O PRÉ-LANÇAMENTO DO LIVRO “HERANÇA”FOI EM TORRES NO RS – POR FELIPE DAIELLO
Primeiro, na Livraria Super Livros, dia 18 de fevereiro p.p. e dia 24, na SAPT, sede de Torres, tivemos o pré-lançamento de Herança, pois Torres, praia de veraneio, é o local onde a maioria dos meus livros foram concebidos e escritos.
As energias aqui são criativas, pois no extremo do Rio Grande do Sul, a proximidade do Oceano com a Serra do Mar, a conexão proporcionada pelo derrame basáltico que desde a Ilha dos Lobos vai até os cânions do Itaimbé gera energias positivas e inspiradoras. Escritores famosos como Erico Veríssimo e Lia Luft escreveram aqui seus best- sellers.
A cidade, atualmente com a vinda da Ulbra, mudou sua face e tem um dos maiores índices de livros lidos por habitantes do Brasil. Grupos culturais como o CCaten, como a Casa do Poeta de Joaquim Moncks, são ilhas e parceiros na divulgação da cultura que pede e exige a colaboração de mais voluntários.
Herança, mais um romance histórico que começa em 1808, traça a formação do Império Brasileiro, onde D.Pedro I e D. Pedro II são pioneiros e próceres de enorme atuação na formação da nossa nação e retrata a formação de país continental. Precisamos recordar as raízes e os motivos do sucesso dos nossos antecessores no legado histórico que vamos comemorar.
A ideia do romance histórico é antiga, as viagens, a procura dos rastros dos navegadores que mudaram o mapa do mundo foi intensa. Visita a museus, as pesquisas, as leituras curiosas forneceram o caminho da narrativa. A Trilogia Sagas do Destino ou Sagas da Fortuna toma forma. Dois jovens, o português Juan del Tajo e o espanhol Antonio de la Marca,ao fugirem da miséria endêmica da Europa e das suas guerras, ousam ultrapassar fronteiras, vencer obstáculos desconhecidos e criar pelo conhecimento, pela audácia, pelo aproveitamento das oportunidades, a base do sucesso e da fortuna, bases transmitidas para seus herdeiros, iniciando como bons professores uma dinastia. Os Países Baixos e Amsterdã ultrapassam o Império Espanhol, que, dono do mundo, entra em bancarrota.
As rodas da fortuna deslocam-se da Península Ibérica. A análise política e financeira dos erros e dos acertos cometidos pelos eventuais donos do poder é transmitida passo a passo aos herdeiros; que como bons alunos, iniciam uma dinastia de vencedores. A análise política e financeira, o apoio ao comércio mundial como a alavanca do progresso, são relatados a cada nova descoberta, após batalhas com suas derrotas e vitórias, após novas sucessões de soberanos, e das revoluções e de novos conceitos de liberdade e de filosofias. As novas gerações precisam da adaptação e correção no rumo da sua bússola de ação para permanecer do lado do sucesso. A saga da família deve seguir vitoriosa. Como todo o livro segue os efeitos da época, o atual pandemônio mundial influi no desenvolvimento do tema.
Não é possível permanecer escondido em caverna escura, fugindo da luz, com medo do bicho lá fora pronto para nos devorar. As lutas e as vitórias dependem do uso adequado da inteligência, da ousadia da ação, do conhecimento das nossas forças, da união necessária dos iguais e a descoberta do ponto fraco do adversário. A ação não pode ficar presa a protocolos rígidos, a normas superadas e ao medo de enfrentar novo e desconhecido adversário, caso contrário vamos morrer sem ver a luz da esperança.
Neste livro, Herança, o terceiro da trilogia que começa com Vida – Viagem sem Roteiro, continua com Fortuna – os pioneiros trilham os caminhos da fortuna, onde o sucesso surge como objetivo dos vencedores. A Fortuna, ao permitir o avanço não apenas dos herdeiros e sucessores, possibilita a distribuição de riquezas, a formação de alunos, de adeptos para acompanhar o destino que eles mesmos decidirão. A fortuna entesourada é inútil; deve ser usada para desenvolver o progresso, a elevação do ser humano em inteligência, em espírito, esse é objetivo de compartilhá-la, ensinando os filhos como seguir a trilha do sucesso bem acima do brilho dourado do ouro. O importante é aprender como utilizar a energia por ele criada. Lições importantes para incluir na Herança deixada para descendentes, para companheiros e alunos. Essa será a minha colaboração para o brilho das Comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil.
Ao contrário dos vice-reinados espanhóis, despedaçados por revoluções por liberdade, por lutas políticas entre famílias poderosas, pela briga por fronteiras entre as novas repúblicas e por corrupções endêmicas, a colônia do Brasil , a terra do pau-brasil, ao passar por ato de D. João VI a Reino Unido a Portugal e Algarves em 1816 e depois com aclamação de soberano como Rei do Brasil de Portugal e Algarves tendo a cidade do Rio de Janeiro como capital real, efetua uma transição de status político de forma pacífica , o que no império será importante para manter a integridade territorial, diferente do que vai acontecer na América Latina Espanhola que se desintegra e entra em caos político.
Os bandeirantes são os primeiros desbravadores que ultrapassam os limites do Tratado de Tordesilhas e chegam até os Andes em busca de ouro e de esmeraldas. Expedições portuguesas deixam marcos de posse e constroem fortes em lugares estratégicos e a diplomacia das cortes portuguesa por tratados e por diplomacia, conquistam espaços que precisa povoar trazendo populações açorianas de ilhas assoladas pela fome e por superpopulação.
D, Pedro II ao vencer três conflitos externos, de obter desculpas do Império Britânico na questão Christie, mantem e amplia nossas fronteiras com o apoio Barão do Rio Branco. Como monarca constitucionalista, estadista, literato e intelectual, alem de divulgar o Império no exterior tem projetos de longo alcance; participação em Feiras Mundiais., ampliar e melhorar a rede de educação, modernizar as vias de comunicação, instalação de cabos telegráficos submarinos, de centrais telefônicos, explorar a Antártica, investir em pesquisas científicas, em estudos médicos apoiando os trabalhos de Pasteur e planejar o desvio das águas do rio São Francisco para eliminar a seca permanente no Nordeste,
Desde as batalhas em Guararapes onde sangue português se mistura ao de indígenas como Felipe Camarão e ao de escravos como Henrique Dias, na defesa das terras invadidas por holandeses, de cultura e de religião diferente, numa tentativa de desmembrar o continente, surge um embrião de exército nacional e uma característica especial nos seus habitantes, os brasileiros, considerados um ser social no seu íntimo e agradável no seu viver.
O Brasil, país continental, um gigante, é um cadinho que une e funde todos os que aportaram ou chegam em busca de novo futuro e da realização dos seus sonhos mesmo os impossíveis. Não interessa a diversidade humana, os locais de origem, a querelas históricas, mesmo com atritos e desconfianças, aos poucos, pela integração, pelas uniões e pelos casamentos ,uma identidade é desenvolvida, aqui todos serão brasileiros, orgulhosos da sua flamula verde-amarela e imbuídos de avançar na busca da manutenção das suas heranças e na procura de dias melhores para os seus descendentes. Bons exemplos não faltam e deletar os inconvenientes é preciso.
Em 1922, ano do Centenário da Independência, quais eram as notícias, as preocupações e as manchetes dos jornais? A Grande Guerra Mundial deixara ausências ,cicatrizes e feridas não curadas . Quatro Impérios desapareciam no Mundo; fronteiras eram alteradas sem gabinetes distantes. A gripe espanhola fora controlada, A revolução bolchevique produzia movimentos e revoltas no meio sindical. As lutas entre os exércitos Branco e Vermelho continuava na Sibéria. No Brasil, a Semana da Arte de São Paulo causava frenesi entre os intelectuais, A Exposição do Centenário mudava a face e a urbanização do Rio de Janeiro, onde o histórico Monte Castelo fora demolido. O Episódio dos 18 do Forte, iniciava o movimento tenentista no Brasil. A Velha República fora substituída pela aliança entre políticos de Minas Gerais e de São Paulo; futuras consequências eram previsíveis. No ano anterior, após negociações intensas, os restos mortais de Pedro II e da sua esposa, no encouraçado São Paulo retornavam ao Brasil, numa cerimônia e ato de desculpas; um memorial seria construído na cidade imperial de Petrópolis para dar repouso eterno e merecido ao nosso imperador, o grande incentivador do nosso progresso. .
Agora, em 2022, com 220 milhões de habitantes, o que devemos comemorar e lutar, mesmo com ameaças globais de desmembrar o gigante construído e defendido pelos pioneiros? Não esquecer o Barão do Mauá , o empresário símbolo no Brasil. Com novas tecnologias como o 5G, com boa gestão, com a modernização das redes ferroviárias, com a restauração de rodovias e a construção de pontes para alcançar as fronteiras inexploradas e abandonadas há anos, será possível chegar ao Oceano Pacífico e ficar mais perto dos mercados da Ásia, pois nossa agroindústria tem capacidade de alimentar um terço da população mundial. Energias renováveis, internet para todos com moeda digital e menos burocracia, fazem a diferença. Mas o principal, o sonho e o projeto de D. Pedro II, concretizado, criando reserva hídrica permanente no Nordeste, produzirá outra revolução numa região que tem 30 % da população, mas gera menos de 15 % do PIB nacional.
Participa dessa onda.
FELIPE DAIELLO
FELIPE DAIELLO – Professor, empresário e escritor, é autor de inúmeros livros, dentre os quais “Palavras ao Vento” e ” A Viagem dos Bichos” – Editora AGE – Saiba mais.