INSTITUTO WEIZMANN DE CIÊNCIAS DE ISRAEL E A FAPESP

Tsvee Lapidot e Regina P. MarkusTsvee Lapidot e Regina Pekelmann Markus, os vencedores

O Instituto Weizmann de Ciências de Israel e a FAPESP anunciaram o resultado da primeira chamada de propostas conjunta lançada no âmbito do acordo de cooperação entre as instituições, que tem como objetivo promover e fortalecer colaborações entre pesquisadores afiliados ao instituto israelense e pesquisadores vinculados a instituições de ensino superior e pesquisa no Estado de São Paulo.

Foram selecionadas colaborações entre pesquisadores do Estado de São Paulo e de Israel levando em conta a qualidade científica, a inovação e viabilidade da proposta de pesquisa, a competência e experiência dos pesquisadores de ambos os países, bem como o valor agregado resultante da colaboração cientifica entre israelenses e paulistas.

Foram escolhidas as propostas dos pesquisadores Regina Pekelmann Markus do Instituto de Biociências / USP e Tsvee Lapidot do Instituto Weizmann de Ciências de Israel sobre “Efeito do ciclo claro/escuro sobre a produção de células sanguíneas e imunológicas por células tronco da medula espinhal em condições de homeostase e inflamação” e Andrea Laurato Sertie, do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein / SBIBAE em parceria com Orly Reiner, do Instituto Weizmann de Ciências de Israel com o projeto “Investigação do papel do sistema do complemento no desenvolvimento cerebral e nos Transtornos do Espectro Autista”.

O Instituto Weizmann de Ciências de Israel e a FAPESP apoiarão os projetos selecionados.

Saiba mais sobre os Projetos:

Efeito do ciclo claro/escuro sobre a produção de células sanguineas e imunológicas por células tronco da medula espinhal em condições de homeostase e inflamação

As células do sangue e as células do osso originam-se de uma célula tronco comum que fica alojada em pequenos nichos na medula óssea. Estas células podem se transformar em osso ou células brancas (leucócitos) ou vermelhas (eritrócitos) e desempenhar diferentes funções. Há uma série de comandos e controles que permitam que aumente o número de células de defesa no sangue, os leucócitos, quando o organismo é atacado. Mas, há diferentes situações em que estas células são produzidas de forma anômala. O grupo do Prof. Lapidot tem estudado estes fenômenos. Por outro lado, um dos fatores mais relevantes e corriqueiros que controlam os níveis de atividade das células da medula óssea é a alternância entre o dia e a noite – os momentos de atividade e repouso – as horas de preparar-se para acordar e para dormir. O grupo da Profa. Markus mostrou que a produção do hormônio do escuro, melatonina, é suspenso quando da montagem de uma resposta inflamatório e que esta molécula passa a ser produzida por células do sangue e da medula.

Considerando a relevância do ciclo claro/escuro ambiental e da melatonina em processos que envolvem atividade anômala de células da medula óssea os dois grupos irão investigar quais são os mecanismos moleculares, as cascatas de sinalização e as consequência fisiológicas e patológicas do controle dos níveis de melatonina nas células tronco da medula óssea – as que podem formar tanto sangue quanto osso. Este trabalho será importante para se entender disfunções que ocorrem em doenças inflamatórias e câncer, permitindo a geração de novos alvos terapêuticos.

Investigação do Papel do Sistema do complemento no desenvolvimento cerebral e nos Transtornos do Espectro Autista

O grupo de pesquisadores do Weizmann identificou que o sistema complemento, um complexo sistema multiproteico que participa das defesas imunológicas de nosso organismo, tem um papel importante e inesperado na regulação da migração de neurônios no cérebro em desenvolvimento de mamíferos; e o grupo de pesquisadores de São Paulo identificou que alguns pacientes com autismo apresentam mutações em genes que codificam proteínas do complemento que podem estar contribuindo para doença. Assim, o projeto tem como objetivos principais caracterizar melhor o papel do sistema complemento do desenvolvimento cerebral e como sua disfunção pode contribuir para o surgimento do autismo.

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