O SEGREDO PARA A CONTINUIDADE JUDAICA – RABINO ARIEH RAICHMAN

“Você nunca saberia essa história a menos que eu a contasse, pois você realiza coisas sem nem mesmo saber”

“Rabino, quero lhe contar algo que aconteceu com você que talvez não saiba”, disse um empresário na semana passada.

“Há alguns anos, um conhecido de Israel veio a Manaus e conheceu o amor dos seus sonhos. Ele decidiu dar um passeio com sua noiva gentia no shopping com ar-condicionado, como a maioria das pessoas faz para evitar o calor. Quando estava andando, ele viu você com seu chapéu e paletó, sua esposa e filhos, todos vestidos com Kipot e tsitsit. Ver isto no meio da Amazônia tocou nele, que não deveria ficar com aquela mulher, e ele decidiu dar um tempo viajando para o Rio de Janeiro. “

“No calçadão no Rio, para sua surpresa, ele avistou outra família chassídica passeando. Meu amigo entendeu que isso deveria ser um sinal para ele. Ele deixou o Brasil, deixou a noiva e voltou para Israel para construir sua própria família judia. Você nunca saberia essa história a menos que eu a contasse, pois você realiza coisas sem nem mesmo saber”, finalizou o empresário.

Contra a norma

A Torá é muito precisa em suas palavras, nunca há uma palavra extra. Portanto, quando a Torá descreve um evento que ocorreu, embora não seja um mandamento, há uma lição (Horaa) a ser aprendida.

Abraão plantou um Eshel, que nossos sábios explicam significar um hotel para os hóspedes comerem, beberem, dormirem e aprenderem a Torá. Abraão convidou todos os tipos de pessoas para sua “pousada Kasher” e ensinou-lhes sobre a unidade de D’us. Ele não os satisfez com apenas uma refeição simples, nem apenas permitiu um pernoite em sua casa. Ele lhes deu muito mais do que o necessário para ajudar um viajante. Não só isso, mas ele alimentou sua alma, o que requer muito mais esforço e tempo.

No deserto, esse comportamento certamente não é esperado e pode ser simplesmente colocado como extraordinário. Agora, os filhos observam os pais e todas as suas ações. Eles imitam tudo o que veem e assumem as ideologias e comportamentos de seus pais. Quando Isaac viu seu pai, Abraão, tratando os outros de forma além do normal, ele tomou isso como uma lição para ele em seu serviço a D’us. Ele não faria apenas o que fizesse sentido para ele (em outras palavras- o mínimo), mas faria a vontade de D’us mesmo que não entendesse.

Quando bebê, sua mãe, Sarah, provavelmente lhe cantava canções de ninar dizendo que teria tantos filhos quanto as estrelas. Seu pai o admirava e o abençoou para crescer em todos os assuntos e ter muitos descendentes. No entanto, quando o solteiro Isaac foi testado para ser sacrificado a D’us, ele não questionou esses sonhos e promessas. Embora fosse ilógico, ele sabia que se esta é a vontade de D’us, que seja realizada. Isaac conseguiu se comportar daquela maneira porque viu como seu pai fazia assim com os convidados.

Somos os filhos de Abraão e Isaac e temos a capacidade de ir contra a norma e servir a D’us com todos os desafios que isso possa acarretar. Sim, para o Shabat. Sim, para usar tsitsit e kipa. Sim, para manter Kasher. Sim, à educação judaica. A norma é dizer não, mas, novamente, temos o poder de emular nossos antepassados ​​e, quando o fazemos, alcançamos grande sucesso!

Shalom!


Rabino Arieh Raichman – Nasceu em Houston, Texas, e estudou em várias Yeshivot da Argentina, Brasil e Estados Unidos. Recebeu sua Smicha- Certificado de Rabino da Rabbinical College of America, e também é formado em Mohel. Desde 2009, juntamente com sua esposa e quatro filhos, é o emissário de Chabad em Manaus, Amazonas.

Beit Chabad Manaus – www.chabadmanaus.comchabadmanaus@gmail.com

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