ISRAEL INVESTE EM ATRAÇÕES TURÍSTICAS NO DESERTO DO NEGUEV

319_first_2_1O turista que visita o deserto do Neguev, em Israel, pode usufruir de várias opções, como se hospedar em luxuosos acampamentos, se beneficiar da hospitalidade beduína e realizar atividades ao ar livre, como surfe nas dunas.

No ano passado, um recorde de 3,8 milhões de visitantes estrangeiros geraram US$ 5,8 bilhões para Israel. A maioria deles são dos Estados Unidos, Rússia, França, Alemanha ou Reino Unido. O Ministério espera que o deserto do Neguev passe da geração de 5% da renda turística do país para 20% em dois ou três anos. Para isso, pretende aumentar o número de quartos de hotel na região – dos atuais 2 mil para 5 mil. “Quando está muito frio na Europa, em dezembro, janeiro ou fevereiro, as temperaturas são amenas no Neguev”, explica Uri Sharon, do Ministério do Turismo.

O deserto oferece, além disso, um lugar geológico único, a “cratera” de Ramón, a maior do mundo causada por erosão. Salaam El Wadj nasceu nesta região e abriu um acampamento onde mora com sua família, seus filhos e seus bodes. Lá ele acolhe seus convidados em tendas e ensina o modo de vida dos beduínos, uma cultura ameaçada, segundo ele, pela chegada dos britânicos um século atrás e pela criação de Israel em 1948. Os turistas têm ajudado a preservar esse patrimônio, afirma. “Eles não querem apenas dormir em um acampamento beduíno, mas querem aprender”. Para se deslocar de um acampamento beduíno para outro, os viajantes andam cerca de 12km, enquanto seus pertences são transportados de carro. Perto do acampamento de Salaam El Wadj, Hannah e Eyal Izrael plantaram vinhas em terraços onde os nabateus viviam há 2 mil anos. Cada ano eles produzem 5 mil garrafas de Merlot, Cabernet Sauvigon, Chardonnay e outras variedades de uva.

Para ganhar mais dinheiro, Eyal Izrael aluga quartos e propõe visitas nos arredores. E, quem quiser, pode aprender o básico da produção de vinho em sua adega: “Há sempre turistas de todo o mundo, que vêm para explorar, caminhar, experimentar o nosso vinho, passear nas outras fazendas e saborear o queijo de cabra. O Neguev é um lugar muito seguro, um deserto acessível e quente”.

As videiras crescem em uma bacia natural que recebe água das colinas vizinhas no inverno e desfruta de um moderno sistema de irrigação que utiliza água dessalinizada do Mediterrâneo. Perto da vinha de Eyal Izrael fica a cidade de Mitzpe Ramón, que domina a “cratera” de Ramón. Turistas em busca de tranquilidade e conforto têm a possibilidade de alugar tendas de luxo equipadas com chuveiros quentes, onde podem contar com os serviços de um chef pessoal. Quando a noite cai, os visitantes observam, através de um telescópio, as estrelas em um céu muito escuro, livre de poluição luminosa.

O coração do Neguev fica a apenas duas horas de estrada do Aeroporto Internacional Ben Gurion, perto de Tel Aviv. Mas o novo aeroporto da região – a 18km da cidade de Eilat, às margens do Mar Vermelho – vai estar operando no segundo semestre. Isso permitirá que aeronaves de grande capacidade aterrissem no deserto. A princípio, o local será capaz de acomodar dois milhões de passageiros por ano e de US$ 4,2 milhões até 2030.

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