O QUE É DEMÊNCIA? SAIBA COMO SURGE E QUAL O TRATAMENTO
Compreender o que é demência é importante porque permite identificar sintomas precocemente,
buscar tratamento adequado, quebrar estigmas e promover empatia.
O termo não é desconhecido, mas será que você sabe mesmo o que é demência? Essa condição crônica e progressiva geralmente ocorre em pessoas idosas, mas também pode atingir pacientes mais jovens.
A demência não afeta apenas o paciente, mas também a saúde mental dos cuidadores e familiares. É importante buscar conhecimento para favorecer o tratamento e acompanhamento adequados.
Neste post, você pode entender mais sobre a demência e os tipos mais comuns, além de conferir informações sobre prevenção, tratamento e mais. Continue a leitura.
O que é demência?
“Demência” é um termo usado para descrever um conjunto de sintomas que afetam a função cerebral, como problemas de memória, raciocínio, linguagem e comportamento. É uma condição crônica e progressiva, o que significa que piora com o tempo e não tem cura, embora existam opções de tratamento.
Em geral, é mais comum observar diferentes tipos de demência em idosos, mas ela também pode ocorrer em pessoas mais jovens.
É importante ressaltar que a demência também afeta a saúde mental, incluindo a dos cuidadores e familiares. Portanto, é necessário ter uma rede de apoio abrangente para todos os envolvidos.
Demência em números
De acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, só no Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas convivem com algum tipo de demência. E isso não é tudo: a expectativa é de que esse número chegue aos 6 milhões em 2050.
Quais as principais características?
As características da demência vão depender muito do tipo de problema vivenciado pelo paciente e de outros fatores. No entanto, em boa parte das vezes os sintomas incluem:
- alterações na memória, com dificuldade para se lembrar de fatos recentes e antigos;
- problemas na concentração;
- dificuldades para formar raciocínios;
- problemas para se lembrar de palavras;
- desorientação e confusão;
- dificuldade para realizar tarefas que fazem parte da rotina, como escovar os dentes, entre outros.
O comportamento de pessoas com demência também pode mudar, alternando entre momentos de agressividade e momentos de comportamento normal. Portanto, esses problemas afetam não apenas o paciente, mas também as pessoas ao seu redor.
Os 7 estágios da demência
A demência é um processo gradual que geralmente ocorre em diferentes estágios. Embora a progressão possa variar de pessoa para pessoa, os estágios comumente observados de modo geral são:
estágio inicial: lapsos de memória leves, dificuldade em lembrar nomes e encontrar palavras;
estágio leve: dificuldade em realizar tarefas cotidianas, desorientação em lugares familiares, mudanças sutis no comportamento;
estágio moderado: problemas de memória agravados, dificuldade em se expressar verbalmente, necessidade de assistência para atividades diárias;
estágio moderadamente avançado: desafios significativos na comunicação, necessidade de ajuda para vestir-se, comer e higiene pessoal;
estágio avançado: assistência constante para cuidados pessoais, deterioração contínua da memória e comunicação, possível perda de mobilidade;
estágio severamente avançado: perda da capacidade de comunicação verbal, problemas de deglutição, total dependência de cuidados;
estágio terminal: debilidade intensa, perda significativa de habilidades físicas e cognitivas, cuidados paliativos para garantir conforto.
Quais os tipos de demência?
Confira, a seguir, quais as principais doenças que causam demência, bem como possíveis causas e consequências associadas.
Doença de Alzheimer
É o tipo mais comum e conhecido de demência. Sua causa ainda não foi totalmente determinada, mas os cientistas acreditam que ocorra por um desequilíbrio na formação de proteínas. Isso prejudica os neurônios, pois leva à degeneração e morte dessas células, resultando na perda gradual das funções cognitivas.
Demência vascular
É causada por problemas na circulação sanguínea do cérebro. O sangue é responsável pela oxigenação de todo o nosso corpo, e, quando uma região do cérebro não recebe irrigação sanguínea adequada, parte dela pode acabar morrendo.
Nesse contexto, o acidente vascular cerebral (AVC) é o problema mais comum. Os sintomas variam dependendo da área do cérebro afetada pela falta de oxigênio e incluem problemas cognitivos.
Demência frontotemporal
Como o próprio nome sugere, esse quadro afeta a parte frontal do cérebro. Os sintomas, ligados à região afetada, prejudicam muito a interação do portador com outras pessoas. Eles incluem:
- mudanças de personalidade;
- perda de inibição social;
- dificuldades na linguagem;
- alterações na capacidade de empatia.
Demência de corpos de Lewy
Outra forma de demência relacionada à formação de proteínas no sistema nervoso é a demência por corpos de Lewy. Essa condição pode ser confundida com o Mal de Parkinson, mas não é igual.
Os sintomas mais comuns incluem rigidez muscular, alterações no sono e humor, alucinações e tremores. Assim como nos outros casos, não há cura, apenas tratamentos que podem retardar a progressão do problema.
Doença de Parkinson
Embora seja conhecida principalmente por seus sintomas motores, a doença de Parkinson também pode levar a problemas cognitivos e demência.
A demência parkinsoniana geralmente se manifesta em estágios avançados da doença de Parkinson e pode incluir problemas de memória, dificuldade de concentração e alterações de humor.
Doença de Huntington
É uma doença genética rara que causa a degeneração progressiva das células nervosas do cérebro. Além de movimentos anormais e alterações psiquiátricas, a doença de Huntington pode levar a sintomas demenciais, como problemas de memória, raciocínio e controle emocional.
Quais os fatores de risco?
Não há consenso sobre as causas de uma demência. No entanto, existem fatores de risco que parecem fortemente associados ao desenvolvimento de um quadro demencial, como:
- idade avançada;
- histórico familiar de demência;
- doenças cardiovasculares;
- diabetes;
- tabagismo;
- estilo de vida pouco saudável.
É importante destacar que nem todos os fatores de risco garantem o desenvolvimento da demência, e algumas pessoas podem desenvolvê-la sem apresentar esses fatores.
É possível prevenir a demência?
A ciência está trabalhando incessantemente para encontrar maneiras de prevenir ou curar as demências, mas ainda há muito que não sabemos sobre essas condições. No entanto, algumas pesquisas indicam que boas práticas podem ajudar na prevenção, tais como:
- fazer atividades físicas regulares;
- manter uma alimentação saudável;
- estimular o cérebro, com atividades como leitura, aprendizado de idiomas e prática de instrumentos musicais;
- gerenciar o estresse;
- manter relações saudáveis com as pessoas.
Como é o diagnóstico?
Tanto no caso do Alzheimer como em outros tipos de demência, o diagnóstico é um grande desafio. Como não existe um exame específico, o processo geralmente é baseado na exclusão de outras possíveis causas para os sintomas.
Então, é realizado um check-up completo com exames laboratoriais e de imagem. O médico também deve conduzir testes no consultório e coletar um histórico completo do paciente.
Qual o tratamento da demência?
Embora não haja cura para a demência, existem muitos tratamentos que têm se mostrado promissores na redução da progressão dessas condições. Alguns deles incluem:
- medicamentos inibidores da colinesterase;
- uso de canabinoides;
- terapia ocupacional;
- estimulação cognitiva;
- cuidados com a saúde mental;
- nutrição adequada.
Compreender o que é demência é importante porque permite identificar sintomas precocemente, buscar tratamento adequado, quebrar estigmas e promover empatia. Esse conhecimento também ajuda a adaptar cuidados conforme o tipo de demência e melhorar a qualidade de vida dos portadores e cuidadores.
Estamos sempre de braços abertos para acolher e cuidar de pessoas com demência e outros quadros clínicos. Para saber mais, visite nosso site.
Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).