EM DESTAQUE, PETER KAUFMANN – POR GLORINHA COHEN

Com minha idade, ser escolhido por um grupo de jovens adultos para fazer parte de sua equipe de voluntários da Hebraica me motiva tremendamente, e aceitar o desafio de fazer um mestrado na USP me tira de minha zona de conforto.

A paixão pela música veio desde a infância, pois cresceu em uma casa ouvindo música erudita. Daí, a rebeldia da juventude o levou para os caminhos do Rock – viu os Beatles em Londres e viveu a experiência de participar do famoso festival de Woodstock – e Peter Kaufmann acabou conhecendo e apreciando todos os gêneros de música, como, dentre outras, a popular brasileira, pop, jazz, blues, pop europeu e latina para, no final, descobrir que sua paixão era mesmo a música erudita.

Profundo conhecedor da matéria, já realizou 278 palestras com temas musicais diferentes e até antes da pandemia recebia em sua casa grupos de pessoas em encontros inesquecíveis, mas que agora são realizados virtualmente.

Admirável em sua disposição para o trabalho comunitário, Peter é casado com a escultora Anita Kaufmann, tem dois filhos e cinco netos e não é daqueles que prezam sua zona de conforto. Pelo contrário. É Diretor de Esportes da ACESC – Associação de Clubes Esportivos e Sócios-Culturais de São Paulo e na Hebraica de São Paulo exerce os cargos de Conselheiro, Coordenador do Conselho Fiscal e Diretor Cultural. Mas, se você pensa que seu fôlego acaba por aí, está enganado. Ele ainda acha tempo para fazer na USP um Mestrado na área de Artes e Música.

E tem mais, muito mais coisas que tornam a vida de Peter Kaufmann fascinante e ele nos conta tudo nesta entrevista especial a nós concedida.


GC – Defina família, amigo e pessoa ideal.

PK – Família é o centro da minha vida e do meu equilíbrio, amigo é aquela pessoa que apoiamos sem perguntas, pessoa ideal é aquela com cabeça aberta.

GC – O que o Judaísmo significa para você?

PK – O judeu foi escolhido por Hashem para cumprir e transmitir os ensinamentos, cada judeu deve cumprir da forma como lhe achar mais apropriada.

GC – Do que gosta e do que não gosta.

PK – Tento gostar de tudo, mas injeção não.

GC – Estudou onde?

PK – Escola Britânica, Colégio Rio Branco, Fundação Getúlio Vargas e atualmente USP.

GC – O que o tira do sério?

PK – A bola de tênis que não vai aonde imaginei.

GC – Conte um pouco de sua vida profissional.

PK – Tive experiências muito diversas: mercado financeiro, indústria, executivo de multinacional nos ramos de manufatura e entretenimento e empresa própria de instalações de infraestrutura. Aprendi que o trabalho cansa, mas realizar compensa.

GC- Quando começou no voluntariado e qual foi seu primeiro trabalho?

PK – Comecei na CIP no grupo do Fundo Comunitário.

GC – Teve influência de alguma pessoa?

PK – Tive o privilégio de conhecer pessoas maravilhosas que através de seus exemplos me ensinaram a ouvir e mudar de ideia. Não vou mencionar ninguém em específico para não cometer injustiça.

GC – Quais mudanças percebeu em si mesmo após se dedicar ao trabalho voluntário?

PK – A necessidade de dominar minha impaciência sem perder o entusiasmo.

GC – Quais cargos já exerceu e ainda exerce e onde?

PK – Vice-presidente do Conselho e Diretor de Culto, ambos da CIP; Diretor de Marketing do Fundo Comunitário; Diretor de Esportes da ACESC. Atualmente, na Hebraica, Diretor de Tênis, Conselheiro,

Coordenador do Conselho Fiscal e Diretor Cultural.

GC – Agora como diretor da área cultural da Hebraica de SP, quais são seus projetos?

PK – Com a implantação do novo estatuto aprovado na última assembleia, foi criada a Vice-Presidência de Atividades em que a Diretoria Cultural está alocada. Nosso trabalho é trazer de volta os sócios que foram impedidos de frequentar presencialmente o clube devido à pandemia. Nesse período a gestão anterior realizou obras maravilhosas no clube que estão surpreendendo os que se mantiveram afastados. Especificamente na área cultural, em conjunto com a social, estamos terminando o planejamento de 2022 onde ofereceremos concertos, palestras, filmes, peças de teatro, festivais de cinema, concursos literários, de fotografias, clube de leitura e uma série de eventos comunitários.

GC – O que mais o encanta ou o frustra no trabalho voluntário?

PK – Me encanta montar uma equipe e fazer a diferença; frustações só conto para meu terapeuta.

GC – Você é um expert em música dos mais diversos tipos. Como começou esta sua paixão?

PK – Meu pai foi músico amador na Alemanha e adorava música erudita, comecei ouvindo e descobri horrorizado que não tinha aptidão para tocar ou cantar somente para ouvir. Tive o privilégio de estar no lugar certo na época certa, fui testemunha ocular em Londres dos Beatles e em Woodstock, aprendi a ouvir Jazz e acabei me apaixonando por música erudita, sua história, seus compositores, intérpretes e principalmente pelo som de uma orquestra sinfônica.

GC – Você promove palestras sobre música. Fale um pouco sobre isto.

PK – Num papo pós tênis alguém falou: por que você não faz uma palestra? Isto foi em 2017 e a primeira foi na Hebraica. Depois comecei a organizar um grupo na minha casa que acabou se tornando virtual depois da pandemia. Já realizei 278 palestras com temas musicais diferentes.

GC – Mais alguma paixão que queira relatar?

PK – Duas. Acabei descobrindo que adoro pesquisar e estudar e um queridíssimo amigo acadêmico me deu coragem para entrar na pós-graduação da USP onde estou apresentando neste mês de outubro de 2021 minha proposta para fazer um Mestrado na área de Artes e Música. A segunda é pela escultora Anita Kaufmann.

GC – E sobre a pandemia, como tem lidado com ela?

PK – Como todos, acabei me adaptando e com exceção de uma neta que apresentou leves sintomas, nossa família não foi afetada.

GC – Gostaria de ressaltar alguma realização, tanto no campo profissional como no voluntário?

PK – Duas coisas também: com minha idade, ser escolhido por um grupo de jovens adultos para fazer parte de sua equipe de voluntários da Hebraica me motiva tremendamente, e aceitar o desafio de fazer um mestrado na USP me tira de minha zona de conforto.

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