DEBATES: AS CRISES NO ORIENTE MÉDIO E O LEGADO DE YITZHAK RABIN
Vale a pena você ficar sabendo como foram os debates com os jornalistas Henrique Cymerman e Ariel Palacios sobre as crises no Oriente Médio, e com os três líderes comunitários israelenses sobre o legado de Yitzhak Rabin.
PAPO DE REDAÇÃO COM OS JORNALISTAS HENRIQUE CYMERMAN E ARIEL PALACIOS
EVENTO RECORDOU 20 ANOS DO ASSASSINATO DE ITZHAK RABIN
PAPO DE REDAÇÃO COM OS JORNALISTAS HENRIQUE CYMERMAN E ARIEL PALACIOS
Luisa Mel, Ricardo Berkiensztat, Henrique Cymerman e Ariel Palacios
Com a presença de cerca de 800 pessoas, os jornalistas Henrique Cymerman e Ariel Palacios debateram em 11 de novembro, no clube A Hebraica, em São Paulo, as crises no Oriente Médio e os desafios para os judeus na América Latina. O encontro foi promovido pelo Fundo Comunitário, Conib, Fisesp e A Hebraica.
Durante o evento, que durou quase duas horas, e teve a mediação do presidente executivo da Fisesp, Ricardo Berkiensztat o público pôde conhecer os bastidores das notícias e interagir com os conceituados jornalistas Ariel Palacios, correspondente da Globo News em Buenos Aires, e que cobriu o caso AMIA e a morte de Alberto Nisman, entre outros temas e o português Henrique Cymerman, primeiro jornalista a ser recebido por um Papa (Francisco) na sua residência e que fez a última entrevista com o primeiro ministro Itzhak Rabin, 24 horas antes de seu assassinato.
Na pauta do encontro, ganharam destaque os seguintes temas: Boicote a Israel, Antissionismo e antissemitismo, Atentados na Argentina, Irã na América Latina, Guerra Santa e Estado Islâmico, Refugiados sírios e futuro da Europa, O acordo nuclear com o Irã, Instabilidade no mundo árabe, Rússia e Israel, Obama e Netanyahu e a Cobertura de Israel na mídia brasileira.
De acordo com Cymerman, “o objetivo do movimento BDS não é lutar contra a ocupação na Cisjordânia, mas acabar com Israel. Ele é ilegítimo, porque põe em dúvida a existência de um Estado legítimo, o que afasta a paz. Mesmo que Netanyahu não estivesse no governo ou não houvesse a ocupação na Cisjordânia, haveria BDS”, disse. “Além disso, há muita mistificação e ignorância sobre os assentamentos. “O problema são aqueles israelenses que vivem em assentamentos isolados. O governo de Netanyahu não investiu nestes assentamentos. E é uma decisão política dura: como evacuá-los? “Na Argentina, o movimento não é forte. Há um antissemitismo histórico, nas Forças Armadas, por exemplo, mas não um sentimento anti-Israel”, complementou Palacios.
Ariel discorreu sobre a investigação dos atentados contra a Embaixada de Israel, em 1992, o atentado a AMIA, em 1994, e a morte do promotor Alberto Nisman, com muitas provas e testemunhas que já desapareceram. Cymerman reforçou a importância da pressão internacional, inclusive dos EUA, para investigar os atentados.
O tema Irã também foi um dos mais comentados no debate. Para Cymerman: “O Irã é uma ameaça existencial a Israel. Além disso, persegue mulheres e mata homossexuais. E será ameaça, até que ocorra uma mudança política. Nesse ponto, Netanyahu está correto: ele convenceu o mundo de que o país é ameaça global [os iranianos estão construindo mísseis que podem alcançar os EUA] – mas não precisava ter ido ao Congresso americano ridicularizar Obama em sua própria casa”.
Quando questionados sobre a cobertura dos conflitos na mídia, Cymerman declarou: “A mídia brasileira comete os mesmos pecados que a europeia, só que com alguns anos de atraso. Há uma tendência à superficialidade, ao uso de estereótipos, à luta do bem contra o mal. E isso vai demorar a mudar. Os correspondentes em Israel são mal preparados, confusos. “Brasileiros de bom nível cultural são vítimas de ignorância, como certo cantor…” (risos na plateia).”.
Para Palacios, “há uma queda drástica do jornalismo no país, uma tendência colossal ao simplismo, como a comparação entre o PT e os Kirchner”.
EVENTO RECORDOU 20 ANOS DO ASSASSINATO DE ITZHAK RABIN
Sergio Napchan, Revital Poleg, Dario Teitelbaum e o Rabino Chovav
A Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) em parceria com a CONIB, Agência Judaica, CIP, Shalom, Beth El e Conselho Juvenil Judaico Sionista promoveu na Sinagoga Beth El um Ato em Recordação ao assassinato de Itzhak Rabin. O Ato que teve discursos, leitura de textos e do Kadish e a exibição de um vídeo sobre Rabin, contou com a participação de rabinos, shlichim e madrichim das tnuot, que juntos também cantararm “Shir La Shalom”.
Sergio Napchan, diretor da Conib, mediou a mesa de debates que contou com a participação dos israelenses Revital Poleg (Agência Judaica), Dario Teitelbaum (Hashomer Hatzair) e do Rabino Chovav (Bnei Akiva), que trouxeram suas opiniões sobre por que continuar recordando o assassinato de Itzhak Rabin, se a sociedade israelense aprendeu algo com o que aconteceu, e qual o impacto de Rabin nas relações comunitárias no Brasil.
“A morte do Rabin tem dois elementos importantes para lembrarmos. O pior deles é o fato da triste memória de um judeu assassinando um líder do povo judeu, o que nos faz lembrar que este tipo de atitude deve ser completamente eliminada do nosso repertório. O outro, é de que Rabin foi um exemplo de governante e de líder militar. Ele defendeu Israel brilhantemente em 1967 e conduziu os acordos de Oslo. Hoje, 20 anos depois, podemos discutir sobre o que aprendemos com tudo isso e o que teria acontecido se Rabin ainda estivesse vivo”, destacou o presidente da Fisesp, Mario Fleck.
“É de fundamental importância para a democracia, para os israelenses e para o Povo Judeu recordarmos os 20 anos do assassinato de Rabin, trazendo a memória deste grande líder”, finalizou o diretor da Conib, Sergio Napchan.