“Cinismo e hipocrisia em nível máximo” por Marcos L Susskind

Infelizmente a maldade, o cinismo e a hipocrisia parecem ter optado por fazer da América Latina o seu lar…

Muitos políticos acreditam que tolerar o intolerável pode ser um posicionamento ideológico, seja a tolerância com o crime ou com o terror. Na verdade, este tipo de atitude contribui para confundir a população, especialmente os jovens. A desorganização mental que isto causa pode ser uma das razões da delinquência: a incapacidade de discernir entre o certo e o errado.

Esta questão vem à tona com a recente decisão de governos sul-americanos de esquerda que romperam relações ou chamaram de volta seus embaixadores em Israel, nação que foi forçada a entrar em uma guerra que não buscou. Israel foi obrigada a retaliar monstruosos ataques de terroristas que estupraram, queimaram vivos, metralharam e degolaram velhos e bebês, adolescentes e adultos.

Países sul-americanos se mostram ao mesmo tempo hipócritas e cínicos. Cabe definir.

Hipócrita: é uma pessoa ou governo que finge ter qualidades, ideias ou sentimentos que na realidade não possui.

Cínico: é a pessoa ou entidade que desdenha uma situação deixando de fazer uso do bom senso.

Antes do início da invasão e de bombardeios, Israel deu 24 horas para a população do norte da Faixa de Gaza se deslocar para o sul e assim estarem protegidas. Estas 24 horas foram prorrogadas mais 10 vezes, num total de 11 dias para que os civís estivessem em segurança. 1.150.000 assim o fizeram, cerca de 250.000 permaneceram na zona de risco – apesar de avisos diários, em Árabe e Inglês, por rádio, TV, comunicação via celular, uso de redes sociais e panfletos jogados do ar. Não há registro em toda a história de semelhante campanha para poupar civis inimigos. O exército de Israel iniciou a retaliação por terra 23 longos dias após sua população ter sido vítima do mais cruel, monstruoso e sangrento ato terrorista desde a 2a. Guerra Mundial. Como consequência da ação militar houve vítimas de ambos os lados, sendo entre 2500 e 4000 vitimados em Gaza, a maioria deles terroristas do Hamas. Os terroristas do Hamas, que não costumam usar de verdade, falam em 7.500 mortos.

Com base nestes números o Governo da Bolívia rompeu relações com Israel. Trata-se de ação cínica e hipócrita. Esta mesma Bolívia mantém embaixada na Síria, onde 450.000 civis foram trucidados pelo governo e 14.000.000 de pessoas tiveram de abandonar seus lares.

Mas, para o atual governo Boliviano isto não é problema – 450.000 mortes causadas por aliados são “prejuízos de guerra”. Segue ativa também a Embaixada Boliviana no Irã, país que costuma condenar a que se atire homossexuais de penhascos, enforcamentos em praça pública por andar sem véu, fuzilamentos e apedrejamento de “adúlteros”. E não há registro de objeção boliviana ao assassinato sistêmico de 400.000 negros em Darfur. Será a razão do silêncio porque as vítimas são negras e estas vidas não lhes importam? O cinismo fica por conta da reação rápida e hipócrita em relação à eliminação de terroristas sanguinários, verdadeiros carniceiros desumanos.

Infelizmente Chile e Colômbia não são muito diferentes. Chamaram de volta seus embaixadores, a mais alta punição antes do rompimento de relações. O Relatório oficial sobre conflito armado na Colômbia, do Centro de Memória Histórica de 2022 aponta que até 2021 há 373.629 mortos em conflitos entre governo e terroristas. Faltam dados de 2022 e 2023. Mas os terroristas colombianos, na visão do governo, “merecem morrer”, visão diametralmente oposta ao caso de terroristas palestinos cuja “causa é santa”. Isto se chama

hipocrisia e a retirada do embaixador é cinismo.

O Chile mantém embaixadas em países como Irã, Paquistão, Palestina, Síria e Turquia – todos eles países que massacram suas populações. Aliás, após o incrível massacre por parte de palestinos, não houve chamado para retorno do embaixador chileno na Palestina pois só a contraofensiva Israelense os choca.

Novamente atitude hipócrita.

Lamentavelmente cabe colocar na lista de cínicos e hipócritas o Brasil. O governo Brasileiro chama de terroristas a quem participou do ato em 8/Jan/23, mas se recusa a usar este termo para:

1- quem corta cabeças de bebês em seu berço,

2- quem corta a barriga de grávida, retirando e esmagando a cabeça do feto enquanto a

mãe agoniza,

3- quem foi capaz de assar um bebê no forno enquanto estuprava sua mãe ou

4- quem fuzila velhos de 93, 96 e 97 anos em camas de enfermarias.

Infelizmente a maldade, o cinismo e a hipocrisia parecem ter optado por fazer da América Latina o seu lar…


Susskind, brasileiro que fez aliá (emigrou para Israel) e vive no país desde 2015, é conferencista, administrador de empresas formado pela EAESP/Fundação Getúlio Vargas do Brasil, ativista comunitário e guia turístico, tendo estudado em Israel na Universidade Hebraica de Jerusalém.

@marcossusskind