LIVES – ENTRETENIMENTO E CULTURA ONLINE

Se é verdade que esta pandemia nos obriga ao distanciamento físico, também não deixa de ser verdade o fato de que, mais do que nunca, estamos nos conectando socialmente através das lives e, assim, ao ampliar nossa cultura, passamos o tempo de uma forma mais agradável. Confira aqui algumas delas com ilustres personalidades como os rabinos Michel Schlesinger e Dr. Ruben Sternschein, ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Demétrio Magnoli, Mario Sergio Cortella, Ilan Goldfajn, Jayme Blay, Renato Ochman e religiosos como o Cardeal Arcebispo de São Paulo Dom Odilo Scherer e a Monja Cohen, dentre outros.


EX-PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO PARTICIPA DE LIVE COM O RABINO MICHEL SCHLESINGER

356_first_3_1O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso participou de um memorável debate online com o rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista (CIP).

Com tradução em libras e transmissão ao vivo pelo site www.cip.org.br/aovivo e redes sociais Facebook e YouTube, essa edição do Dilemas Éticos teve como tema: “Brasil no enfrentamento de desafios reais e crises desnecessárias” e contou com audiência recorde e grande participação do público.

Presidente da República por dois mandatos consecutivos (1995 a 2002), Fernando Henrique Cardoso, que é presidente da Fundação que leva seu nome, falou abertamente sobre diversos assuntos, tais como o impacto da pandemia e do isolamento, a democracia no Brasil, a crise na saúde e na política, a mudança no equilíbrio do mundo, o crescimento da extrema direita e dos movimentos ultranacionalistas, além de temas polêmicos com a legalização do aborto e da maconha

“É importante lembrarmos do passado. Após a 2a Guerra Mundial, graças à criação da ONU, de blocos regionais e da declaração universal do homem, nunca mais se teve um conflito naquelas proporções. “Eu temo que a gente esqueça. Não esquecer é uma tendência hoje. Essas tendências de primeiro eu, depois eu e depois eu, são negativas. A produção, hoje, é em grande escala. Precisamos do outro. Precisamos do mercado. É importante ter base nacional, mas não pode ter egoísmo nacional”, alertou.

Questionado sobre a volta de debates como legalização do aborto ou da maconha, FHC destacou que o Brasil vive momentos de intolerância, e destacou o perigo de políticos que se apresentam como “de direita” mas, na verdade, são atrasados. “São debates difíceis por conta da intolerância. É sempre bom ouvir o outro lado. A despeito das dificuldades, essas pautas são importantes”.

FHC também compartilhou momentos importantes de sua trajetória, os países onde viveu, sua viagem a Israel e os encontros com grandes líderes, entre eles, Bill Clinton, George Bush, Nelson Mandela e Shimon Peres, entre outros.

“O mundo judaico é mais próximo do cristianismo do que o islâmico, mas isso tem que nos levar a tentar que não haja desentendimentos, mas pontes”, ressaltou ao ser questionado a respeito da relação do governo Bolsonaro com Israel.

“É muito difícil ser o presidente da República em um país com 200 milhões de habitantes. Você tem que saber ouvir, dar ordens não vai funcionar. É preciso saber conviver com a diferença, agir com sabedoria, estar disposto a convencer e ser convencido, pois o líder é líder de todos. O momento atual exige grande sensibilidade. Precisamos unir esforços e trabalhar para o fortalecimento da sociedade”, ponderou FHC.

“Fiquei muito emocionado em conversar com uma personalidade que sempre admirei desde criança. FHC é um humanista lúcido e comprometido com a democracia. O judaísmo é marcado pelo debate, pela convivência com diferentes ideias e diferentes respostas para as mesmas perguntas e foi memorável poder contar com a participação do nosso ex-presidente nesta edição do Dilemas Éticos”, concluiu o rabino Michel Schlesinger.

Para Mario Fleck, presidente da CIP, “o programa “Dilemas Éticos” traz sempre uma conversa sobre ética no ponto de vista judaico e no universal tanto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, como o rabino Michel Schlesinger o foram mestres neste episódio em realizar esta análise conversando sobre seus profundos aspectos”.

O evento Dilemas Éticos é uma realização da Congregação Israelita Paulista (CIP) e contou com o patrocínio de: Itaú-Unibanco, CSN, Bemol, GR Segurança, Focus Energia, Helbor e Rosset e apoio da Unibes Cultural e Lei Federal de Incentivo à Cultura.


RABINOS DA CIP DEBATEM COM O SOCIÓLOGO DEMETRIO MAGNOLI E O FILÓSOFO MARIO SERGIO CORTELLA

356_first_3_2Desde o início do distanciamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus, a CIP passou diversos de seus eventos para o ambiente virtual. Os rabinos Michel Schlesinger e Dr. Ruben Sternschein participaram de dois eventos online com grande presença de espectadores.

O Mundo em desordem: o dia seguinte à pandemia foi o tema do Dilemas Éticos com o sociólogo Demétrio Magnoli e o rabino Michel Schlesinger, que aconteceu no domingo, 10 de maio.

Demétrio destacou a importância do equilíbrio entre saúde, economia, direitos e a Constituição, bem como os limites sociais para se fazer o isolamento. Outros temas abordados foram o desemprego, a segurança da saúde coletiva, bem como as estratégias mundiais para lidar com o isolamento e a pandemia.

“Cada país sairá da crise de acordo com o grau de confiança e a funcionalidade de seu sistema político. É impossível a economia funcionar em meio ao caos do sistema de saúde. É preciso encontrar o equilíbrio”, concluiu Magnoli.

“Fiquei muito impressionado com a erudição e a transparecia do Demétrio. Me impactou sua fala de como os líderes carismáticos e populistas não dão conta de proteger os seus países em um momento de crise. Espero que no futuro vejamos o mundo povoado de nações com líderes verdadeiramente democráticos”, frisou Schlesinger.

356_first_3_3Na segunda-feira 11 de maio, aconteceu o evento Desafios Contemporâneos que reuniu o filósofo Mario Sergio Cortella e o rabino Dr. Ruben Sternschein, em um debate online com o tema: “Lições do presente, de olho no futuro – Aprendizados da Pandemia”.

Cortella questionou sobre as transformações que acontecerão após a pandemia e o isolamento. Sairemos menos consumistas? Mais solidários? Mais responsáveis? A vida será mais fraterna? E o sistema de ensino? Como será afetado? Ao final do debate, ele deixou sua conclusão: “Só é um bom ensinante quem é um bom aprendente”.

“De acordo com a educação judaica tradicional, todos somos mestres e alunos”, concluiu Sternschein.

Confira a íntegra dos debates em: www.cip.org.br/aovivo e no Facebook: https://www.facebook.com/cipsp


ESTAMOS EM MEIO A UMA CRISE SEM PRECEDENTES, DESTACOU ILAN GOLDFAJN EM LIVE

356_first_3_4O economista e ex-presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, participou da Alive na Quarentena, realizada pela Câmara Brasil- Israel (BRIL Chamber), onde falou sobre “Como o Brasil sairá da crise econômica provocada pelo Coronavirus“.

Durante o evento online, transmitido pelos canais digitais da Câmara e que contou com número expressivo de participantes, o atual presidente do Credit Suisse no Brasil, debateu com o presidente da Câmara, Jayme Blay e com o vice-presidente, Renato Ochman, além de responder às perguntas dos expectadores.

Goldfajn falou sobre o momento em que estamos vivendo, as reações, desafios, medidas e impactos do Coronavírus na economia do país, e deu um panorama sobre o preço do petróleo, dólar, ouro, commodities e investimentos.

“Estamos em meio a uma crise sem precedentes e a solução só virá depois que atravessarmos esse período e sairmos do isolamento em total segurança. Só assim a economia voltará a funcionar. O que precisamos fazer no momento é: salvar vidas, salvar as empresas e salvar os empregos”, enfatizou.

Segundo Goldfajn, o governo deu passos na direção certa com as medidas para resguardar a população de baixa renda e pequenas empresas. Agora, deveria se preocupar em garantir que os recursos cheguem de fato aos mais necessitados.

Outro ponto abordado foi a questão da dívida. “O Brasil entrou nessa crise com uma dívida de 76% do PIB e este número deve chegar a 90% quando a crise acabar. Vamos ter que voltar a discutir reformas, buscar um maior crescimento e tentar manter os juros baixos. Esta será uma tarefa difícil e que vai exigir muita qualidade de gestão”, constatou.

Para o economista, estamos no limite do possível, e para o Brasil sair desta crise, será necessário coordenação. “As brigas políticas não adiantam de nada. Elas não salvam vidas e nem geram empregos”, concluiu.

Quem quiser conferir ou rever a apresentação deve acessar as redes sociais da Câmara:

Facebook – https://www.facebook.com/brilchamber e no YouTube – https://www.youtube.com/channel/UCiA165c0ejZLeFPWuUpKxIA/featured


CERIMÔNIA ONLINE REÚNE RELIGIOSOS EM PRECES PELAS VÍTIMAS DA PANDEMIA

356_first_3_5Uma cerimônia inter-religiosa promovida pela Conib, com transmissão online no Facebook e no Youtube para homenagear as vítimas da pandemia do novo coronavírus, reuniu o Rabino Michel Schlesinger, o Cardeal Arcebispo de São Paulo Dom Odilo Scherer, a Monja Cohen, o Sheikh Mohamad Al Bukai, a Mãe Carmen de Oxum, o Pastor Marcos Ebeling e Flavio Rassekh, membro do colegiado nacional dos Bahai’s no Brasil .

Os religiosos rezaram pelas vítimas da pandemia, pelos infectados, agradeceram a todos que se encontram na linha de frente do combate à epidemia e pediram por mais união e solidariedade. O evento foi transmitido também pelas plataformas da CIP e das federações israelitas de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

O ato contou com a apresentação do rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista, CIP e representante da Conib para o diálogo inter-religioso, e teve, na abertura, a participação do presidente da Conib, Fernando Lottenberg, que lembrou que um dos pilares de atuação da instituição é o diálogo inter-religioso. “Acreditamos que é por intermédio do diálogo que nos conhecemos, nos aproximamos, cuidamos das nossas diferenças e buscamos as convergências”, disse.

Lottenberg explicou também, em sua mensagem, a razão da iniciativa, que obteve mais de 10,9 mil visualizações: “A pandemia colocou a todos nós na mesma situação. Sem nenhuma distinção, social ou religiosa. Estamos, sim, todos no mesmo barco. E o tema cuidar deve ser um dos grandes aprendizados nesse momento. Cuidar de si, com responsabilidade, e do outro com solidariedade e generosidade. Não sairemos iguais dessa situação. Espero que possamos sair melhores. Essa oportunidade chegou para todos de forma indistinta e, no final do dia, é o ser humano que importa. É o coletivo de seres humanos que faz a nossa sociedade evoluir, prosperar e aperfeiçoar a condição humana. Estamos todos reunidos e unidos com um único objetivo nesse momento: ajudar a quem precisa para que possamos sair brevemente dessa situação mais fortalecidos, como comunidade e como humanidade”.

O primeiro religioso a fazer a prece foi Marcos Ebeling, Pastor Sinodal do Sínodo Sudeste da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Em sua oração, pediu por aqueles que estão com medo do vírus, da morte precoce, da fome e do desemprego e da morte sem uma despedida digna. Pediu pelos doentes, pelos que não encontram vagas em hospital, que não podem se despedir dos seus queridos que falecem. O pastor pediu também a D’us por “um governo bom, que cuide do seu povo, que mantenha e amplie as políticas públicas existentes para que sociedade possa minimamente funcionar e cuidar dos seus”.

Monja Coen Roshi, missionária oficial da tradição Soto Shu do Zen Budismo e primaz fundadora da Comunidade Zen Budista Zendo Brasil, destacou que é muito importante que possamos estar juntos, celebrando a vida, celebrando a transformação que acontece a cada instante. Orando para que que os médicos e cientistas possam encontrar logo as drogas que minimizem os sofrimento dos que foram contaminados, ela pediu também pelos que estão na linha de frente nos hospitais e pelos que já morreram. “Isso nos lembra que a nossa vida é terminal. Que a morte pode nos acontecer a qualquer momento. Você está pronto? Você está pronta? Você está vivendo o seu melhor, está sendo solidário com as questões do mundo, o que você tem a compartilhar?”, perguntou a monja, pedindo: “Vamos nos cuidar mutuamente”.

Sheikh Mohamad Al Bukai, Sheikh da Mesquita do Brasil, lembra que no mês do Ramadã, o profeta atende a uma súplica diária ao jejuador. A súplica do Sheikh voltou-se para as vítimas do coronavírus e para os doentes, para os médicos que estão na linha de frente. “Pedimos que D’us abençoe todos eles. E pedimos a todo Brasil que D’us nos livre dessa doença rapidamente”. O Sheik recitou uma passagem da abertura do Corão que serve como cura e também é endereçada para os entes queridos que já deixaram essa vida.

Mãe Carmem de Oxum pediu aos Orixás que confortem as famílias e as almas do que já se foram. Pediu proteção aos profissionais que estão à frente no combate à pandemia. “Que todas as forças positivas só nos unam. Que haja solidariedade entre nós. Que haja o amor entre nós. Que as religiões de matriz africana, que todas religiões, numa união só, num sagrado só, abençoem a todos e a todas”, disse ela antes de finalizar com a sua oração.

Flavio Rassekh, do colegiado nacional dos Bahai’s no Brasil, falou de sua alegria em participar do ato e disse: “é uma benção especial poder imaginar um mundo onde todos os religiosos vão estar juntos, orando”. Ele citou um texto do fundador da fé Bahai, Bahá’u’lláh e um outro de seu filho, `Abdu’l-Bahá, que acredita que possam, de alguma forma servir como alívio para os outros. Ele lembrou dos profissionais da saúde, dos mais necessitados. “A gente acredita que a transformação passa por uma nova consciência global”.

Dom Odilo Scherer destacou a beleza do momento em que os religiosos estão juntos para expressar a solidariedade para com aqueles que estão doentes, aqueles que cuidam dos doentes e também os que não estão doentes. Antes de fazer a oração, dom Odilo disse em nome da comunidade católica: “Somos muito solidários com todas as famílias e com todos os que sofrem de diversas maneiras seja com a pandemia e de outras formas porque há muito sofrimento em meio ao nosso povo. Compartilhamos com todos também o medo, a angústia, muitas vezes quase o desespero de muitas pessoas que veem o chão sumir embaixo de seus pés”.

Finalizando o ato, o rabino Michel Schlesinger, iniciou assim sua prece:

Eloheinu ve Elohei Avotêinu veImotêinu, nosso Deus e Deus de nossos patriarcas e matriarcas. Mobilizado pelos preceitos éticos e religiosos da minha tradição, volto-me para Deus em busca de conforto e esperança.

Estamos preocupados com nossa sociedade. Ensina-nos, Deus, a transformar nosso pânico em paciência, e nosso medo em atos de generosidade. Sabemos que esta enfermidade está atingindo os mais vulneráveis com maior intensidade. Apoiados no princípio da Tzedaká, inspira-nos a realizar justiça social. Que os fortes saibam cuidar dos fracos, que os jovens apoiem os idosos, que aqueles que estão em situação de maior conforto possam auxiliar aqueles que mais precisam. Ajude cada um de nós a fazer a sua parte para impedir a propagação deste vírus.”

O rabino ainda desejou que a religião e a ciência sejam aliadas na defesa da saúde da vida.

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