CÂMARA MUNICIPAL DE SP APROVA PROJETO DE LEI DO VEREADOR DANIEL ANNENBERG QUE HOMENAGEIA O RABINO HENRY SOBEL

“Henry Sobel mostrou para a sociedade o melhor do judaísmo, seu aspecto humanista, da defesa do Estado Democrático de Direito. Sobel teve um papel fundamental no período de redemocratização do Brasil, e assim será lembrado”.

A cidade de São Paulo vai ganhar em breve logradouro em homenagem ao rabino Henry Sobel.

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou em primeira votação ontem, dia 09 de março, o Projeto de Lei 240/2020, de autoria do vereador Daniel Annenberg (PSDB), que denomina “Escadaria Rabino Henry I. Sobel”, o logradouro que se inicia na Rua Rio de Janeiro, na altura de sua confluência com a Rua Pernambuco, e termina na Rua Engenheiro Edgar Egídio de Sousa, no Distrito da Consolação, bairro de Higienópolis, próximo à sua antiga residência, na Rua Rio de Janeiro.

Henry Isaac Sobel nasceu em Lisboa em 1944. Seus pais deixaram a Europa em razão da perseguição nazista durante a Segunda Guerra Mundial e imigraram para Nova Iorque, onde Sobel viveu a infância e a juventude e se formou rabino em 1970. No mesmo ano, aceitou o convite para ser rabino na Congregação Israelita Paulista (CIP), entidade da qual foi presidente do Rabinato até outubro de 2007.

Sobel residiu por mais de 40 anos no Brasil e, por meio da sua atuação na Congregação Israelita Paulista (CIP), se destacou como líder comunitário da comunidade judaica no país. Além de outras ações relevantes, criou importantes laços com a juventude judaica. Foi também um contundente defensor dos direitos humanos.

Durante a ditadura militar brasileira, em 1975, recusou-se a enterrar o jornalista Vladimir Herzog na ala dos suicidas do cemitério israelita por rejeitar a versão oficial do regime acerca das circunstâncias da morte do jornalista. Também participou do culto ecumênico em memória de Herzog realizado na Praça da Sé, que reuniu lideranças de diversas comunidades religiosas e é considerado a maior manifestação pública de repúdio à ditadura militar.

Nas palavras do vereador Daniel Annenberg: “Henry Sobel mostrou para a sociedade o melhor do judaísmo, seu aspecto humanista, da defesa do Estado Democrático de Direito. Sobel teve um papel fundamental no período de redemocratização do Brasil, e assim será lembrado”.

Henry Sobel faleceu aos 75 anos de idade, em 22 de novembro de 2019, em Miami.