MENSAGEM DE PESSACH

Ao entardecer do próximo dia 10 de abril, cerca de 120 mil judeus, em todo o Brasil, darão início às comemorações do Pessach, a Páscoa Judaica, que marca a libertação do povo judeu da escravidão no Egito (ocorrida por volta de 1300 A.E.C.).

“Pessach é uma festa que trata da liberdade física e espiritual do ser humano”, afirma Fernando Lottenberg, presidente da Conib, a Confederação Israelita do Brasil. “Por isso, mesmo recordando-nos de eventos distantes no tempo, a celebração é sempre atual, pois reúne as famílias judaicas em torno dos valores da liberdade e da autodeterminação”, completa.

Quando os judeus se sentam à mesa do seder [jantar cerimonial] e leem a história de Pessach, recontam o êxodo do Egito, com ênfase especial nas crianças, para que elas compreendam desde cedo a importância da liberdade e também dos valores da liderança, personificada na figura de Moisés.

Como notou o rabino Jonathan Sacks, essa é uma história que mais de cem gerações vêm contando aos seus filhos. Continuamos a fazer o mesmo, milênios depois, pois temos consciência do que significa ser o povo da história, guardiões de uma narrativa não gravada em hieróglifos ou nas paredes de um edifício monumental, mas trazida por homens e mulheres que, por mais tempo do que quaisquer outros, têm mantido a fé e dado testemunho do poder do espírito, quando ele se abre a um poder maior, acenando para um mundo de liberdade, responsabilidade e dignidade.

Pessach nos faz sentir o gosto da escolha: de um lado, o pão da aflição e as ervas amargas da escravidão; de outro, quatro copos de vinho, cada qual marcando um estágio no longo caminho para a liberdade. Em um mundo ainda injusto, continuamos a ter de fazer escolhas.

Neste ano, como ocorre com alguma frequência, o Pessach e a Semana Santa caem no mesmo período. É com um espírito de celebração da liberdade e de confraternização entre os povos que desejamos Chag Pessach Sameach e Boa Páscoa a todos.

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