ARTISTA JUDEU HÚNGARO LÁSZLÓ ZINNER GANHA RETROSPECTIVA EM SP
Zinner e o troféu Juca Pato, sua criação. Foto: Divulgação.
A exposição “Ateliê Universalista”, em cartaz até o dia 11 junho na Casa da Fazenda, em São Paulo, traz uma retrospectiva da obra de László Zinner (1908-1977), artista húngaro de origem judaica radicado no Brasil desde 1946, criador da escultura do Prêmio Juca Pato. Estão expostos 22 esculturas e 12 desenhos originais. No local, foi também recriado o ateliê onde Zinner trabalhou durante os últimos 16 anos da sua vida no bairro de Perdizes, em São Paulo.
Com curadoria da historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro, a exposição conta com apoio da Conib; da União Brasileira dos Escritores–UBE; do Arquivo Virtual sobre Holocausto/LEER- Universidade de São Paulo, do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro. A iniciativa é da Família Zinner, com o patrocínio do Ministério da Cultura e do Itaú Cultural.
Casa da Fazenda: Av. Morumbi, 5594, Morumbi. Fone: (11) 3742-2810 e 3501-3550. Visitas monitoradas e palestras para escolas e grupos podem ser agendadas junto ao LEER/USP: (11) 3091-8598 ou leer@usp.br.
VIDA E OBRA DE LÁSZLÓ ZINNER
No Marrocos, Zinner produziu desenhos de personagens locais. Reprodução.
László Zinner nasceu em 1908. Sua formação como escultor, modelador e desenhista é marcada pela passagem diaspórica em uma Europa abalada pelo antissemitismo e o avanço do nazifascismo nas décadas de 1930 e 1940. Ele atuou como artista pelos inúmeros países em que viveu: Hungria, Bélgica, França, Espanha, Marrocos, Portugal e Brasil.
“Ao valorizar a tradição da arte de esculpir ilusões, Zinner extrapolou sua condição de cidadão comum para exercer o papel de agente social, modelador de identidades e de vaidades. Seus inúmeros ateliês instalados em diferentes espaços expressam a sua universalidade, inspirando o título desta exposição: Ateliê Universalista”, explica a curadora.
No Brasil desde 1946, ele recebeu em 1954 convite do arquiteto Christiano Stockler das Neves para ministrar aulas de modelagem e desenho na recém-criada Faculdade de Arquitetura do Instituto Mackenzie. Assumiu posteriormente o cargo de Professor Regente de Modelagem e Plástica.
Como escultor, participou de várias exposições coletivas no Salão Paulista de Belas Artes e na Associação Paulista de Belas Artes, além de mostras no Rio e em Porto Alegre. Foi também o escultor do troféu Juca Pato concedido anualmente em São Paulo pela União Brasileira dos Escritores a personalidades de destaque.
Zinner faleceu em 20 de julho de 1977, deixando a esposa Hildegard e dois filhos, Paulo e Silvana Zinner, guardiões da sua obra e memória.