CIRURGIA PLÁSTICA É ALIADA NO RESGATE DA AUTOESTIMA NA LUTA CONTRA O CÂNCER – POR RAQUEL BUDOW*

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Para o cirurgião plástico Alexandre Audi, o procedimento resgata o maior símbolo de feminilidade.


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Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), o cirurgião plástico Alexandre Audi é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC), especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e atua no Hospital da Aeronáutica de São Paulo e no Núcleo de Feridas Complexas do Hospital Sírio-Libanês, além de consultório particular.

Durante seus estudos, ele realizou internato médico na conceituada Harvard Medical School, em Boston, fez residência de cirurgia geral e de cirurgia plástica no Hospital das Clínicas da USP e se especializou em microcirurgia reconstrutiva no grupo de reconstrução mamária no Instituto do Câncer em São Paulo.

“Optei por ser cirurgião plástico, pois sempre me fascinou a possibilidade de resgatar a autoestima através do próprio corpo”, revela Alexandre Audi.


280_life_1_3Raquel Budow – Infelizmente, o câncer é um mal que atinge milhões de mulheres no mundo inteiro. O câncer de mama, depois do de pele, é o tipo mais comum e responde, no Brasil, segundo o Inca, por, aproximadamente, 25% dos casos novos a cada ano. O órgão estima que, em 2016, sejam mais de 57 mil atingidas. Algumas precisam retirar um seio inteiro, ou os dois ou parte deles. Qual é o papel da reconstrução mamária nesse processo?

Dr. Alexandre Audi – A reconstrução mamária ajuda na superação de uma fase difícil e que representa um grande ataque à autoestima e à feminilidade. Ela possibilita que as pacientes continuem suas vidas conscientes de que venceram essa batalha contra o câncer e saíram com mínimas sequelas físicas e emocionais. Além da melhora significativa da autoestima, diminui – e muito – o impacto psicológico da ressecção do tumor, que é a intervenção cirúrgica curativa, propriamente dita, para a retirada total ou parcial da mama. A cirurgia de reconstrução mamária resgata o maior símbolo da feminilidade da mulher.

280_life_1_4Raquel Budow – Como é feita a escolha da técnica utilizada para a reconstrução de mamas?

Dr. Alexandre Audi – A escolha da técnica de reconstrução envolve uma avaliação múltipla, que deve ter início na fase pré-operatória. O procedimento pode ser feito de forma imediata ou tardia, dependendo da indicação médica. Para a reconstrução podem ser utilizados tecidos autógenos, ou seja, do próprio corpo, retirados, por exemplo, das próprias mamas, costas, abdômen e até mesmo pele da virilha para a aréola, ou próteses de silicone, sempre com o objetivo final na restauração das mamas e no mínimo impacto psicológico para as pacientes. O pós-operatório exige repouso relativo por duas semanas e a não realização de esforços com os braços.

Raquel Budow – A cirurgia plástica vem ao encontro da busca incessante pela beleza e também pela vontade constante de estar bem consigo? É um desejo comum?

Dr. Alexandre Audi – A busca pela beleza é comum a todas as raças e classes sociais sim. O que difere são alguns padrões de beleza. As mulheres de hoje estão no auge da carreira profissional em faixas etárias que, há duas décadas, estariam se aposentando. Os homens também estão cuidando mais de sua aparência. Assim, todos querem retardar os sinais físicos do passar do tempo. E estamos juntos para alcançar esse objetivo!

Raquel Budow – Qual a sensação de ver um corpo transformado pelo bisturi?

Dr. Alexandre Audi – Presenciar a felicidade, somada às mudanças de postura e de atitude dos pacientes operados, é extremamente gratificante.

Raquel Budow – Quais são as cirurgias mais procuradas em seu consultório?

Dr. Alexandre Audi – A cirurgia mais procurada é a de aumento mamário com a prótese de silicone, seguida pela redução mamária, lipoaspiração e abdominoplastia.

Raquel Budow – Em sua opinião, há um exagero na procura por essas cirurgias? O senhor diria que existe uma banalização das cirurgias plásticas?

Dr. Alexandre Audi – No meu consultório, não acredito haver exagero na procura por essas cirurgias. Também não acho que existe uma banalização. Infelizmente, existem, sim, médicos e outros profissionais que acabam gerando graves complicações por exercerem procedimentos para os quais não estão habilitados e, muito menos, familiarizados. Por isso é de vital importância certificar-se que o médico é um cirurgião plástico habilitado. Uma das maneiras de fazer isso é por meio do CRM ou da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.


*Raquel Budow é jornalista e assessora de imprensa.

bdwcomunica@gmail.com

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