Enxergue a parte positiva – Rav Efraim Birbojm
Era o primeiro dia de aula e Alberto, o dedicado professor, gostava de começar o ano em grande estilo. Assim que entrou na classe, ele estendeu um grande lençol branco em uma das paredes da sala de aula e ficou aguardando a chegada dos alunos.
Pouco tempo depois, os alunos começaram a chegar. À medida que entravam, ficavam curiosos com aquele lençol estendido na frente deles. Será que havia algo escondido atrás? O que significava? As crianças olhavam umas para outras em busca de respostas, mas sempre encontravam as mesmas expressões de perplexidade.
Alberto iniciou a aula se apresentando aos alunos e perguntando o nome de cada um deles. Logo depois, apontado para a parede onde estava o lençol, perguntou:
– O que vocês estão vendo?
Um dos alunos percebeu que naquele imenso lençol estendido havia uma pequena mancha preta. Imediatamente ele disse ao professor que estava vendo uma mancha. Os demais colegas, um após o outro, concordavam com ele. Todos conseguiram ver a manchinha que estava no centro do lençol branco. Só não sabiam que aquela mancha estava lá de forma proposital.
Após confirmar com cada um dos alunos se a manchinha preta era a única coisa que eles viam, Alberto fez outra pergunta:
– Ninguém aqui está vendo o lençol?
Os alunos ficaram envergonhados. Realmente nenhum deles havia nem mesmo mencionado o lençol, de tão focados que estavam na manchinha. Alberto então ensinou aos seus alunos algo extremamente importante, que eles deveriam levar para o resto de suas vidas:
– Queridos alunos, percebam que, apesar do tamanho do lençol, todos conseguiram enxergar apenas a pequena manchinha preta que tem nele. Isso acontece por estarmos acostumados a procurar sempre os defeitos e as falhas. Mas, durante o ano, vamos aprender a focar no lado positivo, a enxergar o que cada um tem de bom, ao invés de procurar sempre os defeitos e a parte negativa de cada pessoa ou de cada situação.
RAV EFRAIM BIRBOJM
Mestre em Engenharia pela Escola Politécnica da USP, começou seu processo de Teshuvá (retorno ao judaísmo) aos 25 anos, através da Instituição “Binyan Olam”. Atualmente comanda uma comunidade em São Paulo, cuja missão é oferecer a oportunidade de crescimento espiritual para o público já observante da Torá, bem como oferecer a oportunidade de pessoas não observantes se aproximarem um pouco mais do judaísmo. Saiba mais.