POSIÇÕES DURAS E TRANSPARENTES DO VICE-CHANCELER ZEEV ELKIN
“Se um terço dos cidadãos do Brasil estivesse na mira de foguetes, os brasileiros iriam exigir uma resposta do governo. Tínhamos segurança antes de sair de Gaza.
O mais frustrante é que, depois de sair, piorou para nós e para os palestinos. Todos perdemos”.
Na semana que passou, recebemos a visita do vice-chanceler de Israel Zeev Elkin , acompanhado por uma comitiva de diplomatas que o assessoram em Jerusalém.
Em duas entrevistas a jornais brasileiros, Elkin demonstrou posições duras e transparentes. Como os cristais.
Na política, assim como na diplomacia, costuma-se ouvir opiniões que nada tem a ver com o real pensamento dos que as emitem. A retórica costuma ser meramente oportunista.
Não é este o caso deste jovem nascido na Ucrânia, de 42 anos, judeu religioso com quatro filhos, morador em assentamento, três vezes eleito para o parlamento israelense, exímio campeão de xadrez e membro destacado da nova geração de líderes do partido Likud.
As palavras de Elkin, registradas em suas entrevistas aos jornais O Globo e Estado de São Paulo, falam por si só e são a mais pura realidade de seus pensamentos e convicções:
-Hoje Israel e os territórios palestinos são o local mais estável do Oriente Médio – veja a Síria, Líbano, Egito, Iraque.
-Até 1967, Israel não estava na Judéia e Samara. Quem governava lá eram os árabes e, mesmo assim, havia guerra. Isso mostra que a razão do conflito não é o território, mas a recusa do mundo árabe de aceitar um Estado judeu dentro de qualquer fronteira.
-O único compromisso real dos palestinos em Oslo era que não recorreriam, unilateralmente, a instituições internacionais em busca de um Estado. Isso foi violado. Violaram Oslo e os avalistas do acordo permitiram.
-As colônias ocupam 3% da Cisjordânia atualmente. Não é isso que está impedindo a negociação. Quando os palestinos pedem a libertação de terroristas que mataram mulheres e crianças, isso é visto como “a favor da paz”. Mas, quando se constrói uma creche em um assentamento, somos “contra a paz”. É absurdo.
-Em qualquer lugar do mundo se dissessem que só os judeus estão proibidos de construir, isso seria chamado de antissemitismo! Viramos o único país do mundo onde os judeus estão proibidos de construir aqui ou ali.
-Quando olhamos para trás, que falamos em paz, devolvemos Gaza aos palestinos, 40% da Cisjordânia, perguntamos se os israelenses têm mais segurança ou menos segurança. A resposta é simples: eles têm menos segurança.
-Se você perguntar a um palestino, longe dos olhos vigilantes do Hamas, se a situação econômica dele era melhor nos anos 90 ou hoje, ele vai dizer que era no início dos anos 90. Se perguntar quando tinha mais direitos, mais liberdades, menos medos… Hoje em Gaza, o Hamas te diz o que vestir. Hoje, se você disser algo não adequado aos conceitos religiosos e radicais do Hamas, pode se dar mal.
-Se um terço dos cidadãos do Brasil estivesse na mira de foguetes, os brasileiros iriam exigir uma resposta do governo. Tínhamos segurança antes de sair de Gaza. O mais frustrante é que, depois de sair, piorou para nós e para os palestinos. Todos perdemos. A realidade nos prova que não basta fazer uma linha divisória. Às vezes falar de paz não significa trazer segurança.
Colaboração: Eliézer Zac