HOMENAGENS MOVIMENTAM SÃO PAULO E MANAUS
Claudio Lottenberg recebeu o “Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo” em sessão solene realizada na Assembleia Legislativa, e o Dr. Simão Arão Pecher a “Medalha de Ouro da Cidade de Manaus”, comenda maior entregue pela Câmara de Vereadores.
DR. SIMÃO ARÃO PECHER RECEBE A MEDALHA DE OURO DA CIDADE DE MANAUS
NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SP, CLAUDIO LOTTENBERG DESTACA VALORES JUDAICOS E CONQUISTAS CIENTÍFICAS DE ISRAEL
Claudio Lottenberg, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein e ex-presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), recebeu o “Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo”, em sessão solene realizada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, por iniciativa dos deputados Delegado Olim e Fernando Capez.
“Tive uma vida pautada por valores e ideais, e meu maior orgulho reside no seio da minha casa. Muitos se orgulham por sua formação acadêmica sofisticada, mas nenhum currículo atesta os valores e a qualidade de caráter que recebi na Faculdade Marcos e Cecília Lottenberg”, disse Lottenberg, em referência a seus pais.
Ao receber o Colar de Honra ao Mérito, ele destacou sua origem judaica e a importância da justiça social, um dos preceitos judaicos colocados em prática pelo Hospital Albert Einstein, que deu apoio, entre outros, ao Programa Fome Zero, à população afetada pelo terremoto, no Haiti, e no incêndio, em Santa Maria.
“Em nome da minha comunidade, da minha família, da sociedade paulistana e dos valores em que acredito, agradeço por esta homenagem. Acho que ela vem em um momento muito importante da minha vida e no contexto internacional. Na sexta-feira passada, fomos surpreendidos com um episódio dos mais tristes (os atentados terroristas em Paris). O que ocorreu na França acontece diariamente em Israel, um polo democrático, de incorporação tecnológica e uma referência mundial em termos de apropriação de conhecimento. E é em nome de Israel que também trabalhamos, pois hoje o antissemitismo vem maquiado de anti-israelismo”, finalizou o presidente do Einstein.
Os oradores destacaram o caráter, a inteligência, a capacidade retórica de Lottenberg, e de como a cidade de São Paulo tem orgulho de todas as suas realizações.
O evento contou com a presença dos ex-governadores Alberto Goldman e Antônio Fleury Filho, o secretario de Estado do Desenvolvimento Social Floriano Pesaro, o jurista Celso Lafer, a diretora do Instituto Lula, Clara Ant, o apresentador João Doria, o presidente da Academia de Medicina, José Roberto Baratella, o presidente do CRM, Braulio Lima Filho.
Lideranças da comunidade judaica também prestigiaram a homenagem: Fernando Lottenberg, presidente da Conib, Jack Terpins, Claudio Bobrow, Mario Fleck, Jayme Blay e o rabino David Weitman.
A sessão solene contou com apresentação musical do chazan Claudio Goldman que executou os hinos de Israel e do Brasil e a canção Yerushalaim Shel Zahav (Jerusalém de Ouro).
DR. SIMÃO ARÃO PECHER RECEBE A MEDALHA DE OURO DA CIDADE DE MANAUS
Médico, escritor, professor e poeta, imortal da Academia Brasileira de Médicos Escritores (ABRAMES), professor titular de Dermatologia e Alergia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Amazonas, o Dr. Simão Arão Pecher recebeu no último dia 18 de novembro, das mãos do único vereador judeu da cidade e seu ex-aluno Dr. Isaac Tayah, a Medalha de Ouro da Cidade de Manaus, comenda maior entregue pela Câmara de Vereadores. A cerimônia foi prestigiada, dentre muitos, pelo rabino Arieh Hachman. Aliás, esta foi a primeira vez que um rabino se fez presente na Câmara de Vereadores, ilustrando mais ainda a solenidade que foi um marco para a comunidade judaica.
Paraense de nascimento e amazonense de coração, como ele próprio diz, o Dr. Simão mora há 45 anos em Manaus, cidade que escolheu para clinicar, ensinar, pesquisar e constituir família. É casado com Sara Acher Pecher e tem duas filhas, as engenheiras eletrônicas Simone e Esther, o filho Aron, administrador cursando Fisioterapia, e os netos Tayra, Nathan Haim, Nathan David e Ishai.
Na ocasião, o homenageado discursou sobre os duzentos anos da influência judaica na Amazônia, e disse: “Aproveitando a palavra a mim concedida presto uma justa homenagem aos duzentos anos da influência judaica na região amazônica, que desde 1810, após a abertura dos portos brasileiros às nações amigas pelo Tratado de Comércio Navegação e Aliança e Amizade, e fugindo dos guetos e dos pogroms (matança) dos países árabes principalmente de Marrocos, os judeus vieram para cá e trouxeram o progresso e a cultura aos povos de toda a calha do rio Amazonas e seus afluentes, comercializando em batelões produtos das cidades de Belém no Pará e Manaus no Amazonas, tais como roupas, comestíveis, remédios e outros utensílios e retornando com o extrativismo, castanhas, sementes oleaginosas, frutas e principalmente borracha, destas regiões às capitais.
Muitos se estabeleceram em cidades e vilarejos, fundando armazéns e casas comerciais. Os cemitérios ainda existentes nestas localidades selam para sempre a presença destes desbravadores israelitas desde a foz e em toda a calha do grande rio Amazonas e seus afluentes sendo testemunhas deste povo da Bíblia, que acredita na existência de um só D`us, Ser Onipotente, Onisciente e Onipresente há mais de cinco mil anos, do qual me orgulho de fazer parte. Durante estes duzentos anos houve miscigenação não só com nativos e com caboclos, mas também com descendentes de nordestinos, europeus e sírio-libaneses praticantes de outros cleros cristãos. Esta onda migratória foi devida a dificuldade de sobrevivência nos guetos marroquinos pela superpopulação, doenças contagiosas, confisco, perseguição, prisão e matança dos judeus. Vieram atravessando o Oceano Atlântico em barcos em busca do Eldorado no Novo Mundo Brasileiro, o sonho da liberdade material, mental e sobretudo espiritual. Por todos estes anos adaptaram-se às condições amazônicas locais”.