BEXIGA HIPERATIVA X INCONTINÊNCIA URINÁRIA

250_MEDICINA_2_1

Quem sofre alguma disfunção da bexiga tem entre seus desafios iniciais chegar a um diagnóstico certeiro sobre o seu problema. Dentre as doenças mais comuns que acometem a bexiga estão a bexiga hiperativa e a incontinência urinária, que embora possuam alguns sintomas semelhantes, não são a mesma coisa.

A bexiga hiperativa, como o próprio nome já explica, se caracteriza por uma atividade ou funcionamento excessivo da bexiga e tem entre seus principais sintomas uma vontade constante de urinar e também um aumento do número de micções, durante o dia e a noite, mesmo quando a bexiga não está completamente cheia. Ela também pode gerar perda involuntária de urina e por isso costuma ser confundida com a incontinência urinária. O problema atinge entre 15 e 20% da população mundial.

Já a Incontinência urinária se caracteriza essencialmente pela perda involuntária de urina, ou seja, pela incapacidade de controlar o ato miccional. A prevalência deste problema é estimada por faixas etárias, chegando a 60% em determinados grupos.

Segundo o mestre e doutor em urologia pela UNIFESP, dr. José Carlos Truzzi, as disfunções costumam gerar duvidas nos pacientes em virtude de alguns sintomas semelhantes entre as duas, da mesma forma que são envoltas em mitos, tais como o fato de a incontinência ser uma característica normal da terceira idade, quando não é. “Embora seja mais prevalente nesta faixa etária, ela não ocorre apenas em idosos e não pode ser considerado um acontecimento natural e sim uma doença que precisa e pode ser tratada”.

Para fechar o diagnóstico da bexiga hiperativa é importante identificar sua origem, que pode ser neurogênica ou idiopática, sendo o primeiro caso comumente atrelado a doenças neurológicas como AVC (derrame), trauma raquimedular, doença de Parkinson e esclerose múltipla. Na inexistência destas causas, a disfunção é classificada como idiopática, ou seja, sem um fator diretamente relacionado.

Já incontinência urinária tem seu diagnóstico atrelado ao tipo de incontinência, podendo ser relacionada ao esforço, gestação, parto, menopausa e histerectomia. Ambas as disfunções ocorrem com maior prevalência entre as mulheres.

“Tanto a bexiga hiperativa quanto a incontinência urinária comprometem de forma importa a qualidade de vida do indivíduo, interferindo em suas atividades profissionais e sociais, já que ele vira refém do seu padrão urinário”, explica dr. Truzzi.

Embora nem sempre seja possível curar a doença, existem tratamentos fisioterápicos, comportamentais e medicamentosos que são bastante efetivos para o controle de ambas as disfunções. E mesmo quando as alternativas de base não conseguem ser suficientemente efetivas, ainda é possível proceder com medidas invasivas.

A toxina botulínica intravesical tem mostrado resultado muito bom para o tratamento da bexiga hiperativa. Com duração média de seis meses de seus benefícios, ela não apresenta os efeitos colaterais frequentemente causados pelos medicamentos orais.

Casos mais complexos ainda podem se beneficiar com a neuromodulação sacral e o tratamento cirúrgico com ampliação da bexiga.

O tratamento cirúrgico da incontinência urinária visa melhorar a sustentação da uretra.


Fonte: www.controleurinario.com.br