O presente divino da memória – Rabino Nissim Katri
Contudo, se usarmos este presente maravilhoso para lembrar quem nos ofende e guardar ressentimento contra eles ou se lembramos dos favores que fizemos aos outros e
criamos expectativas para que sejamos reconhecidos, estamos desperdiçando
e mal usando este presente divino.
A memória é um presente divino singular. Realmente, até o presente dia neuropsicologistas não descobriram o segredo de como exatamente a memória funciona. A reviravolta de químicas em nosso corpo é tanta que depois de certo período de tempo nem um único átomo permanece no cérebro, o qual se encontrava lá há muitos meses atrás, enquanto que o cérebro da pessoa retém memórias por anos, décadas, uma vida inteira.
Este presente singular não pode ser desperdiçado. Muitas vezes a Torá nos diz que devemos lembrar e nos adverte a não esquecer. Como nesta semana, Shabat Zachor, que devemos lembrar e não esquecer o que nos fez Amalek. Os conceitos e eventos que devemos reter são os objetivos que são vitais para nosso bem estar espiritual. O livro de orações lista seis versículos da Tora que devemos recitar diariamente para lembrarmos quem somos e nos advertir contra idolatria e maledicência.
Contudo, se usarmos este presente maravilhoso para lembrar quem nos ofende e guardar ressentimento contra eles ou se lembramos dos favores que fizemos aos outros e criamos expectativas para que sejamos reconhecidos, estamos desperdiçando e mal usando este presente divino.
A chave para discernir o que devemos lembrar e o que devemos esquecer aparece no versículo: ”Para que você lembre e faça todos os Meus Preceitos”. Qualquer memória que não nos auxilia em atuar para este objetivo final de servir a D-us não tem direito a ser guardada.
Devemos reter em nossas mentes apenas aquelas memórias que contribuem para nossa devoção a D-us.
RABINO NISSIM KATRI
RABINO NISSIM KATRI – É emissário do Rebe de Lubavitch e diretor do Beit Chabad de Belo Horizonte/MG. . Foi dos primeiros rabinos a serem ordenados no Brasil. Saiba mais.