MULHER: SEXO FRÁGIL. SERÁ? – DRA. AMÁLIA PELCERMAN

340_saúde_1_1Do ponto de vista do coração, a mulher é mais frágil sim. Emociona-se mais, apaixona-se mais, o coração acelera mais. E aí é que está a raiz do problema.


Mito ou Verdade?

Depende. Do ponto de vista do coração, a mulher é mais frágil sim. Emociona-se mais, apaixona-se mais, o coração acelera mais. E aí é que está a raiz do problema.

Desde que houve a liberação sexual feminina, com o advento da pílula anticoncepcional na década de 70, a mulher se integrou ao universo masculino buscando igualar-se ao homem.

Ingressou no mercado de trabalho, tornou-se independente financeiramente, competiu em pé de igualdade nas mais variadas áreas do conhecimento e conquistou o mundo!

Em contrapartida, adquiriu hábitos reservados à maioria masculina: stress, tabagismo, sobrepeso, hipertensão, diabetes, sedentarismo, ingestão de bebidas alcoólicas.

A mulher é multifacetada. Ela é profissional, mas também é dona de casa, administradora do lar, psicóloga, chef de cozinha, motorista, compradora, professora particular, educadora, mãe, esposa, filha.

Passa por várias fases, da adolescência à vida adulta, vivendo a experiência da gravidez até chegar à menopausa.

Acumula vários cargos, está sempre sobrecarregada de funções.

Dupla jornada? A mulher tira de letra, o coração que aguente! E aguenta?

Os mais novos estudos mostram que não.

Mais de 20 milhões de mulheres brasileiras estão sob ameaça de sofrer um infarto. Cerca de 30000 morrem todos os anos deste mal. A probabilidade de uma mulher morrer após infarto é 50% maior do que em homens em condições semelhantes.

Por que?

Porque coração tem sexo.

Na mulher, a frequência cardíaca é 10% mais alta que no homem, portanto o desgaste é maior.

As artérias femininas são 15% mais estreitas e tortuosas que as masculinas, entopem mais facilmente. O processo de formação de placas de gordura tende a fechar mais rapidamente nas mulheres e as obstruções são mais graves.

Nas mulheres os sintomas são mais vagos e inespecíficos, às vezes difíceis de identificar.

Fatores de risco como diabetes, tabagismo, hipertensão arterial, obesidade e depressão tem um papel mais importante na instalação da doença coronária feminina.

A mulher possui um fator de risco a mais que é a menopausa, quando diminui o estrógeno, responsável pela dilatação e “limpeza” das artérias e pela proteção cardíaca.

Ovários policísticos, doença que atinge 10% das mulheres também afeta a produção de estrógeno e diminui o HDL, o chamado colesterol bom.

A associação pílula anticoncepcional e fumo aumenta em 15 vezes a chance de obstrução das coronárias!

Nos anos 1950, para cada 10 vítimas fatais de problemas cardíacos 1 era mulher. Na década de 1990 a relação era de 6 homens para 1 mulher. Atualmente é de 2 para 1 e a tendência é igualar-se.

Para reverter este quadro deve-se lembrar que há um fator de risco que é imutável, a genética, mas todos os outros podem ser evitados.

Como?

1. Checkup cardiológico uma vez ao ano

2. Adotar hábitos alimentares saudáveis

3. Praticar exercícios moderados, 20 minutos por dia, como caminhada vigorosa, musculação com pesos leves, ginástica localizada, dança.

4. Não fumar

5. Se beber, apenas uma taça de vinho tinto nos finais de semana.

6. Relaxar e meditar 5 minutos ao dia

7. Tomar medicação se recomendado pelo médico (a)

8. Escolher uma atividade que dê prazer

9. Ser solidária.

10. Trabalhar no que gosta, de preferência perto de casa.

Evita stress, demora no trânsito e aborrecimento.

11. Ter atitude, sempre positiva.

12. Amar-se

13. Doar seu amor

14. Se estiver acima do peso após os 50 anos, perder 1 kg por ano até voltar ao peso ideal e mantê-lo. Ganhará em saúde.

15. Conhecer o mundo, nem que seja pela internet.

O coração agradece e retribui!


DRA. AMÁLIA PELCERMAN – CRM:24947

Graduação: Escola Paulista da Medicina -Unifesp -1975

Especialização em Cardiologia: EPM-Unifesp

Mestrado em Medicina de Urgência-Medicina baseada em evidências :Unifesp

Concursada pelo Ministério da Saúde e redistribuída para o Ministério da Educação

Curso de extensão em Geriatria pelo Hospital Municipal

Curso de extensão em Humanidades no Centro de História e Filosofia da Unifesp

Aulas de Propedêutica e Cardiologia para alunos da graduação e residência da Unifesp

Atualmente leciono para o 1o ano da graduação médica na disciplina Iniciação à prática médica

Consultório: Rua Conselheiro Crispiniano, 29 – cj. 125 – São Paulo – Capital

Tel:3257-4071 – e-mail: apelcerman@terra.com.br

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