Empresário americano de olho na Amazônia – Heródoto Barbeiro
Pouco se fala sobre a devastação da mata, a pilhagem de exemplares da flora e da fauna de grande riqueza, o roubo de amostras da biodiversidade amazônica. A região ainda vive sem lei, sem Estado, onde as disputas são resolvidas à bala e as terras invadidas por aventureiros de toda espécie.
Space X, nave do empresário Elon Musk
C.J. GUNTHER / EFE – EPA – ARQUIVO
Um dos homens mais ricos do mundo tem interesse na Amazônia. Ela é uma área que está constantemente no noticiário ambiental e policial. Há uma devastação em andamento e parte das madeiras nobres é enviada para o mercado norte-americano. Deste provém o investimento para uma iniciativa que pretende mudar o destino da região, praticamente abandonada por inúmeros governos federais.
Revistas europeias e norte-americanas, vez por outra, fazem reportagens sobre os povos indígenas, seus costumes e origem para gáudio daqueles que procuram matérias diferenciadas sobre o planeta. Pouco se fala sobre a devastação da mata, a pilhagem de exemplares da flora e da fauna de grande riqueza, o roubo de amostras da biodiversidade amazônica. A região ainda vive sem lei, sem Estado, onde as disputas são resolvidas à bala e as terras invadidas por aventureiros de toda espécie. As grilagens se constituem em fazendas imensas, grandes latifúndios, que um dia vão gerar lucros para seus administradores e dividendos para os acionistas, estejam onde estiverem.
Está é a dinâmica do capitalismo destes tempos.
Há setores no Brasil que olham com grande preocupação a chegada de iniciativas capitalistas estrangeiras na Amazônia. Ninguém pode garantir que amanhã uma entidade internacional venha a declarar a região patrimônio da humanidade e instale uma administração alienígena na área. Tudo o que lá existe pertence ao povo brasileiro.
Assim, quando se abrem na floresta grandes fazendas ou outras atividades, se está tirando um bem que pertence a todos. Contudo há os que defendem o desenvolvimento local com atividades compatíveis com a floresta. Garimpeiros buscam nos rios o ouro que contrabandeiam sem o menor esforço. O Estado brasileiro não tem condições de impedir todo tipo de assalto na imensa área que está, pela constituição, sob sua guarda. A presença constante de estrangeiros, muitos travestidos de expedições científicas, fazem levantamentos que são enviados para o exterior e estudados nas universidades.
Todos ainda se lembram quando os ingleses contrabandearam mudas de látex para plantar na Indochina e quebraram a economia amazônica. Há investidores que podem bancar projetos na Amazônia, desde que tenham o aval de empresas internacionais e até mesmo de governos estrangeiros.
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HERÓDOTO BARBEIRO
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