“ESSE VIVER NINGUÉM ME TIRA”, COM A PRESENÇA DE CACO CIOCLER

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Dia 25 de fevereiro, 20h30, no Teatro Arthur Rubinstein, na Hebraica São Paulo, haverá exibição do filme “Esse viver ninguém me tira”, com a presença do diretor Caco Ciocler. A produção do CINEGROUP marca a estreia de Caco como diretor e homenageia Aracy Moebius de Carvalho, conhecida como o Anjo de Hamburgo.

“Na verdade eu fui convidado pela CINEGROUP para dirigir esse documentário. Na época não fazia idéia de quem fosse dona Aracy”, disse Caco Ciocler especialmente para este portal. E enfatizou: “Então, poderia dizer que o motivo maior que me levou a fazer um documentário sobre ela foi, na verdade, minha vontade de me experimentar na direção de um longa metragem. É claro que à partir da minha entrada eu comecei um processo de imersão na linda pesquisa feita pela Alessandra Paiva e comecei a buscar possíveis pontos tangenciais em nossas histórias. Isso acabou sendo o fio condutor do filme, minha busca em direção à Dona Aracy e as intersecções de nossas vidas”.

O roteiro já vinha sendo desenvolvido há três anos por Alessandra Paiva, que também codirige o filme, e para registrar a história foi preciso sair em busca dos poucos documentos existentes daquela época. “Esse Viver Ninguém me Tira” procura reconstruir o passado por meio da memória de pessoas que conheceram Aracy, como seu filho Eduardo Tess, amigos como Plínio Arruda, e admiradores como a jornalista Eliane Brum, além de depoimentos das famílias que foram salvas por ela.

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Aracy Moebius de Carvalho (1908-2011) era uma mulher de coragem. Recém-divorciada do marido (com quem teve um filho), saiu do Brasil em 1935 para morar com uma irmã na Alemanha, levando consigo a criança. Aracy foi chefe do setor de passaportes do consulado brasileiro em Hamburgo, na Alemanha. Lá conheceu – e se apaixonou – pelo escritor Guimarães Rosa e ajudou vários judeus a emigrarem para o Brasil, contrariando o regime nazista e as circulares secretas emitidas pelo governo Getúlio Vargas. Única brasileira inscrita na Avenida dos Justos entre as Nações, em Jerusalém, Aracy morreu com 103 anos, esquecida, vítima do Alzheimer, mas permanece viva na memória daqueles que só existem hoje graças à sua insubordinação.