LIVROS
“Desafios da adolescência na contemporaneidade: Uma conversa com pais e educadores” de Carolina Delboni, “O Engenheiro da Morte” de Marcio Pitliuk e “Órfãos de Amsterdã: uma história real de luta e resistência” de Elle van Rijn.
“Desafios da adolescência na contemporaneidade: Uma conversa com pais e educadores”
Obra fundamental para pais, educadores, psicólogos, médicos e todos aqueles que convivem com adolescentes.
Com prefácio de Rosely Sayão, este livro (Summus Editorial) reúne textos da pedagoga e jornalista Carolina Delboni. Colunista do jornal O Estado de São Paulo, ela passou os últimos dez anos observando e estudando a adolescência.
A obra está dividida em quatro partes. Na primeira, a autora convida o leitor a se desfazer dos clichês ligados a essa faixa etária e a estabelecer com ela um diálogo possível. Em seguida, analisa a interface entre adolescência e educação, tanto a que acontece dentro de casa quanto a escolar, discutindo temas como gênero, sexualidade, violência e os transtornos mentais que, cada vez mais, atingem nossos jovens. A terceira parte do livro enfoca as relações sociais dos adolescentes e abarca assuntos como cyberbullying, masculinidade tóxica e gravidez precoce. Na parte 4, Carolina debate as sequelas que a covid-19 deixou nessa geração.
Carolina Delboni é jornalista de formação, atuou por 15 anos cobrindo a editoria de moda até dar uma guinada na vida profissional. Mãe de três meninos adolescentes, resolveu estudar a parentalidade e, posteriormente, a adolescência. Foi redatora-chefe da revista Pais&Filhos por cinco anos. Ali, foi responsável pelas primeiras capas com reportagens sobre racismo e relações de gênero entre meninas e meninos, entre outros temas. Em 2017, foi convidada pelo jornal O Estado de São Paulo a ter um espaço digital em que pudesse ampliar o alcance de seus textos e análises. Com o tempo, sentiu necessidade de se especializar. Graduou-se em Pedagogia, trabalhou como professora e hoje é consultora em instituições públicas e privadas. É pós-graduada em Educação com Foco na Primeira Infância (Instituto Vera Cruz) e em Abordagem Psicanalítica da Adolescência (Instituto Sedes Sapientiae).
“O Engenheiro da Morte”
Romance histórico revela como a elite da Alemanha nazista impulsionou o Holocausto e mostra que os soldados da SS, que organizavam as filas nas câmaras de gás, eram o último elo da corrente assassina
Sem a colaboração direta da alta sociedade da Alemanha nazista, nos anos 30 e 40 do século 20, o Holocausto não teria acontecido. Esta é a premissa do romance histórico “O Engenheiro da Morte – a Participação da Elite alemã no Holocausto” (Editora Vestígio), o mais novo livro de Marcio Pitliuk, escritor, cineasta e um dos maiores especialistas no país sobre o tema, lançado no dia 18 de abril, em São Paulo. A obra trata de um assunto pouco conhecido: o envolvimento direto de industriais, empresários, engenheiros, arquitetos, banqueiros, médicos, advogados, em síntese, de grande parte da elite alemã no maior genocídio da História Contemporânea. O único propósito dessas pessoas, segundo o autor, foi enriquecer e aumentar os lucros para suas empresas, como Volkswagen, Siemens, Oetker, Deutsche Bank, BMW, Krupp, entre outras ainda hoje na lista das mais valiosas do mundo.
A narrativa fictícia, com fatos reais e personagens muito bem construídos, é a história do jovem e ambicioso engenheiro Carl Farben. Em 1941, quando os alemães começam a construir os campos de extermínio, ele muda a fórmula de um inseticida para torná-lo mortal aos seres humanos. Assim, desenvolve o gás Taifun B para dizimar os judeus. Incentivado pela esposa, Farben conquista fortuna e sucesso durante a guerra, mesmo às custas do genocídio causado pelo seu produto. Com a rendição da Alemanha, o casal consegue documentos falsos e foge para o Brasil. No entanto, a caça aos nazistas continua mesmo após o conflito militar global.
O livro é um thriller envolvente, desde o primeiro capítulo, com as revelações do autor sobre o Holocausto ou Shoah (calamidade) para os judeus; o assassinato de seis milhões de judeus, crianças, adultos e idosos, e também homossexuais, ciganos, opositores políticos, deficientes físicos e mentais e testemunhas de Jeová.
“Os soldados da Schutzstaffel, a SS, que organizavam as filas nas câmaras de gás, eram o último elo da corrente assassina”, diz Pitliuk. “Os militares administraram os campos de concentração, mas para construí-los foram necessários arquitetos, engenheiros e mão de obra especializada, além de muitos recursos financeiros. Para produzir o gás Zyklon B, um pesticida da Bayer (ainda existem latas com o logotipo) reformulado para ser um gás letal em humanos, os nazistas precisaram de químicos e uma fábrica, bem como de metalúrgicas para as cercas de arame farpado. Era um grande negócio com corrupção generalizada e engajamento da elite alemã”, relata Pitliuk.
Dinheiro para a indústria do genocídio da Alemanha nazista não era problema. No livro, o autor conta como se dava o financiamento dos campos de concentração. O Deutsche Bank emprestou altos valores ao regime do Terceiro Reich, e quem pagou literalmente essa conta foram os judeus. A elite alemã, com o apoio do regime nazista, confiscou tudo dos judeus: economias, casas, joias, obras de arte, empresas, indústrias, enfim, tudo que estava ao seu alcance.
“Até a vitória soviética na Batalha de Stalingrado, em fevereiro de 1943, o padrão de vida da população da Alemanha Nazista era muito alto. O suborno era disseminado em um regime totalitário, criminoso e amoral”, menciona Pitliuk.
Parte do que era roubado dos judeus era destinado à população da Alemanha e outra reservada para construir os campos em Auschwitz-Birkenau, Dachau, Majdanek e outros. Mesmo depois de assassinados, os judeus eram mercadorias para grande lucro dos nazistas.
“Os cabelos dos judeus eram vendidos em toneladas para ser usado como material térmico em submarinos, aviões de guerra; os ossos serviam de adubo. Apenas para lembrar algumas situações. Tudo foi documentado pelos nazistas. Ninguém pensa isso”, comenta o autor.
Marcio Pitliuk é um dos maiores especialistas brasileiros no assunto Holocausto e, desde 2008, se dedica a divulgar o que é considerado o maior crime da Humanidade no século passado.
É diretor no Brasil do Yad Vashem, o mais importante centro de pesquisas e ensino do Holocausto, sediado em Jerusalém, curador do Memorial do Holocausto de São Paulo e membro acadêmico do StandWithUs Brasil. Sobre esse tema, faz palestras, realizou três longas-metragens e escreveu outros quatro livros: “O homem que venceu Hitler” (romance histórico), “A alpinista: sexo e corrupção na Alemanha Nazista” (romance histórico) e “Sobreviventes – Volumes I e II” (com Luiz Rampazzo).
“O Engenheiro da Morte – a Participação da Elite Alemã no Holocausto” (Editora Vestígio), 256 páginas.
Órfãos de Amsterdã: uma história real de luta e resistência
No mês do Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, Editora Melhoramentos lança emocionante obra sobre jovens mulheres que salvaram centenas de crianças do nazismo
Baseado em fatos reais, Órfãos de Amsterdã, de Elle van Rijn e lançado pela Editora Melhoramentos, conta a história de uma jovem comum que arriscou tudo para salvar do nazismo inúmeras crianças que tinham como destino Auschwitz.
A creche na qual a jovem Betty Goudsmit-Oudkerk trabalhava foi transformada pelos alemães em um espaço para onde as crianças judias seriam encaminhadas — e lá aguardavam o transporte em direção aos campos de concentração. Mas ela e suas amigas, todas funcionárias da creche, se recusaram a aceitar o destino que os nazistas queriam dar a esses meninos e meninas. Elas escolhem pôr em risco as próprias vidas para salvar centenas de inocentes, enquanto nas ruas da cidade o dia a dia se torna cada vez mais assustador para
os judeus.
A persistência dessas mulheres que lutaram dia e noite para salvar centenas de crianças da morte anunciada, faz o leitor se emocionar e refletir sobre o doloroso período da Segunda Guerra Mundial.
A escritora Elle van Rijn desenvolve a narrativa a partir do relato de Betty, que antes de falecer teve uma longa conversa com a autora, para apresentar uma obra fiel aos sentimentos vividos na época e capaz de tocar leitores de todas as gerações.
O livro, de 304 páginas, traz notas históricas e da autora que contextualizam os acontecimentos retratados. Com um olhar sensível que promove uma leitura emocionante, a obra foi sucesso de vendas na Europa com mais de 30 mil exemplares vendidos apenas na Holanda.
Sobre a autora:
Elle van Rijn tem dez romances publicados, além de atuar como atriz e roteirista. A paixão da autora pela escrita é conduzida por histórias reais e ficcionais, sendo “Órfãos de Amsterdã” uma união extraordinária da ficção com acontecimentos marcantes baseados em fatos reais que fascinam cada leitor.