A NECESSÁRIA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA DA MULHER – POR MARILENE MARIOTTONI
A discriminação contra a mulher, em todas as suas formas e setores, deve ser combatida pela sociedade, ou seja, por mulheres e homens unidos e conscientes de que se trata de importante medida para o bem comum e defesa da democracia.
Já foi verificado em pesquisas que a maior participação da Mulher nas empresas, em cargos de direção e em Conselhos de Administração, traz maior produtividade e lucratividade, além de bem-estar aos funcionários. Assim, a escolha por critério de competência, pode levar a um melhor acerto na seleção da pessoa ideal para o cargo. Empresas mais modernas já adotaram instrumentos que impedem ou ao menos diminuem a possibilidade de preterimento da candidata por esta ser mulher.
O Brasil tem uma baixa participação feminina nos cargos eletivos, desde os municipais (prefeitas, vices e vereadoras) até os estaduais (governadora, vices e deputadas) e federais (presidente, vice, senadoras e deputadas). E isso se reflete na composição dos cargos em Comissão, como Ministros, Secretários de Estado e Municipais e nos demais cargos da administração pública nomeados sem concurso e previstos na legislação.
Nos 645 municípios do Estado de São Paulo por exemplo, são apenas 70 Prefeitas, 89 Vice-Prefeitas e 860 Vereadoras, podendo-se observar quão baixa é a participação política feminina nos cargos eletivos e por conseguinte, nos cargos de livre nomeação.
Análises existem aos montes, sobre as razões da distância entre o número de eleitoras- mais da metade do total- e a presença feminina nos cargos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo, nos vários níveis, ou ainda nos cargos nomeados.
Dois grandes desafios que se apresentam às Mulheres que pleiteiam tais cargos, são a campanha eleitoral propriamente dita e o exercício do cargo, uma vez que as exigências feitas às mulheres parecem ser diferentes das requeridas ao exercício do cargo.
Aliás, antes da campanha eleitoral, na seleção dos nomes pelos partidos, pode haver dificuldades, como os jornais têm mostrado, com o uso das candidaturas como “laranjas”, um tremendo desrespeito à Mulher e à própria democracia. Alguns parecem buscar nomes apenas para cumprir a legislação, evitando nomes com força eleitoral e negando o igualitário apoio nas eleições.
Na campanha, alguns candidatos se comportam como seres que veem a luta pelo poder como uma verdadeira guerra, com atitudes que representam verdadeiros “vale-tudo”, com fake news e outras situações aéticas, mostrando que desejam tão somente o poder pelo poder e não o poder para fazer o bem à população, como bons representantes que deveriam ser.
Uma vez vencida essa fase, passa-se à prestação de contas, à diplomação e à posse. E ao exercício do cargo, em geral permeado pela atitude das “raposas” políticas de determinarem a forma como as Mulheres deverão exercer seus mandatos. Falam muito em companheirismo, na união do partido e em governabilidade, esquecendo-se de que foram eleitos para bem representar a população, acima de qualquer conveniência, devendo cumprir suas obrigações legais , morais e éticas.
Como no caso das empresas, verifica-se com muita clareza, que a participação da mulher na política é benfazeja e, portanto, deve ser uma preocupação constante e objeto de ação de toda a sociedade.
A discriminação contra a mulher, em todas as suas formas e setores, deve ser combatida pela sociedade, ou seja, por mulheres e homens unidos e conscientes de que se trata de importante medida para o bem comum e defesa da democracia.
Marilene Mariottoni é Engenheira civil, Corretora de imóveis, 4ª Vice Presidente da Associação Paulista de Municípios (APM), colunista do “Espaço Mulher em Destaque”, da Revista dos Municípios Paulistas e membro do Conselho Estratégico do Movimento Mulheres da Verdade. Foi Vereadora por 5 mandatos consecutivos em Moji Mirim, onde também foi a primeira Mulher a presidir a Câmara Municipal.