CHANCE DE TER FILHOS COM AUTISMO APARECE NO ESPERMA DO PAI

Foi uma surpresa para os cientistas quando se comprovou a chamada herança epigenética, o fato de que herdamos muito mais do que genes.
[Imagem: MPI of Immunobiology a. Epigenetics/ F. Zenk]


Epigenética do autismo

Cientistas identificaram biomarcadores em espermatozoides humanos que podem indicar uma propensão a gerar filhos com transtorno do espectro do autismo.

Esses biomarcadores são epigenéticos, o que significa que envolvem não a hereditariedade pelo DNA, mas mudanças em fatores moleculares que regulam a atividade do genoma ao longo da vida.

Apesar dessa expressão gênica ser independente da sequência de DNA, essa herança epigenética pode ser transmitida às gerações futuras.

Exame para testar chance de ter filho autista

Os pesquisadores identificaram um conjunto de características genômicas, chamadas regiões de metilação do DNA, em amostras de esperma de homens que têm filhos autistas.

Então, em um conjunto de testes cegos, eles foram capazes de usar a presença desses biomarcadores para determinar qual a chance de que outros homens tivessem filhos autistas – os testes atingiram 90% de precisão.

“Nós agora podemos potencialmente usar isso para avaliar se um homem vai passar o autismo para seus filhos,” disse o professor Michael Skinner, da Universidade Estadual de Washington (EUA). “É também um passo importante para identificar quais fatores podem promover o autismo.”

Mudanças epigenéticas

Os pesquisadores identificaram 805 regiões diferentes de metilação do DNA que parecem atuar como um biomarcador epigenético para a suscetibilidade de pais a ter filhos com autismo.

Mais pesquisas e testes mais amplos ainda precisam ser feitos para desenvolver as descobertas do estudo e criar uma ferramenta médica, e Skinner e seus colegas já estão trabalhando em um estudo mais amplo, envolvendo mais de 100 homens no primeiro grupo (pais com filhos com autismo).

Com essas pesquisas adicionais, um exame para detectar esses biomarcadores também poderia ser usado para rastrear como as mudanças epigenéticas ocorrem, disse Skinner – em outras palavras, seria possível rastrear como um pai se torna suscetível a ter filhos com autismo mesmo não tendo herdado qualquer característica específica em seu DNA.

“Nós descobrimos anos atrás que fatores ambientais podem alterar a linha germinativa, o esperma ou o óvulo, a epigenética,” explicou Skinner. “Com esta ferramenta, poderíamos fazer estudos populacionais maiores para ver quais tipos de fatores ambientais podem induzir esses tipos com mudanças epigenéticas.”

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