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Postado em 3 de outubro de 2020 Por admin HISTÓRIAS RABÍNICAS, SUGESTÕES

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Com que mão devemos segurar os alimentos ao recitar as Berachot antes de comê-los?

Um dos fundamentos do Judaísmo é o conceito composto de gratidão e reconhecimento. Esses valores são tão essenciais e óbvios que a Torá nem os menciona explicitamente como um de seus preceitos, ou seja, o fato de termos de agradecer ao Criador por todos os proveitos e prazeres que experimentamos neste mundo (Olam Haze). Uma pessoa que sabe reconhecer e agradecer é modesta e humilde, pois, por um lado, admite a sua necessidade eventual da ajuda alheia e, por outro, entende que tais ajudas não são fatores óbvios ou triviais. O ingrato, por sua vez, é orgulhoso e prepotente, pois acha que o mundo lhe deve. O quanto devemos reconhecer e agradecer ao Criador por ter forjado um universo tão maravilhoso, meticulosamente organizado, nos dando piedosamente a oportunidade de viver nele em boas condições e sob a Sua supervisão constante!
A Halachá fixa que, quando fazemos a Berachá (bênção) sobre algum alimento, deve-se segurá-lo com a mão direita, que é a mão principal, considerada a mais forte e com a qual atuamos de forma criativa, denotando mais respeito e concentração. O canhoto deve usar a sua mão forte e criativa, ou seja, a esquerda. No entanto, quando faz uma Berachá para outras pessoas – como o Kidush, por exemplo –, o canhoto deve usar a mão direita.

Com relação à Berachá do pão – “Hamotzi” –, há o costume de segurar o pão com as duas mãos, ou seja, com os dez dedos, simbolizando as dez palavras contidas nesta Berachá e as dez Mitzvot vinculadas à panificação. Por exemplo, a proibição do arado com dois animais de espécies diferentes para o plantio do trigo, ou a proibição de semear duas espécies juntas diferentes (kilaim).

Nefilat Apaim e Sêfer Torá

Na halachá consta que a oração Nefilat Apaim (“descaimento da face”) deve ser feita somente em um local em que há um Sêfer Torá. Em um local em que não há um Sêfer Torá, a pessoa deve recitar Nefilat Apaim sentada, porém, sem pousar a fronte sobre o braço.
Em uma sinagoga, em que há um Sêfer Torá, se a pessoa está em um cômodo anexo e consegue ver, de onde ela está, o Aron Hakodesh (Arca Sagrada), pode fazer a Nefilat Apaim pousando a fronte sobre o braço. Caso contrário, deve recitar Nefilat Apaim sentada, porém, sem pousar a fronte sobre o braço.

Como fazer Nefilat Apaim?

De acordo com o costume ashkenazi e parte dos sefaradim, a oração Nefilat Apaim (descaimento da face) deve ser feita pousando a fronte sobre o braço. Os ashkenazim, pela manhã, costumam pousar o rosto sobre o braço que não está com os Tefilin, e, na oração de Minchá, fazem-no sempre sobre o braço esquerdo.

O costume correto é cobrir o rosto com alguma roupa e sobre esta se debruçar na Nefilat Apaim. O principal motivo de se cobrir a face é o recato, como uma pessoa que esconde seu rosto de D’us, ao pronunciar uma oração tão preciosa, cuja força é tão grande, conforme vimos.

Nefilat Apaim

Depois da Amidá (Grande Oração), chega-se à oração Nefilat Apaim (“descaimento da face”). Quando se recita esta Tefilá da maneira correta – isto é, pousando a fronte sobre o braço esquerdo, quando não se está com os Tefilin, próximo ao pulso, recitando um salmo como súplica –, a pessoa tem o mérito de ter rezado de todas as formas possíveis: sentada, nas Berachot (Bênçãos) do Keriat Shemá e no próprio Keriat Shemá; em pé, na Amidá; e pousando a fronte sobre o braço, nas súplicas.

Foi com Moshe Rabeinu que aprendemos esse segredo, pois o maior de todos os Profetas rezou para D’us perdoar Israel, depois do pecado do bezerro, sentado, de pé e pousando a fronte sobre o braço. A ideia por traz desses procedimentos é a demonstração de que devemos fazer tudo que está ao nosso alcance para quebrar as divisórias que há entre nós e o Criador, ao ponto de nos curvarmos e pousarmos a fronte sobre o braço – ação que representa uma espécie de autoanulação total perante o Todo-Poderoso.

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