CIP COMEMORA SHAVUOT UNINDO CULTURA, ARTE, REFLEXÃO E ESTUDO

Para marcar a festividade de Shavuot, o Ministério do Turismo e a Congregação Israelita Paulista (CIP) realizaram no sábado, 15 de maio, o “XIV Ticun -Virada Cultural Judaica”, com uma extensa programação que contou com mais de oito horas de transmissão online em três salas simultâneas.

Em tempos de pandemia e isolamento social, essa edição teve como tema “Eu e nós”. Rabinos, acadêmicos, intelectuais, empresários e ativistas debateram sobre o individual e o coletivo na relação entre a diáspora e Israel, na ortodoxia, nos kibutzim, no Brasil e até mesmo nas filosofias judaica, chinesa e japonesa. A educação democrática, as minorias, os estrangeiros, as lutas antirracistas, além da liberdade de expressão e os discursos de ódio também permearam a pauta do Ticun.

Um dos pontos altos da noite foi o debate sobre a construção do judaísmo do futuro, que reuniu o presidente da entidade, Mario Fleck e os rabinos Michel Schlesinger, Ruben Sternschein, Rogerio Cukierman e a rabina Tati Schagas.

Outro destaque da noite foi a apresentação do cantor Tony Gordon, vencedor da edição brasileira do programa The Voice Brasil em 2019 e que apresentou clássicos nacionais e internacionais como Beatles, Frank Sinatra, Roberto Carlos e Tim Maia.

Durante todo o evento, um QR Code convidou os participantes a participarem da Campanha “CIP contra a fome e pela dignidade!”, que acontecerá até o dia 31 de maio, com a proposta de oferecer ajuda emergencial para pessoas em situação de rua, famílias do Lar das Crianças e do Projeto Vida-SP com o Instituto Caça-Fome!

“Essa edição foi particularmente especial em função do momento vivido em Israel, que nos levou a uma reflexão sobre a importância de nossa conexão global como judeus. Também ressalto o nível e a abrangência de temas relacionados com o momento vivido pelo judaísmo, seus desafios no presente e as discussões sobre o quadro desejado para o Judaísmo do futuro. Como sempre, foi uma oportunidade para praticar um dos lados mais importantes do judaísmo – estudo, discussão e debate de temas de alta relevância para a perpetuidade desta corrente e para o crescimento individual de cada participante”, frisou o presidente da CIP, Mario Fleck.

“É maravilhoso ver como esta iniciativa que trouxemos há 14 anos para o Brasil cresceu e evoluiu em todos os aspectos. O que começou como uma noite de seis palestras que representavam estudos judaicos variados, com um pouco de música e comida para umas 500 pessoas, se tornou uma rede que chega a milhares de pessoas inclusive fora de Brasil com quase 30 aulas e debates simultâneos, além de mais de dezenas de artistas. Hoje, a relação de direitos e deveres responsáveis entre o individuo e o coletivo, passando pelo lugar das minorias, é talvez um dos focos desta realidade pandêmica e online. Advogados, educadores, acadêmicos e rabinos nos ajudaram a questionar nossas éticas de pensamento e ação”, ponderou o rabino Dr. Ruben Sternschein.

Para o rabino Rogerio Cukierman, “o evento deu sequência a uma tradição que enxerga em Shavuot a oportunidade de nos aprofundarmos nos estudos judaicos e construir pontes e parcerias com instituições tratando de temas similares. Ao nos encontrarmos com os desafios trazidos pela pandemia e a necessidade de que o evento acontecesse online, sonhamos ainda mais alto e fortalecemos as parcerias com universidades, outras sinagogas, instituições judaicas e não-judaicas para que a comunidade pudesse estar integralmente representada neste evento”.

“Mais uma vez o Ticun cumpriu sua missão de ser um espaço de reflexão e estudo. Nossa responsabilidade em relação à coletividade e a responsabilidade da coletividade em relação a nós foram abordadas sob os mais diferentes aspectos em uma verdadeira balada intelectual”, afirmou o rabino Michel Schlesinger.

“O Ticun da CIP se mostrou uma ótima maneira de conectar ideias com ações. Reservar um tempo para estudar e debater, buscando colocar nossos valores em prática é sempre uma verdadeira bênção”, concluiu a rabina Tati Schagas.

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