.com/ci/w/48964691.html.

Há um segundo aspecto para o conceito de se vestir recatadamente. Quanto mais valioso algo é, mais ele é guardado e reservado para ocasiões importantes. Se uma pessoa usa sua melhor prataria em todas as refeições, ela perde a sua exclusividade. Há algo de excepcional sobre a atração física da mulher e do homem. A Torá quer que esta singularidade mantenha o seu poder bem como a sua dignidade para um relacionamento extremamente importante – o casamento.

Percebendo a necessidade, Marty Bogoratt resolveu trabalhar com os principais estilistas e fabricantes para enquadrar seus modelos com os padrões de recato da Torá, para criar roupas modernas e elegantes, mas não provocantes – a preços razoáveis. Vale a pena verificar seu site 4Modesty.com (http://www.formodesty.com/). Como eu não conheço ninguém mais fazendo isso, é justo dizer que Marty é o líder do mercado em prover roupas na moda e com recato! Como está escrito em Provérbios 11:12: “… e com os recatados se encontra a sabedoria!”.


Pensamento: “Quanto maior sua alegria com a vida,menos stress irá experimentar durante esta grande jornada”- Rabino Haim Shmuelevitz (Polônia e Israel, 1902-1978)


RABINO KALMAN PACKOUZ – Da Aish Há Torá, é o criador do Meór Hashabat, boletim semanal com prédicas. Saiba mais.

NOTA:- Desejando contribuir para o Meor Hashabat acesse o www.aishdonate.com – Email – meor18@hotmail.com

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