CONCERTO APRESENTOU PARTITURAS RECUPERADAS DOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO

Evento organizado pelo KKL Brasil contou com a participação especial

do Maestro João Carlos Martins

No último dia 21 de novembro, o KKL Brasil deu início de maneira sublime às comemorações dos 75 anos da libertação dos campos de concentração com o grande Concerto “O Maestro – Em Busca da Última Música”.

Dirigido pelo Maestro italiano Francesco Lotoro e executado pela Orquestra Jazz Sinfônica, com músicas compostas e recuperadas dos campos de concentração, o evento, que lotou os mil lugares do Memorial da América Latina, contou ainda com a participação especial do Maestro João Carlos Martins.

“Realizamos um sonho, com este grande concerto que marcou a abertura das comemorações dos 75 anos da libertação dos campos de concentração. Nessa noite de música, conhecemos o resultado de um trabalho absolutamente único, realizado nos últimos 30 anos pelo extraordinário e abençoado maestro italiano Francesco Lotoro. Um esforço sobre-humano de alguém que, guiado por um interesse histórico e humanitário maior, inspirado na solidariedade e na ideia de que a arte em geral e a música em particular têm a capacidade de transformar as pessoas e mudar o mundo, dedicou sua vida a resgatar composições desconhecidas, de músicos anônimos. Em comum, esses músicos trouxeram a história e as marcas da barbárie, em seu estado mais terrível: todos foram prisioneiros dos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. A maior parte deles acabou executada. Mas todos eles tiveram o condão de nos mostrar um legado, ao tirar beleza e arte da mais dura e cruel condição a que um ser humano pode ser submetido. À crueldade instalada, devolveram o sublime. Aos maus-tratos, a harmonia e o ritmo pulsante. À barbárie, responderam com música e beleza. Foi isso que celebramos aqui hoje”, enfatizou emocionado o presidente do KKL Brasil, Eduardo El Kobbi.

“A música pode se tornar o último testamento de algumas pessoas e em alguns casos, como na época do Holocausto, foi o que se perpetuou para as futuras gerações. Assumi a missão de fazer com que essas obras voltem à vida e que sejam ensinadas, tocadas, cantadas e assobiadas por todos de forma a perpetuar a vida onde havia morte”, destacou Francesco Lotoro.

“Tive o enorme privilégio de vivenciar a apresentação do Gênio e Maestro Francesco Lotoro, reproduzindo músicas compostas por heróis que mesmo vivendo os horrores dos campos de concentração e todo aquele inferno do holocausto, achavam forças para conseguir compor músicas e deixar esse legado. E o Maestro resgatou e recuperou nossa história. Todá Rabá KKL e sua tropa por brindar nossa comunidade com essa oportunidade. 75 anos da libertação do mal que assolou a humanidade. JAMAIS esquecer… foi muito bem dito por todos, homenageando os sobreviventes… e o espetáculo foi encerrado com Betzel Israel Mimitzraim… Israel, nossa terra, nosso domínio”, disse Daniel Bialski, presidente da Hebraica de São Paulo.

A emocionante noite contou ainda com a participação de sobreviventes do Holocausto que residem no Brasil e que foram retratados por El Kobbi na Exposição “Rostos do Holocausto”, projetadas no hall do Memorial.
O Concerto, que teve como mestre de cerimônias Ana Rosa Rojtenberg, contou com discursos do ex-Ministro Celso Lafer e de Alexandre Valenti, diretor do premiado documentário que deu nome ao Concerto. Eles enalteceram a importância de reunir essas músicas de almas aprisionadas, compostas nos campos de Concentração, e que somente agora, através do incansável trabalho do Maestro Lotoro ganharam vida e liberdade, revelando um lado desconhecido e inédito do que aconteceu dentro dos Campos de Concentração. Também frisaram a importância deste projeto que mostra o maior símbolo da resistência dos judeus sobre o Holocausto.
“Agradecemos a todos apoiadores, patrocinadores e à incansável equipe do KKL Brasil. Parte da renda dos ingressos será revertida para o “projeto 100 viagens”, do maestro italiano, para a continuidade da pesquisa de novas partituras com os poucos sobreviventes do Holocausto ainda em vida”, finalizou El Kobbi.

Saiba mais sobre o trabalho de Lotoro
Há 30 anos o maestro Francesco Lotoro dedica-se à missão de resgatar e apresentar esse patrimônio musical ao mundo. Lotoro catalogou cerca de 1,6 mil compositores e transcreveu mais de 8 mil obras musicais. O acervo conservado em sua casa na pequena cidade de Barletta, no sul da Itália, reúne óperas, operetas, música sinfônica, lírica, jazz, até canções populares, cantigas e paródias e será transformado pelo governo italiano na “Cittadella Della Musica Concentracionalle”, um Centro Cultural com teatro, cinema e biblioteca e tratará apenas de musicas concentracionais.

Grande parte dessas composições, muitas das quais escritas em milhares de manuscritos, em partituras e folhas despedaçadas e até rabiscos em papel higiênico ou em sacos de carvão, foram criadas por judeus, mas há também músicas feitas por presos políticos, comunistas, homossexuais, ciganos e religiosos.

Crédito fotográfico: Eliana Assumpção

346_first_5_1Eduardo El Kobbi, Cônsul Geral de Israel Alon Lavi, Daniel e Ariel El Kobbi

346_first_5_2Maestros João Carlos Martins e Francesco Lotoro

346_first_5_3Equipe do KKL Brasil com o maestro Francesco Lotoro e músicos

346_first_5_4Jacques e sua mãe Mimi El Kobbi

346_first_5_5 José Luiz Goldfarb e George Legmann

346_first_5_6Ex-ministro Celso Lafer e esposa

346_first_5_7 Ana Rosa Rojtenberg e Cristina El Kobbi

346_first_5_8Eduardo e sua esposa Cristina El Kobbi com convidadas do evento

346_first_5_9Jacques, Iara, Cristina, Eduardo e Mimi El Kobbi com convidados

346_first_5_10Eduardo El Kobbi com sobreviventes do Holocausto

346_first_5_11Claudio Leon e Adriana Levy, Paulo Roberto Pereira da Costa e Eduardo El Kobbi

346_first_5_12Eduardo El Kobbi e o Maestro Francesco Lotoro

346_first_5_13José Roberto Maluf, presidente da TV Cultura

20
20