14 DE MARÇO DE 1879: NASCIA ALBERT EINSTEIN – POR GLORINHA COHEN

351_Especial_3_1Se estivesse vivo neste ano, no dia 14 de março Albert Einstein completaria 141 anos (1879-1955). Portanto, a data é mais que propícia para trazer à tona alguns dos principais momentos de sua vida e frases geniais que até hoje fazem a cabeça das pessoas.


Sabia que Albert Einstein, um dos maiores gênios que a Humanidade já conheceu, poderia ter sido o segundo presidente de Israel? O convite lhe foi feito pelo então primeiro-ministro David Ben-Gurion em novembro de 1952, depois da morte do primeiro presidente Chaim Weizmann, mas foi por Einstein recusado, tendo ele dito em resposta:

“Toda a minha vida eu tenho lidado com questões objetivas, daí me falta tanto a aptidão natural e a experiência para lidar corretamente com as pessoas e para o exercício da função oficial. Eu estou muito triste com essas circunstâncias, porque a minha relação com o povo judeu se tornou o meu laço humano mais forte, uma vez que eu consegui compreender a clareza sobre a nossa posição precária entre as nações do mundo”.

Classificado, em 1999, pela revista americana TIME como a pessoa mais influente do século XX e no mesmo ano eleito por 100 físicos renomados como o mais memorável de todos os tempos, foi ganhador das mais altas honrarias e, em 10 de novembro de 1922, agraciado com o Prêmio Nobel de Física de 1921 “por suas contribuições à física teórica e, especialmente, por sua descoberta da lei do efeito fotoelétrico”. A relatividade ainda não era bem compreendida.

Mas a fama não conseguiu mudar a sua maneira singela de ser, como bem o descreveu o físico nuclear Robert Oppenheimer em sua palestra no Albert Einstein Memorial, erguido em Washington/DC: “Ele era quase totalmente sem sofisticação e totalmente sem mundanismo. Havia sempre com ele uma pureza maravilhosa ao mesmo tempo infantil e profundamente teimosa“.

Se estivesse vivo neste ano, no dia 14 de março Albert Einstein completaria 141 anos (1879-1955). Portanto, a data é mais que propícia para trazer à tona alguns dos principais momentos de sua vida e frases geniais que até hoje fazem a cabeça das pessoas.


Primeiros tempos

351_Especial_3_2Einstein e Mileva Maric em 1911

Nascido em Ulm, na Alemanha, de uma família de judeus de classe média, Albert Einstein foi quem desenvolveu a teoria da relatividade geral, um dos pilares da física moderna ao lado da mecânica quântica.

Mudou-se para a Suíça ainda jovem e iniciou seus estudos na Escola Politécnica de Zurique. Conseguiu se formar, passando por dificuldades até conseguir seu primeiro emprego, posto que era judeu e não era suiço. Chegou até a desabafar sua preocupação em carta enviada à sua futura esposa, Mileva Maric, em julho de 1901: “Decidi o seguinte sobre meu futuro: vou procurar um emprego imediatamente, mesmo que seja muito modesto. Meus objetivos científicos e minha vaidade pessoal não vão me impedir de aceitar uma posição como subordinado”.

Após dois anos procurando emprego, obteve um cargo no escritório de patentes suíço enquanto ingressava no curso de doutorado da Universidade de Zurique. Em 1905 ele teve quatro artigos aceitos em uma das melhores publicações de Física, a Annalen der Physik e que lhe renderam o status de celebridade mundial enquanto tornava-se uma nova figura na história da Humanidade, recebendo prêmios internacionais e sendo convidado de chefes de estado e autoridades. Ocupou, então, posições importantes no meio acadêmico, entre elas, de 1913 a 1933, a de diretor do Instituto Kaiser Guilherme de Física (1914-1932) e professor da Universidade Humboldt de Berlim se tornando membro da Academia Prussiana de Ciências. Em 1916, foi nomeado presidente da Sociedade Alemã de Física, cargo que ocuparia até 1918.

A fama, no entanto, trouxe consequências à vida pessoal de Einstein. O casamento com Maric entrou em crise e eles se divorciaram em pouco tempo. Depois disso o físico iniciou um relacionamento amoroso com sua prima Elsa Löwenthal, com quem se casou depois de finalizado o processo do divórcio.


EINSTEIN, O NAZISMO E OS ESTADOS UNIDOS

Enquanto o físico experimentava o auge de sua carreira, viajando para falar sobre suas teorias, os nazistas, liderados por Adolf Hitler, estavam ascendendo ao poder. Em 1931 eles denunciaram Einstein por praticar “Física judaica”. Ele soube, ainda, que era um alvo dos nazistas e que não tardaria a ser assassinado.

No ano seguinte ele deixou a Alemanha rumo aos Estados Unidos. Em solo norte-americano, assumiu um posto no Institute for Advanced Study, em Princeton, Nova Jersey, lá permanecendo até o fim de sua carreira. A instituição tornou-se referência para físicos de todo o mundo e seus estudos sobre matéria e energia foram fundamentais para que os Estados Unidos desenvolvessem o Projeto Manhattan, que resultou nas bombas de Hiroshima e Nagasaki.

No período anterior à Segunda Guerra Mundial, era tão conhecido nos Estados Unidos a ponto de ser indagado na rua por pessoas que solicitavam que ele explicasse “aquela teoria”. Einstein finalmente descobriu uma maneira de lidar com as perguntas incessantes. Ele passou a responder a elas com o bordão: “Perdão, sinto muito! Sou sempre confundido com o Professor Einstein”.

Terminada a guerra, ele prosseguiu seus estudos de forma obsessiva. Porém, ficou cada vez mais isolado da comunidade científica, renunciando, inclusive, à sua vida pública.


Einstein e o Brasil

Einstein fez uma viagem à América do Sul, em 1925, visitando países como Argentina, Uruguai e também o Brasil. Além de fazer conferências científicas, visitou universidades e instituições de pesquisas. Em 21 de março passou pelo Rio de Janeiro, onde foi recebido por jornalistas, cientistas e membros da comunidade judaica.

Após visitar o Uruguai, retornou ao Rio de Janeiro em 4 de maio. Nos dias seguintes percorreria vários pontos turísticos da cidade, incluindo o Pão de Açúcar, o Corcovado e a Floresta da Tijuca. No dia 6 de maio, visitou o então presidente da república, Artur Bernardes.

Einstein deixaria o Rio no dia 12 de maio. Essa sua visita foi amplamente divulgada pela imprensa e influenciou na luta pelo estabelecimento de pesquisa básica e para a difusão das ideias da física moderna no Brasil.


SEUS ÚLTIMOS DIAS E MORTE

Em 18 de março de 1950, assinou seu testamento. Deixou todos os seus manuscritos para a Universidade Hebraica de Jerusalém, a escola que ajudou a fundar em Israel, e legou seu violino para seu primeiro neto, Bernhard Caesar Einstein.

Em abril de 1955 estava se preparando para fazer um discurso em comemoração ao aniversário de Israel, quando teve um aneurisma abdominal e consequente hemorragia interna. Ao ser internado ele recusou a cirurgia, dizendo: “Quero ir quando eu quiser. É de mau gosto ficar prolongando a vida artificialmente. Fiz a minha parte, é hora de ir embora e eu vou fazê-lo com elegância”.

Einstein também organizou seus assuntos funerários. Queria uma cerimônia simples e sem lápide. Escolheu não ser enterrado já que não queria ter um túmulo que poderia ser transformado em um local turístico, e, ao contrário da tradição judaica, pediu para ser cremado.

Seus últimos dias foram relativamente pacíficos. Morreu na manhã de 18 de abril de 1955, no Princeton Medical Center, Nova Jersey, EUA, com 76 anos.

Durante a autópsia, o patologista de plantão do Hospital de Princeton, Thomas Stoltz Harvey, removeu o cérebro de Einstein para preservação. Harvey dissecou o órgão em cerca de 240 seções, vedou algumas das partes em parafina para preservá-las e outras foram deixadas flutuando livremente em formol. Conforme as pesquisas em seu cérebro continuaram, logo tornou-se público o ocorrido e o patologista realizou uma conferência de imprensa, dizendo que pretendia estudar o órgão para a ciência. Por não ser um neuropatologista, especialistas do campo questionaram sua capacidade de estudar o cérebro, e tentaram persuadi-lo a entregá-lo. Mas Harvey recusou. Desde então, o órgão vem sendo objeto de diversos estudos científicos. Pessoas têm pesquisado motivos anatômicos em relação à inteligência. Seus restos mortais foram cremados e suas cinzas espalhadas muito provavelmente ao longo do rio Delaware, perto de Princeton, por seus amigos.

Saiba mais: https://pt.wikipedia.org/wiki/Albert_Einstein


FRASES DE EINSTEIN

– Seres humanos foram dotados apenas de inteligência suficiente para ver com clareza o quanto inadequada é a inteligência quando confrontada com o que existe.

– Se A é sucesso na vida, então A é igual a X mais Y mais Z. Trabalho é X, Y é diversão e Z é manter sua boca calada.

– A definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes.

– Bens materiais, sucesso aparente, fama, luxo – para mim, essas coisas sempre foram desprezíveis. Eu acredito que uma vida simples e despretensiosa é a melhor maneira para o corpo e a mente.

– A experiência mais bonita que podemos ter é o mistério. É a emoção fundamental que está no berço da verdadeira arte e da verdadeira ciência. Quem não sabe disso e não consegue mais se maravilhar poderia tão bem estar morto.

– Nacionalismo é uma doença infantil. É o sarampo da raça humana.

– Certamente minha careira não foi determinada pela minha própria vontade, mas por inúmeros fatores sobre as quais não tenho nenhum controle.

– Quando aceitamos nossos limites, conseguimos ir além deles.

– A lógica vai levar você de A à B. A imaginação vai levar você para qualquer lugar.

– Uma pessoa que nunca cometeu um erro nunca experimentou nada novo.

– Não tenho nenhum talento especial. Apenas sou apaixonadamente curioso.

– Grandes mentes sempre sofreram a violenta oposição dos medíocres. Esses últimos não conseguem entender quando uma pessoa não se submete inconscientemente a preconceitos hereditários.

– Não tente ser uma pessoa de sucesso. Tente ser uma pessoa de valor.

Uma coisa que aprendi ao longo de minha vida: a nossa ciência, comparada à realidade, é primitiva e infantil – e, mesmo assim, é a coisa mais preciosa que temos.

– É importante não deixar de questionar. A curiosidade tem uma razão de existir.

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