ABAIXANDO O PADRÃO – RABINO ARIEH RAICHMAN

À medida que o mundo gira, precisamos crescer em espiral. Subir significa conectar-se com algo que não muda: a Torá e seus mandamentos. Então, da próxima vez que alguém perguntar por que você está agindo ou pensando diferente do resto do mundo. Lembre-se de que você está se conectando a um padrão mais elevado.


Em uma recente aula online, um participante perguntou se a carne de porco é kasher. Fiquei um pouco surpreso com a pergunta, pois quase todo judeu sabe que não é. No entanto, como acontece com todos nós, ele tinha uma teoria. No passado, o porco era criado na lama e com sujeira ao redor, no entanto, hoje existem tantos regulamentos e diretrizes de limpeza que certamente poderia ser removido de seu status de não-kasher.

Percebi que o básico sobre kasher precisava ser definido. Kasher não significa apto para comer, mas sim, adequado para um judeu comer. O judeu recebeu regras divinas sobre a identificação de animais puros e como prepará-los para serem ingeridos. As regras Divinas primeiro precisam ser seguidas além de outros requisitos de higiene. É preciso perceber que as regras são divinas e nem sempre nossas mentes lógicas as entenderão. O porco é identificado pela Torá como um animal não puro/kasher. Portanto, não importa que tipo de limpeza ou método de higiene seja usado, a carne de porco sempre será proibida para um judeu comer.

Quando uma pessoa diz: “Os tempos mudaram e a Bíblia está desatualizada, portanto, o porco deve ser kasher”, estão basicamente dizendo que a Bíblia não é Divina, mas sim um ensinamento oportuno. Ou se eles disserem: “Existem partes que se aplicam e outras que não”, bem, nunca ouvi falar de religião como um bufê onde todos podem vir, e escolher o que quiserem. Como um bom amigo diz: “Seguir a vontade de D’us, cumprir os mandamentos, é a coisa certa a fazer. Só não cheguei lá ainda.”

Se olharmos ao nosso redor, o padrão do mundo está constantemente sendo abaixado. O respeito pelos professores costumava ser a norma, mas hoje é chamado de “o direito do aluno”. O critério para receber um emprego era a qualificação, mas hoje é “conexões” ou “leis”. Palavras como “a vontade de D’us”, “com a ajuda de D’us” costumavam ser a norma. O mundo como um todo está mudando e evoluindo. Se uma pessoa quiser chamar o frango de “porco” e dizer que está comendo carne de porco, ele pode, afinal de contas, lhe foi dada a liberdade de escolha para chamar as coisas do jeito que quiser, mas isso nunca mudará a realidade.

À medida que o mundo gira, precisamos crescer em espiral. Subir significa conectar-se com algo que não muda: a Torá e seus mandamentos. Então, da próxima vez que alguém perguntar por que você está agindo ou pensando diferente do resto do mundo. Lembre-se de que você está se conectando a um padrão mais elevado.

Shalom!


Rabino Arieh Raichman – Nasceu em Houston, Texas, e estudou em várias Yeshivot da Argentina, Brasil e Estados Unidos. Recebeu sua Smicha- Certificado de Rabino da Rabbinical College of America, e também é formado em Mohel. Desde 2009, juntamente com sua esposa e quatro filhos, é o emissário de Chabad em Manaus, Amazonas.

Beit Chabad Manaus – www.chabadmanaus.comchabadmanaus@gmail.com

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