MUTIRÃO DE TESTAGEM GENÉTICA REÚNE MAIS DE 200 JOVENS NA HEBRAICA SP

No último domingo 17 de agosto, a Hebraica de São Paulo recebeu mais de 200 jovens da comunidade judaica, entre solteiros e casais, para o primeiro Mutirão de Testagem Genética, iniciativa inédita da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein e a Hebraica e apoio da Unibes. O evento marcou um passo essencial na prevenção de doenças genéticas raras com maior incidência entre judeus e despertou grande interesse da comunidade.

Ao longo do dia, jovens entre 21 e 35 anos participaram dos exames, que analisaram 300 genes ligados a doenças hereditárias graves, mais prevalentes na comunidade judaica, como Tay-Sachs, Doença de Canavan e Fibrose Cística. Em muitos casos, essas enfermidades são incompatíveis com a vida ou comprometem de forma severa a qualidade de vida.

A ação faz parte do Programa de Conscientização e Prevenção de Doenças Genéticas Raras na Comunidade Judaica, lançado pela Fisesp no fim de 2024, e segue o modelo adotado em Israel, no qual as mulheres são priorizadas na testagem. Caso algum gene recessivo seja identificado, o parceiro também pode realizar o exame a valores reduzidos.

Para Miriam Vasserman, vice-presidente da Fisesp e uma das idealizadoras do projeto, a adesão expressiva do mutirão mostra a relevância do tema: “Essas doenças, embora raras, são mais frequentes na comunidade judaica por conta da nossa origem comum e de casamentos dentro de grupos pequenos. Hoje temos 4.000 jovens mulheres, além de homens e casais dessa faixa etária na comunidade de São Paulo, e nosso objetivo é que todos possam ser testados. Em países como Israel e Estados Unidos, doenças como o Tay-Sachs estão praticamente erradicadas justamente por programas como esse. A prevenção começa com informação.”

A iniciativa contou também com o apoio de patrocinadores comunitários, que permitiram oferecer subsídios especiais para a realização dos testes. Enquanto o valor integral é de R$ 1.890, mulheres dentro da faixa etária puderam realizar o exame por R$ 300 graças às doações recebidas.

O presidente da Hebraica, Deyvid Arazi, também reforçou a importância da união entre as instituições: “A parceria entre a Fisesp e a Hebraica foi fundamental para o sucesso dessa iniciativa comunitária, que alia prevenção, informação e cuidado com a saúde genética da comunidade judaica. Projetos como esse fortalecem nosso compromisso com o bem-estar coletivo.” “A Hebraica sempre buscou unir cultura, esporte e bem-estar. Hoje, também se torna espaço de saúde e prevenção, em um projeto que pode transformar o futuro das famílias da comunidade.”, complementou o CEO da Hebraica, Gaby Milevsky.

A experiência também emocionou os jovens participantes. Beni Vaisbih, 22 anos, destacou o quanto a tecnologia e a informação evoluíram: “Meus pais não tiveram essa oportunidade e enfrentaram muitas dificuldades. Hoje, nós temos acesso a informação e prevenção. Fazer o teste é um ato de cuidado — evita dor de cabeça, sofrimento e estresse no futuro.”

Já a geneticista Dra. Renata Minillo, que acompanhou o mutirão, reforçou a importância do diagnóstico antecipado: “Esses exames permitem identificar se uma pessoa é portadora de genes ligados a doenças raras. Com essa informação, o casal pode planejar de forma consciente e reduzir os riscos de transmitir essas enfermidades. É conhecimento que salva vidas.”

O sucesso da ação demonstra o engajamento crescente da comunidade e reforça a necessidade de que esses exames sejam cada vez mais acessíveis. Como conclui Miriam Vasserman: “Este mutirão é só o começo. O nosso sonho é que a testagem genética seja parte da saúde pública no Brasil, como já acontece em outros países. Até lá, seguiremos mobilizando a comunidade para proteger o futuro das próximas gerações.”

Mais informações:

📧 https://programatestagemgenetica.org.br/

Crédito fotográfico: Felipe Araújo e Liane Zaidler

Deyvid Arazi, Miriam Vasserman, Ricardo Berkiensztat e Sidney Klajner

Fernanda Kalim, Gaby Milevsky, Miriam Vasserman e Vivian Lederman

A geneticista Renata Minillo conversa com jovens

Equipe da Fisesp com enfermeiras que participaram do mutirão